Delegacia da Mulher investiga agressão contra duas jovens surdas, em Maceió

Por Redação com G1 Alagoas 27/07/2017 06h06 - Atualizado em 27/07/2017 10h10
Por Redação com G1 Alagoas 27/07/2017 06h06 Atualizado em 27/07/2017 10h10
Delegacia da Mulher investiga agressão contra duas jovens surdas, em Maceió
Foto: Reprodução/ Vídeo
A equipe da Delegacia de Crimes contra Mulher, da Polícia Civil de Alagoas, está investigando em Maceió uma série de crimes cometidos por um homem contra duas jovens que são surdas.

Abalada, uma das jovens mal consegue se levantar da cama. Em estado de choque e com as marcas das agressões no corpo, entre elas arranhões feitos com uma faca na perna, a jovem de 31 anos que é surda, foi violentada pelo namorado da amiga que também é surda.

As duas estavam morando juntas há um ano, e há seis meses uma delas começou a namorar com Lucian Ferreira, que também passou a viver na mesma casa. A jovem contou à família que Lucian se tornou agressivo com o tempo e passou a exigir que as duas lhe dessem dinheiro.

“Elas eram obrigadas a dar dinheiro a ele. Pagar a casa, fazer tudo e o que sobrasse ficava para ele”, relata a irmã de uma das vítimas.

Na sexta-feira (21), Lucian Ferreira teria espancado as duas jovens e obrigou a namorada a filmar ele estuprando a amiga. No vídeo, a jovem está nua na cama e é torturada. Ela tem os cabelos cortados com uma faca e ainda é ameaçada por ele.

A família da jovem vinha desconfiando da mudança de comportamento dela. A mãe conta que mal conseguia falar com a filha, que parecia sempre muito abatida e assustada.

“Ele escondia o celular dela dizendo que era para os bandidos não roubar. Aí quando eu ligava para ela era ele que atendia e às vezes passava para ela. Eu perguntava se ela estava com raiva de mim, e ela dizia que não, que estava só cansada”, relata a mãe de uma das vítimas.

No fim de semana a mãe desconfiou que algo estava acontecendo porque a filha não atendia o telefone e só conseguiu encontrá-la no domingo. Ela estava sendo mantida escondida na casa da mãe de Lucian, que disse que o filho está internado em um hospital psiquiátrico.

“Eu quero justiça. Justiça. Esse caso não pode ficar assim impune”, relata a mãe que chora ao saber das agressões sofridas pela filha.

A Polícia Civil informou que as vítimas só denunciaram o caso na segunda-feira (26). Elas ainda não foram ouvidas porque a polícia pediu a presença de uma intérprete de libras, já que os parentes têm dificuldades para se comunicar com elas.

“Ele não foi preso porque passou o período do flagrante. Como a família passou dois dias para saber do fato, isso dificultou e impossibilitou a prisão dele”, explica a chefe da Delegacia da Mulher, Zeina Oliveira.