MPE espera posicionamento do TJ/AL para extinção das torcidas em Alagoas

Por Redação com Gazetaweb 10/05/2016 15h03 - Atualizado em 10/05/2016 18h06
Por Redação com Gazetaweb 10/05/2016 15h03 Atualizado em 10/05/2016 18h06
MPE espera posicionamento do TJ/AL para extinção das torcidas em Alagoas
Foto: Divulgação
O procurador-geral de Justiça de Alagoas, Sérgio Jucá, declarou, nesta terça-feira (10), que a presença de torcidas organizadas nos estádios alagoanos é 'uma tragédia anunciada'. O procurador lembrou que, em 2005, o Ministério Público de Alagoas (MPE) pediu ao Poder Judiciário a extinção das organizadas, mas a solicitação foi negada e até o momento um recurso contra a decisão não foi analisado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL). A declaração de Jucá se dá dois dias após o registro de uma briga generalizada no estádio Rei Pelé, após partida da final do Alagoano.
De acordo com o procurador, a petição que pede a dissolução das torcidas ao Tribunal de Justiça foi confeccionada pelo promotor de Justiça Max Martins, da Promotoria de Defesa do Consumidor. Na peça, Sérgio Jucá ressalta que o Ministério Público apontou que existia a possibilidade de ocorrer uma tragédia de grandes proporções nos estádios alagoanos. Após as agressões entre torcedores, o secretário de Segurança Pública de Alagoas, Lima Jr, também vai pedir o fim das organizadas no estado.

"São 11 anos de uma espera sem tamanho. É importante que o Poder Judiciário decida sobre o recurso de apelação apresentado pelo MPE. A demora do processo mostra que a presença das torcidas é uma tragédia anunciada. Isso porque lá atrás, há mais de uma década, mostramos a necessidade de resolver essa questão de uma vez por todas. Os estádios são espaços para torcedores de verdade, para família. Sabemos que não é local para brigas e confusão", expôs.

Jucá esclareceu que o Ministério Público de Alagoas não seria contra as torcidas se não houvesse registros de violência entre os integrantes dessas agremiações ao longo dos últimos anos. Segundo Sérgio Jucá, os levantamentos das autoridades da Segurança Pública de Alagoas apontam que há alguns anos as organizadas reúnem "vândalos, baderneiros e criminosos", segundo informações da Gazetaweb.

"Sou torcedor e há mais de 20 anos deixei de ir aos estádios por medo. Inclusive, deixei de levar filhos e netos. O que aconteceu domingo no Rei Pelé, com aquelas cenas lamentáveis, o MPE tentou evitar em 2005. Mais dia, menos dia, essa tragédia iria acontecer. Nós vimos o absurdo registrado no Rei Pelé", pontou, ressaltando que a Assembleia de Alagoas deve manter o veto governamental ao projeto de lei que pede a liberação de bebidas alcoólicas nos estádios.