Racionamento de água já afeta 142 municípios em 11 Estados
Diante da escassez de chuvas, o racionamento de água já é uma realidade em pelo menos 142 cidades do país, onde vivem ao todo cerca de 6 milhões de pessoas.
Em outros 47 municípios, a situação é ainda mais crítica: diante de um colapso no abastecimento, moradores convivem com torneiras completamente secas.
Os dados fazem parte de levantamento da Folha junto a empresas de saneamento e governos. Ao todo, 11 Estados relatam dificuldades.
Com reservatórios e mananciais quase secos, companhias de abastecimento dizem não ter visto situação tão grave em ao menos 20 anos.
Entre os motivos estão o calor e a falta de chuvas, o que leva à alta no consumo.
No Nordeste, a seca prolongada, a maior em 50 anos, castiga os municípios. Além das cidades prejudicadas, outras 30 já correm risco de ter de reduzir o fornecimento.
Em Alagoas, Ceará e Bahia, por exemplo, 72 municípios enfrentam rodízio de água, medida de economia mantida neste verão e que se estende desde a seca de 2012.
Em Itu (SP), boa parte da cidade passa o dia sem água. Na região central, por exemplo, só há abastecimento das 17h às 6h. Bairros mais afastados, como o Pirapitingui, só recebem água entre o fim da tarde e a madrugada e apenas uma vez a cada três dias.
Editoria de Arte/Folhapress
"Estou há 13 dias sem água", diz Ana Kelli Medeiros, 29, mãe de Sofia, de apenas um mês. "A cada dia preciso dar banho nela em um lugar diferente. Ontem, foi na casa da cunhada. Anteontem, comprei água mineral."
A falta de água gera efeitos colaterais, como em Pará de Minas (MG), onde a preocupação agora é com a dengue. Como os moradores começaram a estocar água em tambores, a prefeitura passou a distribuir telas protetoras.
Em Valinhos (SP), cerca de quatro toneladas de peixes tiveram de ser transferidos de uma lagoa para outra devido ao nível crítico de uma barragem onde se capta a água.
Na contenção do consumo, prefeituras também apelam para a criatividade. É o caso de Balneário Camboriú (SC), onde a prefeitura já chegou a cortar a água dos 40 chuveiros da praia como uma forma de fazer turistas e moradores aprenderem a economizar.
ALTO CONSUMO
O brasileiro utiliza em média 150 litros de água por dia, segundo a Aesbe (associação brasileira das empresas estaduais de saneamento).
No verão, há em geral aumento de 15% a 20% no consumo. Mas, neste ano, para amenizar o forte calor, usou-se até 30% a mais de água.
A isso soma-se a histórica falta de controle de vazamentos ou de fraude nos hidrômetros, além de ligações clandestinas. "A perda de água no Brasil ainda é assustadora", diz José Carlos Barbosa, presidente da Aesbe. "Temos cidades e Estados que perdem mais de 50% da água captada. Razoável seria até 30%."
Para Barbosa, faltam investimentos, por exemplo, na troca de tubulações velhas. Há redes com 60 anos, quando deveriam ter até 20.
O verão mais seco é resultado de diferentes fatores. Enquanto no Nordeste o rodízio está ligado à seca, no Sudeste e no Sul a situação é explicada por um bloqueio atmosférico, que impede frentes frias. Ambas as situações são atípicas, diz Fábio Rocha, meteorologista do Cptec/Inpe.
Em outros 47 municípios, a situação é ainda mais crítica: diante de um colapso no abastecimento, moradores convivem com torneiras completamente secas.
Os dados fazem parte de levantamento da Folha junto a empresas de saneamento e governos. Ao todo, 11 Estados relatam dificuldades.
Com reservatórios e mananciais quase secos, companhias de abastecimento dizem não ter visto situação tão grave em ao menos 20 anos.
Entre os motivos estão o calor e a falta de chuvas, o que leva à alta no consumo.
No Nordeste, a seca prolongada, a maior em 50 anos, castiga os municípios. Além das cidades prejudicadas, outras 30 já correm risco de ter de reduzir o fornecimento.
Em Alagoas, Ceará e Bahia, por exemplo, 72 municípios enfrentam rodízio de água, medida de economia mantida neste verão e que se estende desde a seca de 2012.
Em Itu (SP), boa parte da cidade passa o dia sem água. Na região central, por exemplo, só há abastecimento das 17h às 6h. Bairros mais afastados, como o Pirapitingui, só recebem água entre o fim da tarde e a madrugada e apenas uma vez a cada três dias.
Editoria de Arte/Folhapress
"Estou há 13 dias sem água", diz Ana Kelli Medeiros, 29, mãe de Sofia, de apenas um mês. "A cada dia preciso dar banho nela em um lugar diferente. Ontem, foi na casa da cunhada. Anteontem, comprei água mineral."
A falta de água gera efeitos colaterais, como em Pará de Minas (MG), onde a preocupação agora é com a dengue. Como os moradores começaram a estocar água em tambores, a prefeitura passou a distribuir telas protetoras.
Em Valinhos (SP), cerca de quatro toneladas de peixes tiveram de ser transferidos de uma lagoa para outra devido ao nível crítico de uma barragem onde se capta a água.
Na contenção do consumo, prefeituras também apelam para a criatividade. É o caso de Balneário Camboriú (SC), onde a prefeitura já chegou a cortar a água dos 40 chuveiros da praia como uma forma de fazer turistas e moradores aprenderem a economizar.
ALTO CONSUMO
O brasileiro utiliza em média 150 litros de água por dia, segundo a Aesbe (associação brasileira das empresas estaduais de saneamento).
No verão, há em geral aumento de 15% a 20% no consumo. Mas, neste ano, para amenizar o forte calor, usou-se até 30% a mais de água.
A isso soma-se a histórica falta de controle de vazamentos ou de fraude nos hidrômetros, além de ligações clandestinas. "A perda de água no Brasil ainda é assustadora", diz José Carlos Barbosa, presidente da Aesbe. "Temos cidades e Estados que perdem mais de 50% da água captada. Razoável seria até 30%."
Para Barbosa, faltam investimentos, por exemplo, na troca de tubulações velhas. Há redes com 60 anos, quando deveriam ter até 20.
O verão mais seco é resultado de diferentes fatores. Enquanto no Nordeste o rodízio está ligado à seca, no Sudeste e no Sul a situação é explicada por um bloqueio atmosférico, que impede frentes frias. Ambas as situações são atípicas, diz Fábio Rocha, meteorologista do Cptec/Inpe.
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