Curiosidade: Renato Russo adorava tomar 'Toddynho' em hotéis

Por UOL 29/08/2017 14h02 - Atualizado em 29/08/2017 17h05
Por UOL 29/08/2017 14h02 Atualizado em 29/08/2017 17h05
Curiosidade: Renato Russo adorava tomar 'Toddynho' em hotéis
Foto: Reprodução
Quando a Legião Urbana viajou de Brasília ao Rio de Janeiro para assinar contrato e gravar seu primeiro álbum, os integrantes da banda foram hospedados em um hotel em Copacabana. Logo quando chegaram, Renato Russo ligou para o empresário Jorge Davidson com uma dúvida sobre o que poderia ou não consumir em seu quarto:

“Tem uns Toddynhos aqui no frigobar, eu posso tomar um Toddynho?”

Jorge, surpreso com a inocente pergunta, respondeu: “Claro, Renato, você nem precisava me ligar por conta disso, sem problema algum, fica à vontade, vocês têm a alimentação coberta pela companhia, vocês só não podem é beber [bebidas alcoólicas], despesas extras de telefonemas e lavanderia, essas coisas que vocês vão ter que pagar. Mas a alimentação, tudo normal. Toddynho liberado, tudo certo”.

Ao desligar o telefone, Jorge ainda pensou: “que menino bacana, educado”. Mal sabia que tinha dado aval para a banda fazer uma maracutaia envolvendo a equipe do próprio hotel. Depois de um tempo, empresário e administradores da gravadora notaram que havia algo de estranho nas faturas dos integrantes da Legião. “Começamos a perceber porque as contas vinham [com] ‘15 Toddynhos’, 18 ‘Toddynhos’, ‘10 Toblerones’… O Toblerone, o Toddynho, na verdade, eram uísque, cerveja, vodca, etc.”. Sim, os músicos consumiam as bebidas e os hotéis as lançavam nas contas como achocolatados ou guloseimas. “E aí começou-se a controlar também a quantidade de Toddynhos”, lembra Jorge.

Narrada pelo próprio empresário, a passagem está no livro “Contos do Rock – Histórias dos Bastidores do Rock Brasileiro Contadas Por Quem Esteve Lá” (editora Dublinense), organizado por Daniel Ferro, que conduzia um programa homônimo no Multishow – os relatos do volume foram transcritos das entrevistas dadas para o canal de televisão.

A obra reúne 54 causos narrados por nomes como Arnaldo Brandão, Bacalhau, Bruno Gouveia, Canisso, Clemente, Marcelo Bonfá, Digão, Erasmo Carlos, Érika Martins, João Barone, Nasi e Pitty. “O maior sucesso pra mim foi não deixar essas histórias ‘pequenas’ morrerem. Na minha opinião elas falam muito da personalidade da própria banda ou artista, sem ter que falar sobre a sua biografia”, escreve Ferro na apresentação do livro.