Polícia investiga novo golpe e deve ouvir direção do HGE

Por Redação com Gazetaweb 21/01/2016 11h11
Por Redação com Gazetaweb 21/01/2016 11h11
Polícia investiga novo golpe e deve ouvir direção do HGE
Foto: Divulgação
A Polícia Civil de Alagoas (PC) instaurou inquérito para apurar o novo golpe que estaria sendo aplicado no Hospital Geral do Estado (HGE) e deve ouvir a direção da unidade. Segundo denúncias, parentes de pacientes são obrigados a pagar quantias em dinheiro por falsos procedimentos médicos.

O delegado do 6º Distrito Policial (DP), Robervaldo Davino, disse que, até agora, já colheu depoimento de uma das vítimas, identificada como Lucélia e que informou ter pago duas quantias: R$ 1.500 para exames e R$ 1.200 para custear medicamentos. "Vamos ouvir agora outras pessoas. Quem for necessário para a investigação", ressaltou.

Além de Lucélia, outra pessoa também teria caído no golpe. Robervaldo alertou para que os familiares de internos no HGE fiquem atentos. "Ela ainda conseguiu resgatar um dos valores, mas o outro foi perdido. É preciso que as pessoas fiquem atentas e procurem saber o que de fato o paciente precisa, investiguem e também informem à polícia".

O inquérito tem um prazo de 30 dias para ser concluído e remetido à Justiça. A direção da unidade hospitalar afirmou que vai colaborar com as investigações e, de acordo com a diretora do Hospital Geral do Estado, Verônica Omena, não há conivência da gestão com a prática.

"Não existe conivência para isso e não temos conhecimento de quem está realizando essa prática. Estamos abertos para esclarecer esses fatos e agora é competência da polícia investigar se isso aconteceu com a participação de alguém do hospital", destacou, acrescentando que todos os procedimentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde sem a cobrança de qualquer valor.

Segundo ela, o controle das pessoas que entram no hospital já é feito com rigor. "Todas as pessoas que entram no HGE são identificadas, sejam funcionários, estudantes, colaboradores e familiares. Já existe esse controle e a identificação de todos é feita", ressaltou Verônica Omena.

Máfia das funerárias

Outro esquema denunciado ao Ministério Público Estadual (MPE) também está sendo investigado pela Polícia Civil. Uma máfia existente no HGE há mais de 30 anos envolveria 22 funerárias de Alagoas, que deixavam os usuários limitados na hora de contratar os serviços funerários em caso de morte dos pacientes internados.

A polícia informou que as gestões eram coniventes e, ao todo, 13 pessoas foram presas numa operação deflagrada pela Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), da Polícia Civil, sendo 10 representantes das funerárias e três que se passavam por funcionários do hospital.

Em entrevista coletiva no último dia 7, os delegados Ronilson Medeiros, chefe da Deic, e Manoel Acácio Júnior divulgaram que, todos os dias, uma destas funerárias concorria ao plantão, com interesse de conquistar os prováveis clientes. Três funcionários trabalhavam no necrotério preparando os corpos para o sepultamento e também rodavam pelo hospital oferecendo o serviço.

  O Já é Notícia também está no FacebookInstagram e no Twitter.