O acidente que provocou a morte da jogadora de vôlei Moanna Galvão, na manhã dessa segunda-feira (07), na BR 101, próximo ao trevo de Flexeiras, Zona da Mata alagoana, pode ter sido motivado pela falta de sinalização na rodovia BR 101, que ainda possui trechos em obra. É o que defende Jackson Braz, advogado do motorista da carreta que atingiu o carro onde estava a atleta, um Honda HR-V.

A possível causa foi citada também pela Central de Atendimento da Polícia Rodoviária Federal (PRF/AL) durante contato telefônico com a reportagem do TNH1, na manhã de ontem (07). A Central informou que a BR 101 foi duplicada recentemente, mas alguns trechos são de mão dupla, o que pode confundir os motoristas e causar acidentes.

O técnico-judiciário Camilo Rezende dirige de Maceió a Recife todos os dias para ir trabalhar em Pernambuco. Ele utiliza sempre a BR 101 e confirma a falta de placas de sinalização na rodovia.

“Conheço bem o trecho onde aconteceu o acidente que vitimou a jogadora, é realmente preocupante e de risco. Já na entrada de Flexeiras, a estrada começa duplicada, mas termina na via de mão dupla”, explicou Rezende.

“Outra preocupação de quem dirige no local é a não existência de acostamento para quem vem de Recife para Maceió. Então quando um caminhão faz alguma ultrapassagem ou se confunde na pista, o outro motorista não vai ter alternativa”, finalizou.

Em contato com o TNH1, o superintendente Fabrício Galvão, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), informou que o trecho foi duplicado há dois meses no sentido Maceió – Recife e que há sinalização em toda região.

“O trecho tem faixa contínua em amarelo, o que indica a proibição de ultrapassagem. O que aconteceu foi realmente displicência por parte do caminhoneiro. Segundo a equipe da construtora que estava no local, ele já vinha fazendo ultrapassagem por toda a via e até tentou fugir, mas foi contido por funcionários da empresa responsável pelas obras”, afirmou o superintendente.

Sobre a falta de acostamento, o superintendente explicou que o motivo é o fato de a rodovia estar em obra.

“Ela foi inaugurada recentemente, mas está passando por reparos, porque durante as chuvas houve deslizamento de rochas. Estamos trabalhando no desmonte para liberar todo o trecho em até 20 dias e, hoje, mandei reforçar ainda mais a sinalização no local”.

Jackson Braz, advogado de Marcos Porto, motorista da carreta, informou que seu cliente prestou atendimento às vítimas e aguardou a chegada do Samu.

“Ele também foi até um posto de polícia em Novo Lino e se apresentou espontaneamente. Fez teste do bafômetro, o qual deu negativo, e foi liberado em seguida após pagamento de fiança”, disse a defesa.

As amigas da jogadora, Angelina e Amanda Frazão, que também ocupavam o veículo de passeio, chegaram a ser hospitalizadas mas já receberam alta. O corpo de Moanna Galvão foi sepultado na manhã desta terça-feira (08), no cemitério Memorial Parque Maceió, no Benedito Bentes, parte alta da capital.