Atendimento nas agências da Caixa é interrompido por causa de greve dos vigilantes

03/08/2020 18h06 - Atualizado em 04/08/2020 21h09
03/08/2020 18h06 Atualizado em 04/08/2020 21h09
Atendimento nas agências da Caixa é interrompido por causa de greve dos vigilantes
Foto: Ilustração
Vinte e duas agências da Caixa Econômica Federal em Alagoas não realizaram atividades nesta segunda-feira (3) devido à greve dos vigilantes para cobrar reposição e reajuste salarial.

A paralisação teve início às 6h00 e, de acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Alagoas (Sindvigilantes), José Cícero Ferreira da Silva, cerca de 200 funcionários aderiram à greve.

A Caixa admitiu que a greve afeta todos os bancos da região e orientou que clientes busquem canais de atendimento alternativos, como lotéricas e correspondentes.

A Justiça do Trabalho determinou o retorno de 100% dos profissionais às agências da Caixa, por entender que o banco presta serviço público essencial, sobretudo em tempos de pandemia.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes, José Cícero Ferreira da Silva, até as 15h a categoria não havia sido notificada sobre a decisão.

“Se não entrarmos em um acordo, vamos fechar todos os bancos de Maceió, Arapiraca, Delmiro Gouveia e Santana do Ipanema", disse José Cícero.

Justiça determina retorno

O juiz da 2ª Vara do Trabalho de Maceió, Flávio Luiz da Costa, determinou que o Sindicato dos Vigilantes e Empregados de Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Sindvigilantes) se abstenha de realizar qualquer ato de perturbação nos imóveis da CAIXA em Alagoas e desobstrua o acesso a todas as unidades. A decisão foi tomada no julgamento de um pedido de reapreciação de tutela de urgência ajuizado pela CAIXA, após a categoria dos vigilantes ter anunciado que entraria em greve por tempo indeterminado.

Ao conceder a liminar requerida pela CAIXA, o juiz determinou também a remoção de quaisquer obstáculos físicos das entradas das agências, se for o caso, ficando autorizado o uso da força policial em caso de resistência ao cumprimento da ordem judicial.

Na mesma decisão, foi determinou que seja garantido o efetivo de segurança privada correspondente a 100% da força de trabalho necessária ao funcionamento das agências da CEF em todo o Estado, fixando multa diária de R$ 50 mil pelo descumprimento da decisão por parte sindicato, em relação a cada agência atingida.

Na ação, a CAIXA alegou que 59 agências no Estado deixaram de abrir nesta segunda por estarem sem condições mínimas de efetivo de segurança para atender ao público. Para o magistrado, na compatibilização do exercício do direito de greve ‘versus’ prestação de serviço público essencial, deve prevalecer este último, diante de um cenário de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus reconhecido pela Lei Federal n.º 13.979/2020.


“A Caixa Econômica Federal concentra a organização e pagamento de benefícios sociais determinados por leis emergenciais para um período de exceção, sendo indispensável o concurso da atividade de vigilância privada para a consecução de suas atividades, cabendo destacar que, nesse contexto, ambas as atividades possuem natureza essencial, conforme art. 3.º, § 1.º do Decreto Federal n.º 10.282/2020”, diz em um trecho da decisão.

Leia abaixo a íntegra da nota da CAIXA:

COMUNICADO CAIXA

Em virtude da paralisação dos trabalhadores de empresas de vigilância, que afeta todos os bancos da região, a CAIXA informa que o banco oferece aos clientes atendimento nos canais alternativos como lotéricas, correspondentes CAIXA Aqui e salas de autoatendimento. Os canais recebem contas de água, luz, tributos, boletos de cobrança, prestação de habitação, saques de contas correntes e pagamento de benefícios sociais, como Bolsa família, seguro desemprego e FGTS, entre outros serviços.