Filme mostra grito de Elis nos palcos contra a influência masculina

Dar conta de um furacão como Elis não é tarefa fácil para os livros, e não seria diferente em sua cinebiografia. "Elis" chegou aos cinemas na última quinta-feira (24) causando reações diversas, muito pelas escolhas do roteiro para dar conta de 20 anos da vida da cantora em 1 hora e 50 minutos de filme.
Entre tantas histórias, o roteiro, escrito a seis mãos pelo diretor Hugo Prata com Luiz Bolognesi e Vera Egito, sugere que por trás de tanto talento Elis era constantemente talhada por uma figura masculina -- seja seu pai (ZéCarlos Machado), com quem bate de frente para ficar no Rio de Janeiro, ou o primeiro marido, o compositor e produtor Ronaldo Bôscoli (Gustavo Machado), com quem entra em conflito logo no início do filme.
Bôscoli destrata Elis e não se furta em criticá-la no jeito de cantar ou na falta de sedução no palco. Com muita lábia, ele ainda sugere que a cantora corte o cabelo como a atriz americana Mia Farrow para ficar mais moderna. Dias depois, Elis aparece nos ensaios com o cabelo curto e com a intenção de seduzi-lo.
A partir daí, suas opiniões também são direcionadas. Sob a influência dos puristas, ela declara guerra à guitarra elétrica. Mais tarde, adota o instrumento e regrava Beatles e Roberto Carlos. Novamente, quem dá o toque é um homem. A versão ficcional do jornalista e produtor Nelson Motta (Rodrigo Pandolfo) sugere à personagem, sem rodeios: "Você canta como uma velha".
O cantor e apresentador Luís Carlos Miele e o dançarino Lennie Dale parecem ser os únicos a não sufocar Elis, embora cada um "ensine" algo para a cantora no início da carreira.
Em uma cena chave no longa, beneficiada pela interpretação de alma da atriz Andreia Horta (basicamente a única mulher em cena), Elis explode em choro e grito no meio da rua: "Não quero mais ser controlada. Eu quero ser livre. A única coisa que eu quero fazer da minha vida é cantar".
O desabafo surge após ela enfrentar o cartunista Henfil, que a desenhou em uma tumba cantando para o Hitler, logo após saber que a cantora participara de um evento militar em plena Ditadura. Elis se defende e diz que foi acuada por um oficial.
Uma semana depois da morte de Elis, o cartunista entenderia melhor a cantora ao escrever: "Nós homens te matamos, mulher". Mas a frase não dá as caras no filme.
Elis só surge sozinha em cena quando sobe ao palco -- o que ganha destaque especial com o olhar de Prata, um dos mais profícuos diretores de videoclipes da era MTV.
Seja na interpretação emocionada de "Atrás da Porta", ou ao cantar a potente "Cabaré", sob vaias da plateia (ainda por conta da suposta simpatia ao Regime), é que o espectador pode entender mais da artista de forma mais legítima: uma força da natureza que se recusa a ser domada.
Entre tantas histórias, o roteiro, escrito a seis mãos pelo diretor Hugo Prata com Luiz Bolognesi e Vera Egito, sugere que por trás de tanto talento Elis era constantemente talhada por uma figura masculina -- seja seu pai (ZéCarlos Machado), com quem bate de frente para ficar no Rio de Janeiro, ou o primeiro marido, o compositor e produtor Ronaldo Bôscoli (Gustavo Machado), com quem entra em conflito logo no início do filme.
Bôscoli destrata Elis e não se furta em criticá-la no jeito de cantar ou na falta de sedução no palco. Com muita lábia, ele ainda sugere que a cantora corte o cabelo como a atriz americana Mia Farrow para ficar mais moderna. Dias depois, Elis aparece nos ensaios com o cabelo curto e com a intenção de seduzi-lo.
A partir daí, suas opiniões também são direcionadas. Sob a influência dos puristas, ela declara guerra à guitarra elétrica. Mais tarde, adota o instrumento e regrava Beatles e Roberto Carlos. Novamente, quem dá o toque é um homem. A versão ficcional do jornalista e produtor Nelson Motta (Rodrigo Pandolfo) sugere à personagem, sem rodeios: "Você canta como uma velha".
O cantor e apresentador Luís Carlos Miele e o dançarino Lennie Dale parecem ser os únicos a não sufocar Elis, embora cada um "ensine" algo para a cantora no início da carreira.
Em uma cena chave no longa, beneficiada pela interpretação de alma da atriz Andreia Horta (basicamente a única mulher em cena), Elis explode em choro e grito no meio da rua: "Não quero mais ser controlada. Eu quero ser livre. A única coisa que eu quero fazer da minha vida é cantar".
O desabafo surge após ela enfrentar o cartunista Henfil, que a desenhou em uma tumba cantando para o Hitler, logo após saber que a cantora participara de um evento militar em plena Ditadura. Elis se defende e diz que foi acuada por um oficial.
Uma semana depois da morte de Elis, o cartunista entenderia melhor a cantora ao escrever: "Nós homens te matamos, mulher". Mas a frase não dá as caras no filme.
Elis só surge sozinha em cena quando sobe ao palco -- o que ganha destaque especial com o olhar de Prata, um dos mais profícuos diretores de videoclipes da era MTV.
Seja na interpretação emocionada de "Atrás da Porta", ou ao cantar a potente "Cabaré", sob vaias da plateia (ainda por conta da suposta simpatia ao Regime), é que o espectador pode entender mais da artista de forma mais legítima: uma força da natureza que se recusa a ser domada.
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