Com os olhos no passado, Titãs lança o melhor disco em duas décadas

Os últimos trabalhos de estúdio dos Titãs vieram cercados de desconfiança e de uma incômoda e posterior certeza: a banda, principal expoente do rock paulista dos anos 1980, não era nem a sombra de outrora.
Desde o arrombo comercial de seu projeto "Acústico" (1997), perdeu não só integrantes e credibilidade, mas o que mais lhe poderia fazer falta: a boa verve criativa.
E é exatamente essa velha capacidade de compor boas músicas que reapareceu em "Nheengatu", 14º álbum do grupo que chega cinco anos após o esquecível "Sacos Plásticos" (2009). Oficialmente como um quarteto, Paulo Miklos, Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto encontraram em sua formação mais enxuta seu melhor disco de inéditas desde "Domingo", de 1995.
A fórmula encontrada parece ter sido simples: uma mistura sonora de tudo o que foi feito desde a formação até o início dos anos 1990, com fortes ecos do clássico "Cabeça Dinossauro" (1986). Este disco, por sinal, foi tocado na íntegra pouco antes das gravações de "Nheengatu", na turnê comemorativa de 25 anos de lançamento, o que pode ter influenciado a estrutura das novas 14 faixas, quase todas com menos de três minutos de duração.
Bem-vindas, músicas como "Fardado" --uma espécie de atualização de "Polícia"--, "Pedofilia", "Baião de Dois" e "Senhor" apostam em um peso que parecia perdido em algum momento das últimas duas décadas.
Em maior ou menor grau, esse clima direto contamina o restante de um álbum desprovido de baladas, que traz de volta gritos, palavrões e a clássica pegada virulenta dos Titãs. Nada de solos, firulas ou canções sacarídeas.
A cadenciada "Mensageiro da Desgraçada", que dá voz aos moradores de rua do centro de São Paulo ("Sigo o rumo da floresta / No Viaduto do Chá / Na selva de concreto / Estou pronto para lutar"), aparece como destaque do álbum, que também encontra brilho em "Chega ao Brasil", com seus riffs oitentistas, e na irônica e martelante "Fala Renata".
Cantada por Branco Mello, a versão para "Canalha" do "maldito" Walter Franco remete a algo de Engenheiros do Hawaii que desemboca em um inusitado final apocalíptico, digno dos primeiros discos do Black Sabbath.
Já "República dos Bananas", espécie de "Dívidas" do novo milênio, joga com situações de humor irônico, outro elemento que volta à baila. A letra é uma parceria de Branco Mello com o cartunista Angeli e o ator/palhaço Hugo Possolo (do grupo Parlapatões).
Mesmo nos momentos sonoramente mais leves de "Nheengatu" o discurso afiado muda pouco. A exemplo de "Quem São os Animais?", que fecha o disco e poderia estar tranquilamente em uma propagada anti-preconceito na televisão.
"Te chamam de viado e vivem no passado / Te chamam de macaco e inventam o teu pecado", grita Britto, como em bons tempos, colocando ponto final naquele que pode ser o último grande disco dos Titãs --ou apenas o primeiro de uma nova fase.
Desde o arrombo comercial de seu projeto "Acústico" (1997), perdeu não só integrantes e credibilidade, mas o que mais lhe poderia fazer falta: a boa verve criativa.
E é exatamente essa velha capacidade de compor boas músicas que reapareceu em "Nheengatu", 14º álbum do grupo que chega cinco anos após o esquecível "Sacos Plásticos" (2009). Oficialmente como um quarteto, Paulo Miklos, Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto encontraram em sua formação mais enxuta seu melhor disco de inéditas desde "Domingo", de 1995.
A fórmula encontrada parece ter sido simples: uma mistura sonora de tudo o que foi feito desde a formação até o início dos anos 1990, com fortes ecos do clássico "Cabeça Dinossauro" (1986). Este disco, por sinal, foi tocado na íntegra pouco antes das gravações de "Nheengatu", na turnê comemorativa de 25 anos de lançamento, o que pode ter influenciado a estrutura das novas 14 faixas, quase todas com menos de três minutos de duração.
Bem-vindas, músicas como "Fardado" --uma espécie de atualização de "Polícia"--, "Pedofilia", "Baião de Dois" e "Senhor" apostam em um peso que parecia perdido em algum momento das últimas duas décadas.
Em maior ou menor grau, esse clima direto contamina o restante de um álbum desprovido de baladas, que traz de volta gritos, palavrões e a clássica pegada virulenta dos Titãs. Nada de solos, firulas ou canções sacarídeas.
A cadenciada "Mensageiro da Desgraçada", que dá voz aos moradores de rua do centro de São Paulo ("Sigo o rumo da floresta / No Viaduto do Chá / Na selva de concreto / Estou pronto para lutar"), aparece como destaque do álbum, que também encontra brilho em "Chega ao Brasil", com seus riffs oitentistas, e na irônica e martelante "Fala Renata".
Cantada por Branco Mello, a versão para "Canalha" do "maldito" Walter Franco remete a algo de Engenheiros do Hawaii que desemboca em um inusitado final apocalíptico, digno dos primeiros discos do Black Sabbath.
Já "República dos Bananas", espécie de "Dívidas" do novo milênio, joga com situações de humor irônico, outro elemento que volta à baila. A letra é uma parceria de Branco Mello com o cartunista Angeli e o ator/palhaço Hugo Possolo (do grupo Parlapatões).
Mesmo nos momentos sonoramente mais leves de "Nheengatu" o discurso afiado muda pouco. A exemplo de "Quem São os Animais?", que fecha o disco e poderia estar tranquilamente em uma propagada anti-preconceito na televisão.
"Te chamam de viado e vivem no passado / Te chamam de macaco e inventam o teu pecado", grita Britto, como em bons tempos, colocando ponto final naquele que pode ser o último grande disco dos Titãs --ou apenas o primeiro de uma nova fase.
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