Antes de metralhar e explodir duas agências bancárias, o posto dos Correios e o Grupamento de Polícia Militar (GPM) do município de Passo de Camaragibe, na madrugada desta quarta-feira (19), a organização criminosa formada por, pelo menos, 12 integrantes, interceptou uma ambulância que chegava à cidade, pediu para que o condutor se escondesse e manteve como refém, durante meia hora, uma paciente que vinha do Hospital Geral do Estado (HGE).

Um dos três veículos utilizados na fuga dos bandidos foi encontrado carbonizado em um canavial nesta manhã.

Como vários pregos foram espalhados pelas entradas da cidade, os pneus da ambulância furaram e o motorista tentou refúgio no hospital de Passo de Camaragibe. Neste momento, o bando abordou o veículo.

Todos estavam encapuzados e faziam ameaças o tempo todo. A mulher doente que seguia para casa, em São Miguel dos Milagres, ficou cerca de 30 minutos com armas apontadas para a cabeça. Neste tempo, parte do grupo aproveitou para tocar o terror e abrir fogo contra as instituições financeiras e acuar os militares de serviço no GPM.

Na manhã desta quarta-feira, policiais militares que estavam em rondas localizaram um automóvel de modelo Fiesta Sedan completamente carbonizado em terras da Fazenda Várzea da Costa, na zona rural de Passo de Camaragibe, mais precisamente numa estrada de barro, em meio ao canavial. O carro, segundo a polícia, era um dos que foram utilizados pela quadrilha para o ataque na cidade.

Somente no GPM, que fica no centro do município, foram disparados quase 20 tiros pelos criminosos. A fachada do prédio tem várias marcas dos projéteis de grosso calibre. As fachadas do Banco do Brasil e o Bradesco também foram atingidas por disparos e os caixas eletrônicos completamente destruídos. Para evitar que fossem reconhecidos, eles ainda atiraram contra os postes de iluminação pública. A cidade ficou às escuras.

As câmeras de segurança instaladas em uma loja que fica ao lado do posto dos Correios alvo dos bandidos foram destruídas durante a ação. Na agência do Bradesco não foi observado que há sistema de videomonitoramento. Por outro lado, os equipamentos da agência do Banco do Brasil estavam intactos. As imagens devem ser solicitadas pela polícia para ajudar no trabalho de investigação.