Maus-tratos a animais são flagrados em rodeio no interior de Alagoas

Por G1- AL 23/03/2016 16h04 - Atualizado em 24/03/2016 16h04
Por G1- AL 23/03/2016 16h04 Atualizado em 24/03/2016 16h04
Maus-tratos a animais são flagrados em rodeio no interior de Alagoas
Foto: Divulgação/ Ilustração
Um espetáculo que tem atraído pessoas de vários cantos do interior de Alagoas foi flagrado cometendo crime ambiental ao maltratar animais em arenas de rodeio. A reportagem da TV Gazeta foi até um desses shows e flagrou animais em exposição ao público sendo desafiados e vítimas de agressões.

Além do torneio em si, são feitas várias brincadeiras com o platéia e com os animais em competições que valem prêmios dinheiro.

Um dos organizadores, Rosivaldo Tenório, disse que o evento funciona dentro da legalidade. Ele afirmou também não haver maus-tratos dentro dos jogos e que as brincadeiras vão continuar sendo feitas nas apresentações. Até o mês de junho, a arena vai passar por 15 cidades no estado.

Em um dos jogos, as pessoas são desafiadas a montar em um burro chamado "diabo loiro", onde até três homens tentam montar de uma só vez no animal. Em um outro jogo, vários homens entram na arena com o animal e tentam derrubá-lo. O boi é cercado, fica acuado e avança.

Em outra modalidade da apresentação, os homens chegam a jogar areia nos olhos do animal para provocá-lo. O mesmo também é feito com bezerros. Competidores usam a força para agarrar o bicho pelo pescoço e dominá-lo até ele cair no chão. O uso de chicotes também é bem comum.

Um dos participantes fala com empolgação sobre a brincadeira de derrubar o bezerro no chão. "A satisfação é só de chegar e dominar o animal".

Assim como ele, a plateia também não vê problema nos jogos. “'Tá não [machucando] porque demora pouco tempo os meninos pegando eles [animais]. Demora pouco tempo”, diz uma senhora da plateia.

A Comissão de Bem-estar Animal da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) assistiu as imagens gravadas pela equipe de reportagem e disse que o responsável tem que acabar com as “brincadeiras” urgentemente.

"Eles [responsáveis] vão ser chamados para prestar esclarecimentos e vai ser pedido que cesse imediatamente com a prática. Obviamente que um processo futuro contra ele vai continuar. Ele é chamado à delegacia, é aberto um inquérito. Vai ser feita toda uma averiguação do que foi colhido como prova e futuramente pode sim ter uma ação judicial. Se ele continuar com a prática, é claro que será responsabilizado e ele já está abarcado pela legislação de crimes ambientais", disse a presidente da Comissão, Rosana Jambo.