Uso indevido da dexametasona na fase leve da Covid-19 aumenta risco de infecção

Por Redação com Assessoria 17/06/2020 13h01 - Atualizado em 17/06/2020 17h05
Por Redação com Assessoria 17/06/2020 13h01 Atualizado em 17/06/2020 17h05
Uso indevido da dexametasona na fase leve da Covid-19 aumenta risco de infecção
Foto: Divulgação
Após a Universidade de Oxford anunciar, ontem, terça-feira, 16, que há eficácia no uso da dexametasona na redução de mortes por covid-19, o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL) alerta à população sobre o risco do uso do medicamento para quem está nas fases iniciais da infecção pelo vírus.

Segundo o estudo da Universidade de Oxford, o remédio é eficaz para pacientes que precisavam fazer uso de tratamento com oxigênio, mas não possui efeito benéfico para quem está na fase leve da contaminação.

O secretário-geral do CRF/AL, Daniel Fortes, explica que desde o início da pandemia, os corticosteróides, como a dexametasona, metilprednisolona e hidrocortisona vêm sendo utilizados em quase todos os protocolos para tratamentos das formas graves da COVID-19, para combater a inflamação mais intensa provocada pelo vírus no organismo. “O uso deste medicamento sempre foi defendido pela maioria dos profissionais que trabalham com informações baseadas em evidências para pacientes internados e em tratamento com ventilação mecânica”, pontuou.

Daniel ressalta que o uso de corticosteróides, como a dexametasona, na fase viral da COVID-19, quer por via oral ou injetável diminui a resposta imunológica do usuário, podendo aumentar a capacidade de infecção e desenvolvimento de sintomas (incluindo os graves). “Temos que levar em consideração os efeitos colaterais do medicamento e também o risco do surgimento de infecções oportunistas. Além disso, existem sérios riscos no uso do medicamento na fase leve da doença, não devendo o paciente se automedicar em hipótese algum com os corticoides".

O farmacêutico lembra que este é um medicamento que só pode ser comprado com prescrição médica, mesmo assim, segundo ele, a preocupação que a população corra às farmácias para comprar o medicamento como forma de prevenção é enorme. “Foi isso que aconteceu quando foi divulgado o estudo com a hidroxicloroquina, azitromicina, anticoagulantes, aqui nós fazemos um alerta para que as pessoas não comprem os medicamentos, a automedicação pode levar a morte”, comentou.