Simulação no Pinheiro, em Maceió, vai definir tempo de evacuação em caso de desastre

Por G1 AL 18/01/2019 14h02 - Atualizado em 18/01/2019 17h05
Por G1 AL 18/01/2019 14h02 Atualizado em 18/01/2019 17h05
Simulação no Pinheiro, em Maceió, vai definir tempo de evacuação em caso de desastre
Foto: Yasmin Pontual/TV Gazeta
A Defesa Civil de Alagoas informou na manhã desta sexta-feira (18), em uma reunião para detalhar o plano de contingência no Pinheiro, em Maceió, que haverá uma simulação de evacuação das áreas mais críticas do bairro no dia 23 de fevereiro, às 15 horas. O objetivo é planejar o tempo de retirada da população em caso de desastre.

Rachaduras têm surgido em ruas e imóveis do Pinheiro desde o início de 2018, após um período de chuvas seguido de um tremor de terra. Desde então, especialistas estudam a região para tentar descobrir as causas do problema.

"Gastaremos 45 minutos para retirada da população. Tudo será cronometrado. Olheiros estarão monitorando, para avaliar o que está errado", afirmou o coordenador da Defesa Civil, o tenente-coronel Moisés Moisés.

"Ela [a evacuação] é só um dos planos do plano de contingência, porque ele já estava em prática, quando estávamos fazendo cadastro, leituras do terreno, visitas de cientistas. Mais de 200 estudiosos estão em Maceió fazendo estudos, o plano não é só tirar o povo do bairro, é o envolvimento de todos os órgãos. Salvar pela prevenção é o maior objetivo de todos nós", explica o coordenador.

O bairro tem cerca de 20 mil moradores, mas a Defesa Civil explica que, caso aconteça um afundamento maior do solo, as primeiras pessoas a serem retiradas do bairro são as que moram nas áreas vermelha e laranja. Por isso a importância do treinamento.

"Serão 600 pessoas no simulado. Alunos do Corpo de Bombeiros, Exército, para que possam estar presente para que possamos fazer esse simulado", explica o tenente-coronel Moisés.

Plano de contingência

Será aberto em Maceió uma sala de alerta, ligada a órgãos no Rio de Janeiro e em Brasília, para monitoramento da situação e ativação, se necessário, do plano de contingência.

A Defesa Civil afirma que o monitoramento é constante para evitar uma tragédia, e que segue observando algumas condições específicas, com ações previstas a serem tomadas em cada caso:

Risco de aumento das fissuras - isso está sendo monitorado diariamente. Está sendo montada uma sala de alerta, monitorando o bairro o tempo todo, contratando satélite, cientistas.

Quando houver previsão meteorológica que apresente possibilidade real de ocorrência de eventos que possam causar danos à população - em caso de 53 mm de chuva, por exemplo, a equipe será acionada.

Quando forem constados danos humanos por técnicos das defesas civis ou do Estado de Alagoas

Um grupo de WhatsApp dos moradores será criado para comunicação rápida com eles. Se houver necessidade de evacuação, todos serão avisados, assim como já acontece no município alagoano de Jacuípe, em que os moradores da cidade são informados do risco de enchente antes de o rio transbordar.

Esse plano de contingência é ativado pela Defesa Civil Estadual ou Defesa Civil Municipal de Maceió. Ocorrências pontuais serão gerenciadas, inicialmente, pelo coordenador operacional do Corpo de Bombeiros, pelo 193.

Segundo a Defesa Civil Estadual, o Cepa [Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas] será o ponto principal para reunir a população em caso de um novo tremor de terra, e também pode ser montado um hospital de campanha.

Há outros pontos de encontro definidos, como estacionamentos de grandes empresas localizadas em pontos estratégicos próximo ao bairro e também o terminal de ônibus do Sanatório.

Para os moradores mais próximos da encosta, chegando na região do Mutange, bairro vizinho, a orientação é direcioná-los para a Praça Lucena Maranhão e a sede do Instituto do Meio Ambiente (IMA).

A Defesa Civil explica que não será fechada a Avenida Fernandes Lima, principal da cidade, que passa próximo ao bairro, porque é por onde as viaturas das equipes de socorro vão precisar passar.

A coordenação geral dessas ações está sob responsabilidade do Governo do Estado, enquanto as Defesas Civil Municipal , Estadual e Nacional se encarregam da coordenação executiva.

O organograma do plano ainda envolve uma série de grupos de trabalho simultâneos, envolvendo o Exército, o Corpo de Bombeiros e vários ourtos órgãos do Estado, Município e da União.