Vitória na melhor hora

Por FIFA 10/06/2013 07h07
Por FIFA 10/06/2013 07h07
Vitória na melhor hora
Foto: CBF
Foi preciso um pouco de paciência, mas enfim a Seleção Brasileira comemorou sua primeira grande vitória sob o comando Luiz Felipe Scolari – e, de quebra, no momento ideal. No último amistoso antes do início da Copa das Confederações da FIFA, o Brasil derrotou a França por 3 a 0 neste domingo, em Porto Alegre, quebrou tabus e, melhor ainda, elevou o moral antes do primeiro grande desafio na caminhada rumo a 2014.

“Foi uma vitória importante, que vai nos ajudar a entrar bem na Copa das Confederações. Temos que continuar nesse ritmo, melhorando”, destacou Oscar, na saída do gramado. “Enfrentamos uma França muito boa hoje e conseguimos um resultado que esperávamos já há algum tempo. Estávamos jogando bem e batendo na trave”, completou o autor do primeiro gol brasileiro.

Se ainda não foi brilhante, a equipe mostrou – sobretudo no segundo tempo, quando marcou os três gols, com Oscar, Hernanes e Lucas – muita disposição e um melhor posicionamento em campo, acuando o adversário quando não tinha a posse da bola e saindo bem em contra-ataques, como no que resultou no gol do meia da Lazio.

Enquanto Neymar não esteve em dia inspirado, Oscar e Hulk foram bem e Hernanes, Lucas e Fernando tiveram boas atuações saindo do banco. Com um conjunto mais equilibrado, o Brasil quebrou o jejum de quatro anos sem vitórias sobre campeões mundiais (a última vitória havia sido contra a Inglaterra, por 1 a 0, em 2009) e voltou a superar a França após 22 anos. Neste período, os europeus haviam acumulado vitórias marcantes como na final da Copa do Mundo da FIFA 1998, nas quartas do Mundial de 2006 e no amistoso mais recente, em 2011, em Paris.

Por tudo isso, o significado do triunfo terá peso extra para Felipão e seus comandados, que agora têm mais alguns dias de treinos antes de encarar o Japão, em Brasília, no próximo sábado, na abertura do Festival dos Campeões. A França, por sua vez, acumulou a segunda derrota na turnê sul-americana, já que havia caído diante do Uruguai, por 1 a 0, e vai ter de trabalhar muito para seguir com chances de conseguir vaga direta no Brasil 2014. Nas eliminatórias, a equipe está um ponto atrás da Espanha no Grupo I, sendo que os vice-líderes da chave precisarão passar pela repescagem.

Início sem criatividade
Em campo, a Seleção tratou logo de apertar a saída de jogo rival e, por pouco, não complicou os europeus: com a bola, o goleiro Hugo Lloris quis sair driblando fora da área, se complicou e perdeu para Neymar, que demorou para chutar com o gol vazio. Minutos depois, Fred ainda assustou em cruzamento da direita, mas a boa impressão do início ficou por aí.

Após o susto, a França se reequilibrou, teve chances no ataque com sua boa dupla de volantes – Matuidi e Guilavogui – e ainda impediu a criação de jogadas do ataque brasileiro. A solução foi atuar pelas pontas. Na primeira ocasião de perigo, Hulk foi acionado pela direita e criou perigo em cruzamento. Em outra, também pela direita, Oscar ganhou novamente de Mathieu e por pouco não encontrou Fred na área.

Mas foi preciso esperar cerca de 40 minutos para que a equipe aparecesse com perigo na área francesa. Fred, de cabeça, foi o primeiro, enquanto Marcelo, em boa arrancada pela esquerda, cruzou rasteiro para Neymar, que chegou atrasado.

Mudança de postura
Era pouco ainda, mas Luiz Felipe Scolari preferiu não fazer mudanças na volta do intervalo. O que mudou, no entanto, foi a postura da equipe. Com mais ímpeto, a Seleção foi para cima logo de cara, com Hulk perdendo grande chance, e até se expôs a chutes perigosos de Payet e Cabaye. E a melhor disposição em campo surtiu efeito aos oito minutos, quando Luiz Gustavo desarmou Valbuena e iniciou o ataque puxado por Fred. O atacante invadiu a área, tocou para Oscar que, com categoria, tocou na saída de Lloris.

A liderança no placar fez bem ao Brasil, que ainda teve boas oportunidades novamente com Hulk e depois com Neymar, pegando rebote do goleiro francês. Se não teve chances reais, a França apareceu com perigo em belo contra-ataque puxado por Payet, em que David Luiz quase tocou para o próprio gol, e em escanteio que Sakho por pouco não completou para o gol vazio.

Felipão então resolveu mudar, tirando Oscar e Hulk para colocar Lucas e Fernando. Mais tarde, Jô entrou no lugar de Fred e Hernanes deu mais agressividade ao meio de campo ao substituir Luiz Gustavo. E foi justamente o meia da Lazio que fez o segundo em um rápido contra-ataque puxado por Paulinho e que contou com participações precisas de Lucas e Neymar. Hernanes, que havia sido expulso em 2011, justamente na última derrota contra a França, completou de esquerda, à meia força, mas sem errar o alvo.

Com o placar praticamente definido, o Brasil se soltou de vez. Bernard entrou e perdeu grande chance, mas o terceiro saiu em pênalti sofrido por Marcelo e cobrado por Lucas. Primeira vitória garantida e primeiro grande desafio marcado para o próximo sábado. O Brasil inteiro estará apoiando.