2019 firma-se com o ano mais importante para o futebol feminino no Brasil

Se o Brasil é visto como o país do futebol, é por um motivo. Cinco vezes campeão do mundo, ídolos que marcaram história – tanto em seleções, quanto em clubes – e lances memoráveis. O brasileiro nasce com o futebol correndo nas veias, é inegável.
Mas qual é o motivo dos torcedores, cartolas, clubes, imprensa e patrocinadores terem negligenciado por tanto tempo o esporte quando praticado por mulheres? A resposta é complexa – mas o que dá pra perceber é que a Copa do Mundo Feminina, que acontece na França, neste ano, foi, definitivamente, um marco.
Após a eliminação na primeira rodada de mata mata contra as anfitriãs francesas, ficou – finalmente – um sentimento de vindo dos torcedores. Pela primeira vez a imprensa fez uma cobertura mais aprofundada do evento, que também ajudou a mais notícias chegarem ao público. Mais notícias = maior exposição, e as marcas passaram a ver o torneio como uma boa oportunidade para ações. Uma mão lava a outra.
Marta, a capitã da seleção brasileira, seis vezes melhor do mundo pela FIFA e maior artilheira das Copas (tanto masculina, quanto feminina) fez um desabafo logo após a derrota: “A gente deu o nosso melhor. Todas deram seu máximo. Foi um grande jogo. Já esperávamos tudo isso. Torcida contra e tantas coisas mais. Porém a gente fez um grande trabalho. Não conseguimos a vitória. A equipe delas foi melhor na definição. Agora é seguir em frente. Cabeça erguida. Muito orgulho dessa equipe – afirmou Marta”.
As francesas são as segundas favoritas no site de apostas Betway para a conquista do título, atrás apenas da equipe dos Estados Unidos, pagando 4 para um em caso de vitória (dados extraídos no dia 23 de junho de 2019)
O que mais emocionou, e viralizou nas redes sociais, foi relato emocionado: “É um momento especial e a gente tem que aproveitar. Digo isso no sentido de valorizar mais. Valorize! A gente pede tanto, pede apoio, mas a gente também precisa valorizar. A gente está sorrindo aqui e acho que é esse o primordial, ter que chorar no começo para sorrir no fim. Quando digo isso é querer mais, treinar mais, estar pronta para jogar 90 e mais 30 minutos e mais quantos minutos forem necessários. É isso que peço para as meninas. Não vai ter uma Formiga para sempre, uma Marta, uma Cristiane. O futebol feminino depende de vocês para sobreviver. Pensem nisso, valorizem mais. Chorem no começo para sorrir no fim – afirmou Marta.
A atleta tem hoje 33 anos e, se tudo correr bem, deve estar em campo nas olimpíadas do Japão em 2020 e quem sabe, até em uma Copa do Mundo em 2023. A camisa 10 foi entrevistada ao lado de Formiga, que também fez história jogando com a camisa amarela, e falou das possibilidades: “se ela (Formiga) me passar o segredo de jogar até os 41, quem sabe até a próxima. Obrigado por todas as mensagens. Esse manifesto todo no Brasil contagiou. Não tenho palavras para dizer o quanto estou contente com esse carinho”.
A verdade é que muitas marcas passaram a apoiar ainda mais o time brasileiro após esse ano. Ainda antes da competição, o principal patrocinador das seleções, o Guaraná Antártica, fez um manifesto pelo apoio ao time.
“Neste ano, Guaraná Antartica tem a proposta de valorizar tudo o que o Brasil tem de bom, tudo o que É Coisa Nossa. E uma das coisas boas do país é o futebol feminino. Queremos mostrar para as pessoas todo o potencial dessas meninas, todo o sucesso que elas já alcançaram e tudo o que ainda podem alcançar”, explicou Daniel Silber, gerente de marketing de Guaraná Antartica.
Convidadas pela marca, três jogadoras fizeram em um ensaio fotográfico para a participação em propagandas de vários segmentos, como beleza, esportes, cartão de crédito.
“Precisamos cada vez mais de iniciativas e oportunidades como essa. O Brasil está cheio de talentos e atletas que buscam uma oportunidade. Mas, muitas vezes, por falta de apoio, elas precisam desistir. Agora, esperamos que essa situação mude”, falou em entrevista a meia Andressinha.
Marta também foi convidada pela Avon, gigante no segmento de beleza, para usar um batom especial durante os jogos, que rendeu muitos comentários. Ela, inclusive, é capa da edição brasileira da revista Vogue.
Esse foi o primeiro passo para um longo caminho de valorização na modalidade.
O ainda não é dos melhores. A CBF ampliou o calendário e fechou uma parceria com o Twitter para transmitir alguns jogos do Campeonato Brasileiro, mas atualmente ele não passa na TV, tampouco patrocinadores fixos.
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