Em conversa gravada, Renan defende mudar lei da delação premiada; confira

Após vazarem conversas envolvendo o senador Romero Jucá (PMDB-RR), diálogos gravados de forma oculta, divulgados nesta quarta-feira pela Folha de S. Paulo, mostram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), dizendo ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que apoia a mudança da lei que trata da delação premiada. O objetivo seria evitar que presos colaborem com as investigações, que é o principal procedimento usado na Operação Lava-Jato.
Nos trechos divulgados, Renan sugere ainda que poderia "negociar" com membros do Supremo Tribunal Federal (STF) "a transição" de Dilma Rousseff, presidente hoje afastada. Machado e Renan são alvos da Lava-Jato. Desde março, temendo ser preso, Machado teria gravado pelo menos duas conversas entre ambos, com o objetivo de negociar acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava-Jato. A homologação da delação já teria sido feita pelo ministro Teori Zavascki, segundo o jornal Valor Econômico.
Em um dos diálogos com Renan, Machado sugeriu "um pacto", que seria "passar uma borracha no Brasil". Renan responde: "Antes de passar a borracha, precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo (inaudível) fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a delação".
A mudança defendida pelo peemedebista, se efetivada, poderia beneficiar Machado. Ele procurou Jucá, Renan e o ex-presidente José Sarney (PMDB) porque temia ser preso e virar réu colaborador. "Ele está querendo me seduzir, porra. (...) Mandando recado", disse Machado a Renan em referência ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Renan, na conversa, também ataca uma decisão do STF tomada no ano passado, de manter uma pessoa presa após a sua segunda condenação.
O presidente do Senado ainda fala em negociar a transição com membros do STF, embora o áudio não permita estabelecer com precisão o que ele pretende. Machado, para quem os ministros "têm que estar juntos", quis saber por que Dilma não "negocia" com os membros do Supremo. Renan respondeu: "Porque todos estão putos com ela".
Para Renan, os políticos todos "estão com medo" da Lava-Jato. "Aécio (Neves, presidente do PSDB) está com medo. (me procurou) 'Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa'", contou Renan, em referência à delação de Delcídio Amaral (ex-PT-MS), que fazia citação ao tucano.
Renan disse que uma delação da empreiteira Odebrecht "vai mostrar as contas", em provável referência à campanha eleitoral de Dilma. Machado respondeu que "não escapa ninguém de nenhum partido". "Do Congresso, se sobrarem cinco ou seis, é muito. Governador, nenhum". O peemedebista manifestou contrariedade ao saber, pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), esteve com Michel Temer em março.
Em dois pontos das conversas, Renan e Machado falam sobre contatos do senador e de Dilma com a mídia, citando o diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, e o vice-presidente Institucional e Editorial do Grupo Globo, João Roberto Marinho. Renan diz que Frias reconheceu "exageros" na cobertura da Lava-Jato e diz que Marinho afirmou a Dilma que havia um "efeito manada" contra seu governo.
Contrapontos
Renan Calheiros: por meio de sua assessoria, o presidente do Senado informou à Folha que os "diálogos não revelam, não indicam, nem sugerem qualquer menção ou tentativa de interferir na Lava-Jato ou soluções anômalas. E não seria o caso porque nada vai interferir nas investigações". Segundo a assessoria, "todas as opiniões do senador foram publicamente noticiadas pelos veículos de comunicação, como as críticas ao ex-presidente da Câmara, a possibilidade de alterar a lei de delações para, por exemplo, agravar as penas de delações não confirmadas e as notícias sobre delações de empreiteiras foram fartamente veiculadas". "Em relação ao senador Aécio Neves, o senador Renan Calheiros de desculpa porque se expressou inadequadamente. Ele se referia a um contato do senador mineiro que expressava indignação -e não medo- com a citação do ex-senador Delcídio do Amaral." A nota diz ainda que "o senador Renan Calheiros tem por hábito receber todos aqueles que o procuram. Nas conversas que mantém habitualmente defende com frequência pontos de vista e impressões sobre o quadro. Todas os pontos de vista, evidentemente, dentro da Lei e da Constituição".
STF: a assessoria informou à Folha que o presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski, "jamais manteve conversas sobre supostas 'transição' ou 'mudanças na legislação penal' com as pessoas citadas", isto é, Renan Calheiros e Sérgio Machado. Segundo a nota, o STF "mantém relacionamento institucional com os demais Poderes" e o ministro Lewandowski "participou de diversos encontros, constantes de agenda pública, com integrantes do Poder Executivo para tratar do Orçamento do Judiciário e do reajuste dos salários de servidores e magistrados".
Executiva Nacional do PSDB: informou, em nota enviada à Folha, que vai "acionar na Justiça" o ex-presidente da Transpetro. A sigla diz ser "inaceitável essa reiterada tentativa de acusar sem provas em busca de conseguir benefícios de uma delação premiada". "Fica cada vez mais clara a tentativa deliberada e criminosa do senhor Sérgio Machado de envolver em suspeições o PSDB e o nome do senador Aécio Neves, em especial, sem apontar um único fato que as justifique. As gravações se limitam a reproduzir comentários feitos pelo próprio autor, com o objetivo específico de serem gravados e divulgados." "Sobre a referência ao diálogo entre os senadores Aécio Neves e Renan Calheiros, o senador Aécio manifestou a ele o que já havia manifestado publicamente inúmeras vezes: a sua indignação com as falsas citações feitas ao seu nome."
Sérgio Machado: não é localizado desde a semana passada.
Nos trechos divulgados, Renan sugere ainda que poderia "negociar" com membros do Supremo Tribunal Federal (STF) "a transição" de Dilma Rousseff, presidente hoje afastada. Machado e Renan são alvos da Lava-Jato. Desde março, temendo ser preso, Machado teria gravado pelo menos duas conversas entre ambos, com o objetivo de negociar acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava-Jato. A homologação da delação já teria sido feita pelo ministro Teori Zavascki, segundo o jornal Valor Econômico.
Em um dos diálogos com Renan, Machado sugeriu "um pacto", que seria "passar uma borracha no Brasil". Renan responde: "Antes de passar a borracha, precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo (inaudível) fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a delação".
A mudança defendida pelo peemedebista, se efetivada, poderia beneficiar Machado. Ele procurou Jucá, Renan e o ex-presidente José Sarney (PMDB) porque temia ser preso e virar réu colaborador. "Ele está querendo me seduzir, porra. (...) Mandando recado", disse Machado a Renan em referência ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Renan, na conversa, também ataca uma decisão do STF tomada no ano passado, de manter uma pessoa presa após a sua segunda condenação.
O presidente do Senado ainda fala em negociar a transição com membros do STF, embora o áudio não permita estabelecer com precisão o que ele pretende. Machado, para quem os ministros "têm que estar juntos", quis saber por que Dilma não "negocia" com os membros do Supremo. Renan respondeu: "Porque todos estão putos com ela".
Para Renan, os políticos todos "estão com medo" da Lava-Jato. "Aécio (Neves, presidente do PSDB) está com medo. (me procurou) 'Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa'", contou Renan, em referência à delação de Delcídio Amaral (ex-PT-MS), que fazia citação ao tucano.
Renan disse que uma delação da empreiteira Odebrecht "vai mostrar as contas", em provável referência à campanha eleitoral de Dilma. Machado respondeu que "não escapa ninguém de nenhum partido". "Do Congresso, se sobrarem cinco ou seis, é muito. Governador, nenhum". O peemedebista manifestou contrariedade ao saber, pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), esteve com Michel Temer em março.
Em dois pontos das conversas, Renan e Machado falam sobre contatos do senador e de Dilma com a mídia, citando o diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, e o vice-presidente Institucional e Editorial do Grupo Globo, João Roberto Marinho. Renan diz que Frias reconheceu "exageros" na cobertura da Lava-Jato e diz que Marinho afirmou a Dilma que havia um "efeito manada" contra seu governo.
Contrapontos
Renan Calheiros: por meio de sua assessoria, o presidente do Senado informou à Folha que os "diálogos não revelam, não indicam, nem sugerem qualquer menção ou tentativa de interferir na Lava-Jato ou soluções anômalas. E não seria o caso porque nada vai interferir nas investigações". Segundo a assessoria, "todas as opiniões do senador foram publicamente noticiadas pelos veículos de comunicação, como as críticas ao ex-presidente da Câmara, a possibilidade de alterar a lei de delações para, por exemplo, agravar as penas de delações não confirmadas e as notícias sobre delações de empreiteiras foram fartamente veiculadas". "Em relação ao senador Aécio Neves, o senador Renan Calheiros de desculpa porque se expressou inadequadamente. Ele se referia a um contato do senador mineiro que expressava indignação -e não medo- com a citação do ex-senador Delcídio do Amaral." A nota diz ainda que "o senador Renan Calheiros tem por hábito receber todos aqueles que o procuram. Nas conversas que mantém habitualmente defende com frequência pontos de vista e impressões sobre o quadro. Todas os pontos de vista, evidentemente, dentro da Lei e da Constituição".
STF: a assessoria informou à Folha que o presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski, "jamais manteve conversas sobre supostas 'transição' ou 'mudanças na legislação penal' com as pessoas citadas", isto é, Renan Calheiros e Sérgio Machado. Segundo a nota, o STF "mantém relacionamento institucional com os demais Poderes" e o ministro Lewandowski "participou de diversos encontros, constantes de agenda pública, com integrantes do Poder Executivo para tratar do Orçamento do Judiciário e do reajuste dos salários de servidores e magistrados".
Executiva Nacional do PSDB: informou, em nota enviada à Folha, que vai "acionar na Justiça" o ex-presidente da Transpetro. A sigla diz ser "inaceitável essa reiterada tentativa de acusar sem provas em busca de conseguir benefícios de uma delação premiada". "Fica cada vez mais clara a tentativa deliberada e criminosa do senhor Sérgio Machado de envolver em suspeições o PSDB e o nome do senador Aécio Neves, em especial, sem apontar um único fato que as justifique. As gravações se limitam a reproduzir comentários feitos pelo próprio autor, com o objetivo específico de serem gravados e divulgados." "Sobre a referência ao diálogo entre os senadores Aécio Neves e Renan Calheiros, o senador Aécio manifestou a ele o que já havia manifestado publicamente inúmeras vezes: a sua indignação com as falsas citações feitas ao seu nome."
Sérgio Machado: não é localizado desde a semana passada.
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