Mercado de séries vive 'bolha' e deve entrar em crise em 2017
O diagnóstico é direto e cruel: o mercado de séries está saturado e vive uma "bolha" que vai "estourar" em dois anos. A previsão é do presidente dos canais FX, John Landgraf, um dos nomes mais influentes da indústria de entretenimento televisivo norte-americana. A declaração foi feita no seminário da TCA (Associação dos Críticos de Televisão dos Estados Unidos), que se encerrou na última quinta (13), e repercutiu nos principais veículos norte-americanos.
As redes abertas, canais pagos, serviços de vídeo sob demanda e até plataformas de videogame vão produzir neste ano cerca de 400 séries nos Estados Unidos, quase o dobro de 2011, quando foram realizados 211 títulos. Para Landgraf, é muita coisa. "Vamos atingir o topo da TV nos Estados Unidos. Depois disso vai haver uma queda, que vai perdurar nos anos seguintes”.
Segundo o executivo, o mercado de séries está saturado. O público não vai conseguir acompanhar tantas produções, e os publicitários e anunciantes vão focar seus recursos apenas nas séries mais populares, exibidas em redes tradicionais.
Esse boom se deve, em grande parte, pela proliferação de séries em canais e meios não convencionais. Os novos "players" serão os primeiros a sentir a crise, de acordo com Landgraf. Hoje, até plataformas de videogames, como PlayStation e Xbox, estão produzindo séries. Sem deixar de fora o Yahoo!, que recuperou a comédia Community, cancelada pela NBC, e o site de vídeo on demand Hulu, que fez o mesmo com Mindy Project, cortada pela Fox.
O enorme catálogo de séries espalha boas atrações que se perdem em vários canais (veja galeria abaixo). Mas isso também causa um efeito adverso, pois o telespectador é muito influenciado pela crítica especializada, escalada para determinar se uma produção vale a pena ser conferida ou não. Isso leva o público a descartar uma série mal avaliada e ir atrás de outro produto. Assim, atrações interessantes são canceladas. É o caso de The Comedians, do FX, usada como exemplo por Landgraf.
Boas séries perdidas em canais não convencionais
Protagonizada pelas atrizes Abbi Jacobson e Ilana Glazer, a comédia Broad City (Comedy Central) mostra a rotina maluca de duas jovens solteiras em Nova York, com maconha e sexo casual como parte do roteiro
"Infelizmente, The Comedians teve de ser cancelada. Vocês [imprensa] e o público estão tão estufados pelo volume gigantesco de séries que é difícil alguém dar uma segunda chance para uma atração que vocês [imprensa] rejeitaram", desabafou o presidente do FX. A comédia estrelada por Billy Crystal era uma das principais apostas do canal neste ano. Não passou de 13 episódios.
Caso UnReal
Os canais de renome como HBO, AMC, Fox e CBS, por exemplo, vão sobreviver à crise porque "marcas são extremamente importantes, servem como filtros para o público", ressaltou Landgraf.
Enquanto esse tempo não chega, séries em canais menores conseguem sobreviver e brilham. É o caso de UnReal, do canal pago Lifetime. O drama sobre os bastidores de um reality de namoro é o maior sucesso da atual summer season (temporada de lançamento de novas série entre junho e agosto).
A trama de UnReal está sendo comparada com Breaking Bad. Mas, no caso, é uma mocinha que vira vilã, para agradar ao público essencialmente feminino do Lifetime. É apenas a segunda produção original do canal, depois de Devious Maids, e nenhum dos dez episódios da primeira temporada teve audiência de mais de um milhão de telespectadores. Se a análise de Landgraf for verdadeira, UnReal deve atingir uma público maior no ano que vem, indo de encontro às recomendações da imprensa.
As redes abertas, canais pagos, serviços de vídeo sob demanda e até plataformas de videogame vão produzir neste ano cerca de 400 séries nos Estados Unidos, quase o dobro de 2011, quando foram realizados 211 títulos. Para Landgraf, é muita coisa. "Vamos atingir o topo da TV nos Estados Unidos. Depois disso vai haver uma queda, que vai perdurar nos anos seguintes”.
Segundo o executivo, o mercado de séries está saturado. O público não vai conseguir acompanhar tantas produções, e os publicitários e anunciantes vão focar seus recursos apenas nas séries mais populares, exibidas em redes tradicionais.
Esse boom se deve, em grande parte, pela proliferação de séries em canais e meios não convencionais. Os novos "players" serão os primeiros a sentir a crise, de acordo com Landgraf. Hoje, até plataformas de videogames, como PlayStation e Xbox, estão produzindo séries. Sem deixar de fora o Yahoo!, que recuperou a comédia Community, cancelada pela NBC, e o site de vídeo on demand Hulu, que fez o mesmo com Mindy Project, cortada pela Fox.
O enorme catálogo de séries espalha boas atrações que se perdem em vários canais (veja galeria abaixo). Mas isso também causa um efeito adverso, pois o telespectador é muito influenciado pela crítica especializada, escalada para determinar se uma produção vale a pena ser conferida ou não. Isso leva o público a descartar uma série mal avaliada e ir atrás de outro produto. Assim, atrações interessantes são canceladas. É o caso de The Comedians, do FX, usada como exemplo por Landgraf.
Boas séries perdidas em canais não convencionais
Protagonizada pelas atrizes Abbi Jacobson e Ilana Glazer, a comédia Broad City (Comedy Central) mostra a rotina maluca de duas jovens solteiras em Nova York, com maconha e sexo casual como parte do roteiro
"Infelizmente, The Comedians teve de ser cancelada. Vocês [imprensa] e o público estão tão estufados pelo volume gigantesco de séries que é difícil alguém dar uma segunda chance para uma atração que vocês [imprensa] rejeitaram", desabafou o presidente do FX. A comédia estrelada por Billy Crystal era uma das principais apostas do canal neste ano. Não passou de 13 episódios.
Caso UnReal
Os canais de renome como HBO, AMC, Fox e CBS, por exemplo, vão sobreviver à crise porque "marcas são extremamente importantes, servem como filtros para o público", ressaltou Landgraf.
Enquanto esse tempo não chega, séries em canais menores conseguem sobreviver e brilham. É o caso de UnReal, do canal pago Lifetime. O drama sobre os bastidores de um reality de namoro é o maior sucesso da atual summer season (temporada de lançamento de novas série entre junho e agosto).
A trama de UnReal está sendo comparada com Breaking Bad. Mas, no caso, é uma mocinha que vira vilã, para agradar ao público essencialmente feminino do Lifetime. É apenas a segunda produção original do canal, depois de Devious Maids, e nenhum dos dez episódios da primeira temporada teve audiência de mais de um milhão de telespectadores. Se a análise de Landgraf for verdadeira, UnReal deve atingir uma público maior no ano que vem, indo de encontro às recomendações da imprensa.
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