Médica perita do INSS é levada para depor em operação da PF em Maceió

Por Redação com G1 Alagoas 23/06/2015 11h11
Por Redação com G1 Alagoas 23/06/2015 11h11
Médica perita do INSS é levada para depor em operação da PF em Maceió
Foto: Divulgação
A operação da Polícia Federal desencadeada na manhã desta terça-feira (23) em Alagoas, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e Distrito Federal começa a ter desdobramentos. Em Maceió, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e condução coercitiva contra uma médica perita do INSS, que é quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento.

A operação pretende desarticular uma organização criminosa que cometia fraudes contra o INSS. Os agentes da PF apreenderam um veículo modelo HB20 de propriedade da médica perita Maria Elaine Bainor, que foi conduzida à sede da PF.

Segundo a polícia, as investigações começaram após a corporação constatar uma fraude de R$ 6 milhões, atingindo 51 benefícios. Na segunda fase de apuração, o montante do prejuízo passou para R$ 31 milhões, em aproximadamente 400 benefícios em todo o país. A PF informou que se todos os fraudadores recebessem seus benefícios indevidamente até a expectativa de vida de cada um, o prejuízo poderia chegar a cerca de R$ 170 milhões.

A suspeita é de que Maria Elaine recebia R$ 4 mil por benefício concedido. Ela foi encontrada em casa, no bairro do Barro Duro. Segundo a polícia, a médica perita morava na cidade de Formosa, em Goiás, mas após ser ameaçada, se mudou para Alagoas, onde começou a trabalhar recentemente.

Até as 10h20, três mandados de prisão temporária haviam sido cumpridos. Outras três pessoas foram presas em flagrante durante a operação, por porte ilegal de arma. A PF não informou onde ocorreram as prisões.

Cerca de 300 policiais federais cumprem, ao todo, 78 mandados de busca e apreensão, 4 de prisão temporária e 70 de condução coercitiva nas regiões. Também participam da ação 60 servidores da Previdência Social. Os mandados são cumpridos em Formosa (GO), Goiânia (GO), Palmas (TO), Maceió (AL), Uberlândia (MG), Buritis (MG) e Distrito Federal.

De acordo com a PF, o grupo atuava em duas frentes das fraudes – benefícios urbanos e rurais. Para desviar os recursos públicos, alguns servidores da Previdência Social inseriam dados falsos em sistemas previdenciários, concedendo benefícios a quem não tinha direito, informou a polícia.

Os benefícios rurais eram concedidos com auxílio de declarações falsas do Sindicato Rural local, segundo as investigações. O esquema criminoso contava com apoio de despachantes, contadores, empresários, atravessadores junto ao INSS, podendo ter a participação de advogados.

'Lapa da Pedra'

A operação foi batizada de "Lapa da Pedra" em referência a um sítio arqueológico em Formosa, em Goiás, cujas marcas deixadas pelos paleolíndios possibilitaram sua descoberta. O mesmo ocorreu com "as marcas deixadas pela organização criminosa", diz a PF. 


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