Pastor é suspeito de estuprar e matar com fogo filho e enteado, no ES

Toda versão apresentada pelo pastor George Alves sobre o incêndio que matou o filho, Joaquim Salles Alves, de 3 anos, e o enteado, Kauã Salles Butkovsy, de 6, foi contestada pelo Corpo de Bombeiros. As contradições ajudaram a polícia a concluir que o fogo não começou acidentalmente, como ele disse. De acordo com o inquérito, George estuprou, matou e queimou ainda vivas as duas crianças.
O crime aconteceu em Linhares, na região Norte do Espírito Santo, no dia 21 de abril. O acusado está preso temporariamente desde o dia 28 de abril porque mudou o local do crime e fez contato com testemunhas, segundo a polícia. A Justiça decidiu, na noite desta terça-feira (23), prorrogar a detenção por mais 30 dias.
Ele foi indiciado por duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulneráveis. A soma máxima das penas pode chegar a 126 anos. A polícia disse que o inquérito vai ser encaminhado à Justiça na próxima semana.
Contradições:
Incêndio acidental
Versão de George:
Segundo George Alves, ele estava dormindo em outro cômodo quando o fogo começou no quarto das crianças. Ele disse que percebeu o fogo através da babá eletrônica, que estava ligada, o que indica que o fogo teria começado de forma acidental. A versão foi dada dois dias depois do incêndio, em entrevista à imprensa.
“Por volta de umas 2h da manhã, escutei a babá eletrônica, os gritos deles, vi o fogo muito grande [através da babá eletrônica], corri desesperado, e a casa já não tinha energia”.
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‘Escutei os choros, a gritaria’ lembra pai e padrasto de irmãos mortos em incêndio no ES
Corpo de Bombeiros:
Segundo o Corpo de Bombeiros, se o fogo tivesse sido acidental, a partir do ar-condicionado, por exemplo, não haveria tanta destruição. Isso, porque a janela e a porta estavam fechadas, ou seja, não havia ventilação suficiente para alimentar o fogo de maneira tão rápida.
“Essa destruição toda é incompatível com esse pequeno tempo decorrido a partir da ventilação do cômodo, o que e diz que a destruição tem que ter acontecido antes, e isso não é um comportamento natural do incêndio”, disse o tenente coronel Ferrari.
Ainda de acordo com a investigação, não foram encontrados vestígios de curto-circuito, nem nos equipamentos e nem nas fiações. Há, ainda, a prova de que um combustível acelerador do incêndio doi detectado nas amostras recolhidas pelos bombeiros.
"Ação pessoal com uso do acelerador é a única hipótese compatível com os dados do incêndio", diz a análise dos bombeiros.
Crianças estavam acordadas
Versão do George:
“Eu empurrei a porta do quarto deles, que estava entreaberta, eu só havia encostado por causa do ar condicionado, entrei. Quando entrei, escutei os choros deles, a gritaria, eles gritando ‘pai, pai’”, disse George.
Corpo de Bombeiros:
"Se as crianças estavam gritando ‘papai, papai’, por que elas iam estar embaixo de onde estava pegando fogo de forma mais intensa? É comum as vítimas fugirem do foco de incêndio e se perderem no processo”, disse o tenente coronel Ferrari, do Corpo de Bombeiros.
Para a polícia, as crianças foram abusadas, agredidas e colocadas desacordadas dentro do quarto. Através da perícia com luminol, foi encontrado sangue próximo a uma escrivaninha e ao box do banheiro.
Queimaduras
Versão de George:
“[...] Pus a mão na cama, queimei as minhas mãos, não consegui pegar [as crianças]. Eu não consegui, estava muito quente, eu queimei os meus pés, as minhas mãos”.
Corpo de Bombeiros:
“Ele falou que colocou as mãos na cama. Se o fogo passou do ar-condicionado para a cama e a cama estava queimando, como ele colocou as mãos na cama? E a mão dele não tinha nenhuma queimadura. [...] Ele já tinha raspado o cabelo, possivelmente para esconder que o cabelo não havia sido queimado. Mas ele não tinha nenhuma queimadura no rosto, barba farta”, completou o tenente coronel Ferrari.
Comportamento
O comportamento do pastor, que deu um culto e foi á uma lanchonete no dia seguinte ao incêndio, também chamou atenção da polícia. A atuação dele durante as investigações também causaram estranheza.
Segundo o tenente coronel Ferrari, George seria "poupado" de participar das perícias iniciais, quando as autoridades refazem a cena do incêndio para tentar identificar como tudo aconteceu. Mesmo assim, ele apareceu no local.
“Eu precisava remontar como era o cômodo antes de queimar e eu fui buscar amigos e parentes que pudessem me dizer o que tinha no quarto. Para minha surpresa, ele apareceu lá dois dias depois, voluntariamente, para dizer o que tinha no cômodo. Isso me estranhou”, falou Ferrari.
Defesa
Pela manhã, a defesa disse que ainda não teve acesso ao inquérito. "Até o momento a defesa não teve acesso a uma perícia que pode incriminá-lo. Estamos aguardando para podermos nos manifestar sobre isso", disse a advogada Taycê Aksacki. Depois da coletiva, o G1 ainda não conseguiu estabelecer contato com a advogada.
Inquérito policial
Para concluir o inquérito, a polícia analisou os resultados de perícias feitas na casa, os depoimentos do pastor e de testemunhas, exames realizados nos corpos dos meninos e imagens gravadas após a morte das crianças.
O G1 listou os pontos mais importantes narrados durante a coletiva da polícia concedida nesta quarta-feira:
A polícia encontrou sangue na casa onde aconteceu incêndio, próximo a uma escrivaninha e ao box do banheiro;
Naquela madrugada do dia 21 de abril, o pastor, inicialmente, molestou as duas crianças, tanto o filho quanto enteado, mantendo ato libidinoso;
Com as duas vítimas ainda vivas, porém desacordadas, o investigado as levou até o quarto, as colocou na cama e ateou fogo nas crianças;
O perito disse que a fumaça não foi responsável pelas mortes e as crianças não reagiram ao incêndio, porque já estavam desacordadas;
Não foram encontrados vestígios de curto-circuito nem nos equipamentos (ar condicionado, reator, babá eletrônica e esterelizador), nem nas fiações
Os componentes da babá eletrônica ficaram bem preservados, incompatível para ser o foco inicial
Depois do crime, o investigado saiu de casa e ficou andando de um lado para o outro, sem pedir socorro;
Testemunhas ouviram o choro e manifestações de socorro quando as crianças estavam sendo agredidas, minutos antes do incêndio;
As testemunhas que chegaram primeiro ao local contaram à polícia que arrombaram o portão com as próprias mãos;
As vítimas foram encontradas no foco inicial do incêndio, quando, normalmente, a vítima morre tentando fugir do foco das chamas;
Não há indícios da participação ou conivência da pastora, mãe das crianças, no crime;
O pastor estava sozinho na casa com as vítimas e não há previsão de que outras pessoas sejam presas;
O inquérito deve ser encaminhado à Justiça na próxima semana;
O pastor vai responder por duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulnerável. A soma máxima das penas é de 126 anos.
Não há registro de outros casos de pedofilia envolvendo o pastor.
O crime aconteceu em Linhares, na região Norte do Espírito Santo, no dia 21 de abril. O acusado está preso temporariamente desde o dia 28 de abril porque mudou o local do crime e fez contato com testemunhas, segundo a polícia. A Justiça decidiu, na noite desta terça-feira (23), prorrogar a detenção por mais 30 dias.
Ele foi indiciado por duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulneráveis. A soma máxima das penas pode chegar a 126 anos. A polícia disse que o inquérito vai ser encaminhado à Justiça na próxima semana.
Contradições:
Incêndio acidental
Versão de George:
Segundo George Alves, ele estava dormindo em outro cômodo quando o fogo começou no quarto das crianças. Ele disse que percebeu o fogo através da babá eletrônica, que estava ligada, o que indica que o fogo teria começado de forma acidental. A versão foi dada dois dias depois do incêndio, em entrevista à imprensa.
“Por volta de umas 2h da manhã, escutei a babá eletrônica, os gritos deles, vi o fogo muito grande [através da babá eletrônica], corri desesperado, e a casa já não tinha energia”.
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‘Escutei os choros, a gritaria’ lembra pai e padrasto de irmãos mortos em incêndio no ES
Corpo de Bombeiros:
Segundo o Corpo de Bombeiros, se o fogo tivesse sido acidental, a partir do ar-condicionado, por exemplo, não haveria tanta destruição. Isso, porque a janela e a porta estavam fechadas, ou seja, não havia ventilação suficiente para alimentar o fogo de maneira tão rápida.
“Essa destruição toda é incompatível com esse pequeno tempo decorrido a partir da ventilação do cômodo, o que e diz que a destruição tem que ter acontecido antes, e isso não é um comportamento natural do incêndio”, disse o tenente coronel Ferrari.
Ainda de acordo com a investigação, não foram encontrados vestígios de curto-circuito, nem nos equipamentos e nem nas fiações. Há, ainda, a prova de que um combustível acelerador do incêndio doi detectado nas amostras recolhidas pelos bombeiros.
"Ação pessoal com uso do acelerador é a única hipótese compatível com os dados do incêndio", diz a análise dos bombeiros.
Crianças estavam acordadas
Versão do George:
“Eu empurrei a porta do quarto deles, que estava entreaberta, eu só havia encostado por causa do ar condicionado, entrei. Quando entrei, escutei os choros deles, a gritaria, eles gritando ‘pai, pai’”, disse George.
Corpo de Bombeiros:
"Se as crianças estavam gritando ‘papai, papai’, por que elas iam estar embaixo de onde estava pegando fogo de forma mais intensa? É comum as vítimas fugirem do foco de incêndio e se perderem no processo”, disse o tenente coronel Ferrari, do Corpo de Bombeiros.
Para a polícia, as crianças foram abusadas, agredidas e colocadas desacordadas dentro do quarto. Através da perícia com luminol, foi encontrado sangue próximo a uma escrivaninha e ao box do banheiro.
Queimaduras
Versão de George:
“[...] Pus a mão na cama, queimei as minhas mãos, não consegui pegar [as crianças]. Eu não consegui, estava muito quente, eu queimei os meus pés, as minhas mãos”.
Corpo de Bombeiros:
“Ele falou que colocou as mãos na cama. Se o fogo passou do ar-condicionado para a cama e a cama estava queimando, como ele colocou as mãos na cama? E a mão dele não tinha nenhuma queimadura. [...] Ele já tinha raspado o cabelo, possivelmente para esconder que o cabelo não havia sido queimado. Mas ele não tinha nenhuma queimadura no rosto, barba farta”, completou o tenente coronel Ferrari.
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Comportamento
O comportamento do pastor, que deu um culto e foi á uma lanchonete no dia seguinte ao incêndio, também chamou atenção da polícia. A atuação dele durante as investigações também causaram estranheza.
Segundo o tenente coronel Ferrari, George seria "poupado" de participar das perícias iniciais, quando as autoridades refazem a cena do incêndio para tentar identificar como tudo aconteceu. Mesmo assim, ele apareceu no local.
“Eu precisava remontar como era o cômodo antes de queimar e eu fui buscar amigos e parentes que pudessem me dizer o que tinha no quarto. Para minha surpresa, ele apareceu lá dois dias depois, voluntariamente, para dizer o que tinha no cômodo. Isso me estranhou”, falou Ferrari.
Defesa
Pela manhã, a defesa disse que ainda não teve acesso ao inquérito. "Até o momento a defesa não teve acesso a uma perícia que pode incriminá-lo. Estamos aguardando para podermos nos manifestar sobre isso", disse a advogada Taycê Aksacki. Depois da coletiva, o G1 ainda não conseguiu estabelecer contato com a advogada.
Inquérito policial
Para concluir o inquérito, a polícia analisou os resultados de perícias feitas na casa, os depoimentos do pastor e de testemunhas, exames realizados nos corpos dos meninos e imagens gravadas após a morte das crianças.
O G1 listou os pontos mais importantes narrados durante a coletiva da polícia concedida nesta quarta-feira:
A polícia encontrou sangue na casa onde aconteceu incêndio, próximo a uma escrivaninha e ao box do banheiro;
Naquela madrugada do dia 21 de abril, o pastor, inicialmente, molestou as duas crianças, tanto o filho quanto enteado, mantendo ato libidinoso;
Com as duas vítimas ainda vivas, porém desacordadas, o investigado as levou até o quarto, as colocou na cama e ateou fogo nas crianças;
O perito disse que a fumaça não foi responsável pelas mortes e as crianças não reagiram ao incêndio, porque já estavam desacordadas;
Não foram encontrados vestígios de curto-circuito nem nos equipamentos (ar condicionado, reator, babá eletrônica e esterelizador), nem nas fiações
Os componentes da babá eletrônica ficaram bem preservados, incompatível para ser o foco inicial
Depois do crime, o investigado saiu de casa e ficou andando de um lado para o outro, sem pedir socorro;
Testemunhas ouviram o choro e manifestações de socorro quando as crianças estavam sendo agredidas, minutos antes do incêndio;
As testemunhas que chegaram primeiro ao local contaram à polícia que arrombaram o portão com as próprias mãos;
As vítimas foram encontradas no foco inicial do incêndio, quando, normalmente, a vítima morre tentando fugir do foco das chamas;
Não há indícios da participação ou conivência da pastora, mãe das crianças, no crime;
O pastor estava sozinho na casa com as vítimas e não há previsão de que outras pessoas sejam presas;
O inquérito deve ser encaminhado à Justiça na próxima semana;
O pastor vai responder por duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulnerável. A soma máxima das penas é de 126 anos.
Não há registro de outros casos de pedofilia envolvendo o pastor.
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