Direção do Sinteal rebate acusação de vereador e diz que atual gestor mantém diálogo com Sindicato

Por Redação com Jornal de Arapiraca/Sidinéia tavares 12/07/2016 16h04 - Atualizado em 12/07/2016 19h07
Por Redação com Jornal de Arapiraca/Sidinéia tavares 12/07/2016 16h04 Atualizado em 12/07/2016 19h07
Direção do Sinteal rebate acusação de vereador e diz que atual gestor mantém diálogo com Sindicato
Foto: Cortesia Roberto Baia
Após as acusações, por parte do vereador de Girau do Ponciano, Jarbinhas Barros (PRP) afirmando que diretores locais do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas (Sinteal) receberam propina e são omissos perante a Prefeitura de Girau do Ponciano, a diretoria regional do órgão educacional procurou a imprensa para rebater as acusações e dizer que repudia a postura do vereador.

Durante entrevista ao Jornal de Arapiraca, a diretora local do Sindicato e ex-presidente Regional do Sinteal, Juraci Pinheiro dos Santos, frisou que a gestão anterior, foi cheia de erros quando se refere a educação e que o antigo gestor não tinha diálogo com o sindicato, “inclusive durante uma de nossas manifestações na Câmara, um dos vereadores nos informou que para falar com o prefeito era preciso marcar uma vídeo conferência e com horário especificado. Informou que o prefeito tinha dois celulares e não costumava atender os telefonemas sequer dos vereadores”, desabafou.

Ela também diz que em 2007 o Sinteal encontrou um relatório de CGU descrevendo várias irregularidades em Girau do Ponciano, inclusive na área da educação, onde mostrava que em 2006 não foram pagos os valores referentes aos 60% do FUNDEB aos professores. “Em 2008 geramos um procedimento jurídico denunciando a Justiça Federal, que a Prefeitura não repassou a sobra do Fundeb para os professores, mas até hoje esse procedimento não foi finalizado. Inclusive os professores da cidade solicitaram a agilidade na Procuradoria Federal e a resposta é que o processo ainda está em tramite”, reclamou a diretora.

Ainda sobre a gestão anterior, a diretora do sindicato diz que em 2012 a Prefeitura negou o reajuste de 14% solicitado pelos professores. “O prefeito, que é primo desse vereador disse que não ter verba para realizar o reajuste. Mas era comprovado que a educação possuía tais recursos. Por isso fizemos greve e ocupamos a Câmara, foi nessa ocasião que nos informaram que o prefeito só atendia por vídeo conferência. O Sinteal todo ano faz esse cálculo por cidade. No fim do mandato, após empurrar a proposta com a barriga, o prefeito deu os 14% solicitados pela categoria como abono, não como reajuste, entendemos que se ele ganhasse a eleição retiraria o abono. Mas o novo prefeito, fez todo levantamento, descobriu que algumas pessoas tinham salários diferenciados para cargos iguais e realinhou os salários, assim como integrou os 14% do abono ao salário e a carreira e deu mais 5% de, ficando um total de 19% de reajuste para a educação”, ressaltou.

A diretora revela que sempre foi bem recebida pelos secretários municipais, mas afirma que eles não possuíam autonomia para resolver os problemas da educação. “Os conselhos na época eram, na maioria, indicados politicamente. Tivemos vários entraves de pagamento. Até para pagar os salários atrasados era preciso o Sindicato ir para a imprensa denunciar e solicitar o pagamento”.

Juraci Pinheiro dos Santos, afirma que as acusações de Jarbinhas contra o Sinteal são antigas. “Nessa gestão a gente não tem motivo para brigar, somos tratados com respeito, os reajustes e as tabelas são bem distribuídos, dentro da data base, ano passado foi dado o rateio sem precisar de luta. Por isso o vereador, querendo ampliar a importância dele, vem dizer que o novo prefeito comprou o Sinteal, e as pessoas acabam ridicularizando nosso órgão que tem muito respeito e uma grande história de lutas. Esse é o motivo desse desrespeito”, reclamou.

Em sua fala a diretora critica a postura do vereador Jarbinhas Barros afirmando que ele quer incitar uma discussão entre o Sindicato e a Prefeitura e diz que fatos assim só ocorrem porque o vereador sente-se desprestigiado politicamente. “Em momento algum a nossa diretoria se vendeu. Inclusive não existe diretoria do Sinteal em Girau do Ponciano. Ninguém quer ser representante do Sinteal lá, porque tem medo de represália política, como perseguição, transferência para uma escola longe na zona rural. Na época do Davi era bem pior. O Sinteal é que vai, sempre que necessário, até a cidade de Girau do do Ponciano, para cobrar os diretos dos profissionais da educação.

Perguntada se alguém que faz parte do sindicato possui cargo de confiança na Prefeitura de Girau do Ponciano, a diretora explica que membros do Sinteal sim, mas da diretoria do órgão não. “Realmente alguns membros que eram contra a gestão do Davi e não tinham medo, hoje estão ao lado do prefeito atual, são coordenadores, diretores. Mas o vereador não diz com as pessoas que estão lá, ele diz com o Sinteal, que é um órgão que nem tem representante lá”, reclamou.

Ela ressalta que quando Jarbinhas cita as pessoas que debatiam contra a antiga gestão e hoje estão ao lado da atual gestão ele devia apenas dizer que são filiados ao Sinteal que não pertencem à diretoria. “Quando ele diz que o Sinteal se vendeu, ele diz com o Sinteal entidade. Essa deve ser uma prática dele, porque o Sinteal é composto de pessoas sérias que nunca fizeram trapaças para subir”, desabafou.

Em nota a diretoria do Sinteal em Alagoas afirma que as denúncias do vereador evidenciam um enorme desconhecimento em relação a conduta da entidade sindical, são infundadas e precisarão serem provadas no âmbito da Justiça. “Seja através da diretoria executiva estadual, seja a partir dos núcleos regionais, nossa postura não admite “conluios” ou quaisquer outras “práticas” corruptivas, e qualquer “acusação” nesse nível precisará ser provada e comprovada, a partir de uma cabível e necessária ação judicial”, enfatizou a nota.

O Sindicato afirma ser vigilante perante as aplicações dos recursos da área educacional em todos os níveis (federal, estadual e municipal) e cobra dos gestores seriedade na aplicação dos recursos públicos. “Não podemos, portanto, admitir que “querelas políticas”, com seus interesses particulares ou o que possa ser, tentem, o mínimo ou o máximo que seja, atingir e manchar o nome da entidade”, informou.

Para finalizar o Sinteal Alagoas enfatizou que continuará defendendo seus associados e defendendo a construção de uma educação pública de qualidade e cidadã, “que é obrigação de todo e qualquer gestor, eleito pelo voto do popular”, encerrou a nota.

A diretora frisa que nenhum filiado ao Sinteal é proibido de pegar cargo comissionado ou mudar de cargo, “temos sim um ex-diretor que hoje ocupa um cargo de chefia, mas, atualmente, ele é apenas sindicalizado. Mas quem estiver dentro da diretoria do Sindicato não pode realizar essas práticas, por que compromete até a entidade. É uma prática proibida em estatuto”.