“Celebrando o esforço de um homem”, diz desembargador após colação de grau em Direito de reeducando

Quando foi preso, em 2009, Cícero Alves Júnior não imaginava que poderia escrever um futuro diferente para sua vida. Nesta terça-feira (30), já em regime aberto, o reeducando colou grau no curso de Administração, na Presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL).
Para o presidente Tutmés Airan de Albuquerque, Cícero Alves é um dos exemplos de que o homem é capaz de cumprir sua pena e se redimir. Para o desembargador, a sociedade precisa transcender o senso comum de que se alguém delinquir uma vez será eternamente delinquente.
“Não estamos homenageando uma pessoa que cometeu um crime, estamos celebrando o esforço de um homem que em condições adversas ousou alavancar a sua vida pelo estudo e o mais importante é que nós estamos amplificando esse gesto. Não há prisão perpétua e nem pena de morte no nosso país, o cidadão que infringiu a lei e foi preso vai voltar um dia para a sociedade e se ele vai voltar, que volte melhor”, destacou o presidente.
O desembargador Celyrio Adamastor Accioly, supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Prisional (GMF), destacou a importância do Núcleo Ressocializador da Capital que atualmente conta com cerca de 60 presos fazendo cursos à distância.
“É o primeiro reeducando que está colando grau, sem esquecermos dos outros cursos que ele fez dentro do sistema. Ressocializar é educar e o Tribunal de Justiça nada mais está fazendo do que cumprir com o ordenamento da lei de execução penal, sobretudo com determinação do Conselho Nacional de Justiça”, disse.
Para o diretor-geral da Unopar, Benedito Anadão, a graduação de um reeducando comprova a importância do ensino para a nossa sociedade. “A educação não tem fronteiras, ela passou pelos muros do presídio e mostrou que pode sim participar das vidas das pessoas, Cícero é um marco para nossa instituição. A Unopar conta com 950 polos e somente em Maceió que temos alunos reeducandos. Para isso, contamos com o desembargador Celyrio Adamastor, o juiz Braga Neto e toda direção do núcleo que apoiaram a inclusão do ensino superior a distância no Núcleo Ressocializador”, contou.
A diretora do curso de Direito da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e coordenadora do projeto de extensão Reconstruindo Elos, Elaine Pimentel, destacou o esforço de Cícero Alves ao se dedicar aos estudos. “Ser aqui na casa de Justiça a diplomação de alguém que agora está de volta à sociedade, é o reconhecimento de um esforço pessoal muito grande, de querer fazer diferente. Como acadêmica e professora que vive nos presídios é uma história que a gente tem muito que celebrar.
Trajetória
Preso em 2009, Cícero só foi transferido para o Núcleo Ressocializador em 2015, quando pediu apoio à gestora do núcleo da época, Geórgia Hilário, que gostou da ideia e entrou em contato com o juiz José Braga Neto, da Vara de Execuções Penais. A iniciativa do reeducando abriu portas para a educação no sistema prisional de Alagoas.
No início, Cícero disse ter enfrentado diversas dificuldades, porque nenhum preso já tinha cursado o ensino superior de dentro do sistema prisional até o momento em Alagoas. “Foi muito difícil, porque tinha que quebrar a questão da segurança, as pessoas tinham que confiar na gente por ter acesso ao computador, e a gente tinha que provar que o computador era utilizado somente para estudos. Depois de um tempo pegamos confiança, e a gente já não tinha mais monitor na sala”, explica.
Durante o tempo de reclusão, o reeducando concluiu mais de 80 cursos profissionalizantes em diversas áreas, como a administrativa, de informática e marketing. Cícero também desenvolveu um artigo científico, intitulado “Educação e Ressocialização no Sistema Prisional”, que foi publicado no livro Educação em Prisões: princípios, políticas públicas e práticas educativas, publicado em dezembro de 2018.
Uma das motivações de Cícero foi o exemplo do pai, já falecido, que realizou o sonho de se formar em Engenharia Civil aos 65 anos. A escolha da mudança também serve de inspiração para outros reclusos. “Não é porque a gente tá recluso que a gente tem que sair pior do que entrou, eu optei por sair melhor”.
Atualmente, Cícero Alves é casado, tem um filho de 4 anos e está fazendo pós-graduação. Agora que está em regime aberto, tem planos futuros, como dar palestras sobre seu tema principal de estudo, e publicar um livro contando sua história durante os quase 10 anos de reclusão.
Para o presidente Tutmés Airan de Albuquerque, Cícero Alves é um dos exemplos de que o homem é capaz de cumprir sua pena e se redimir. Para o desembargador, a sociedade precisa transcender o senso comum de que se alguém delinquir uma vez será eternamente delinquente.
“Não estamos homenageando uma pessoa que cometeu um crime, estamos celebrando o esforço de um homem que em condições adversas ousou alavancar a sua vida pelo estudo e o mais importante é que nós estamos amplificando esse gesto. Não há prisão perpétua e nem pena de morte no nosso país, o cidadão que infringiu a lei e foi preso vai voltar um dia para a sociedade e se ele vai voltar, que volte melhor”, destacou o presidente.
O desembargador Celyrio Adamastor Accioly, supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Prisional (GMF), destacou a importância do Núcleo Ressocializador da Capital que atualmente conta com cerca de 60 presos fazendo cursos à distância.
“É o primeiro reeducando que está colando grau, sem esquecermos dos outros cursos que ele fez dentro do sistema. Ressocializar é educar e o Tribunal de Justiça nada mais está fazendo do que cumprir com o ordenamento da lei de execução penal, sobretudo com determinação do Conselho Nacional de Justiça”, disse.
Para o diretor-geral da Unopar, Benedito Anadão, a graduação de um reeducando comprova a importância do ensino para a nossa sociedade. “A educação não tem fronteiras, ela passou pelos muros do presídio e mostrou que pode sim participar das vidas das pessoas, Cícero é um marco para nossa instituição. A Unopar conta com 950 polos e somente em Maceió que temos alunos reeducandos. Para isso, contamos com o desembargador Celyrio Adamastor, o juiz Braga Neto e toda direção do núcleo que apoiaram a inclusão do ensino superior a distância no Núcleo Ressocializador”, contou.
A diretora do curso de Direito da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e coordenadora do projeto de extensão Reconstruindo Elos, Elaine Pimentel, destacou o esforço de Cícero Alves ao se dedicar aos estudos. “Ser aqui na casa de Justiça a diplomação de alguém que agora está de volta à sociedade, é o reconhecimento de um esforço pessoal muito grande, de querer fazer diferente. Como acadêmica e professora que vive nos presídios é uma história que a gente tem muito que celebrar.
Trajetória
Preso em 2009, Cícero só foi transferido para o Núcleo Ressocializador em 2015, quando pediu apoio à gestora do núcleo da época, Geórgia Hilário, que gostou da ideia e entrou em contato com o juiz José Braga Neto, da Vara de Execuções Penais. A iniciativa do reeducando abriu portas para a educação no sistema prisional de Alagoas.
No início, Cícero disse ter enfrentado diversas dificuldades, porque nenhum preso já tinha cursado o ensino superior de dentro do sistema prisional até o momento em Alagoas. “Foi muito difícil, porque tinha que quebrar a questão da segurança, as pessoas tinham que confiar na gente por ter acesso ao computador, e a gente tinha que provar que o computador era utilizado somente para estudos. Depois de um tempo pegamos confiança, e a gente já não tinha mais monitor na sala”, explica.
Durante o tempo de reclusão, o reeducando concluiu mais de 80 cursos profissionalizantes em diversas áreas, como a administrativa, de informática e marketing. Cícero também desenvolveu um artigo científico, intitulado “Educação e Ressocialização no Sistema Prisional”, que foi publicado no livro Educação em Prisões: princípios, políticas públicas e práticas educativas, publicado em dezembro de 2018.
Uma das motivações de Cícero foi o exemplo do pai, já falecido, que realizou o sonho de se formar em Engenharia Civil aos 65 anos. A escolha da mudança também serve de inspiração para outros reclusos. “Não é porque a gente tá recluso que a gente tem que sair pior do que entrou, eu optei por sair melhor”.
Atualmente, Cícero Alves é casado, tem um filho de 4 anos e está fazendo pós-graduação. Agora que está em regime aberto, tem planos futuros, como dar palestras sobre seu tema principal de estudo, e publicar um livro contando sua história durante os quase 10 anos de reclusão.
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