Flamengo e Santos começam tendência que deve pegar em 2020

Treinadores estrangeiros não são novidade no Brasil. Nos anos 50, o húngaro Bela Guttmann marcou época no São Paulo. Antes e depois disso tivemos diversos treinadores sul-americanos no país, com maior ou menor sucesso, mas o domínio sempre foi de treinadores brasileiros. Até o ano de 2019, quando Jorge Sampaoli e Jorge Jesus causaram um grande impacto.
O Brasil ainda é um mercado fechado para treinadores estrangeiros, algo impensável nas melhores ligas do mundo. Por isso a novidade de Santos e Flamengo causou impacto logo de cara, já que os nomes são de alto nível – ambos treinaram times de porte médio na Europa recentemente – e o futebol apresentado se destacou.
Sampaoli chegou antes, no começo do ano, em um time sem tantas perspectivas e enterrado em problemas financeiros. A chegada do dinheiro de Rodrygo permitiu que o Santos se reforçasse, com alguns acertos – como o venezuelano Soteldo – e erros graves, como o peruano Cueva.
Mas desde logo Sampaoli mostrou sua ideia de futebol ofensivo, muito agressivo, o que rendeu goleadas sofridas para Ituano e Botafogo, mas também jogos incríveis. As eliminações são um ponto negativo à passagem do argentino, mas o bom desempenho no Brasileiro com um elenco pouco acima da média é um ponto muito positivo.
Já Jesus chegou no meio do ano depois do estrelar elenco do Flamengo estar sendo subutilizado pelo veterano Abel Braga. Houve um período de adaptação mas logo o time se ajeitou, especialmente no ataque. O quarteto Everton Ribeiro, De Arrascaeta, Gabriel e Bruno Henrique decolou e o time assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro e está próximo da final da Libertadores.
Com esse impacto gigante, é de se esperar que os dirigentes procurem soluções para o cargo de treinador fora do país. Por isso será natural ver mais exemplos disso em alguns times.
Por que há essa demanda agora?
A razão para trazer estrangeiros para treinar no Brasil é clara: nós há muito tempo não revelamos treinadores para o futebol mundial. Depois da curta e infrutífera passagem de Vanderlei Luxemburgo pelo Real Madrid e o bom trabalho de Luiz Felipe Scolari em Portugal, seguido de um trabalho ruim no Chelsea, os brasileiros sumiram dos maiores bancos do futebol mundial.
E isso é um claro sinal da nossa falta de capacidade, já que não faltam treinadores sul-americanos que estão ocupando espaços.
Diego Simeone no Atlético de Madrid foi campeão espanhol e chegou a duas finais de Liga dos Campeões. Mauricio Pochettino foi até a final da Champions League com o Tottenham. Tivemos um treinador argentino no Barcelona e um chileno no Real Madrid nos últimos 10 anos.
O argentino Marcelo Bielsa é um professor para diversos craques dessa posição, inclusive Pep Guardiola. Até dos bancos dos times médios da Europa os brasileiros sumiram. O último caso foi o brasileiro Sylvinho, que teve míseros 11 jogos no comando do Lyon. Leonardo não conseguiu se firmar nos bancos de Inter e Milan.
A visão lá fora é ainda que o futebol brasileiro depende muito de talento. Assim os jogadores chegam despreparados para a tática do futebol moderno, que aprendem só na Europa. Culpa disso seria dos treinadores, que precisam de maior conhecimento e coragem, mas também não são ajudados pelos dirigentes, que não dão tempo para trabalhos se desenvolverem e valorizam mais o 1 a 0 feio do que um 3 a 3 bem jogado.
Não ajuda também o desempenho feio da seleção brasileira nos últimos anos. Nem precisa falar do 7 a 1: na copa de 2018, Tite, que é nosso melhor treinador hoje, foi pego desprevenido por Roberto Martinez, o treinador espanhol da seleção da Bélgica que não está nem entre os 20 principais treinadores do mundo.
Portanto chamar estrangeiros com conhecimento e de qualidade para aqui só melhora as coisas. Novos conhecimentos, diferentes perspectivas, métodos de treinamento e ideias de jogo. E como ainda temos um futebol equilibrado – talvez por pouco tempo – brasileiros até podem ganhar desses estrangeiros. Mas o principal mesmo é aprender o que há de bom e saber usar o que temos de melhor do futebol brasileiro.
Ao fazer um exercício de onde um estrangeiro poderia atuar, o São Paulo vem à mente. O Tricolor Paulista trouxe dois treinadores estrangeiros nos últimos anos, com Juan Carlos Osorio e Edgardo Bauza e outros, como o português André Villas-Boas foram ventilados. Mesmo com Fernando Diniz prestigiado no momento, é natural pensar que essa hipótese de um estrangeiro no comando do São Paulo volte a acontecer, com um nome de maior peso no futebol mundial.
Mas a verdade é que possibilidades não faltam, já que treinadores estrangeiros não ganham tanto a mais que os treinadores brasileiros. A distância de salários entre os jogadores que atuam na Europa e os que atuam aqui não se aplica tanto para os técnicos. Portanto, os que tiverem interesse em um novo mercado e uma experiência diferente, assim como Jorge Jesus teve, podem achar uma bela opção aqui.
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