Antes de entrar no BBB, Felipe Prior teria cometido dois estupros e uma tentativa

Por Redação com Revista Marie Clarie 03/04/2020 15h03 - Atualizado em 03/04/2020 18h06
Por Redação com Revista Marie Clarie 03/04/2020 15h03 Atualizado em 03/04/2020 18h06
Antes de entrar no BBB, Felipe Prior teria cometido dois estupros e uma tentativa
Foto: Divulgação
A revista Marie Clarie divulgou nesta sexta-feira, 03, que o ex-bbb Felipe Prior já foi acusado de dois estupros e uma tentativa de estupro. A primeira denúncia contra o ex-bbb ocorreu em agosto de 2014.

De acordo com relato da vítima, que teve a identidade preservada e foi nominada Themis, hoje com 27 anos, o crime ocorreu quando ele foi para uma festa na USP, que comemorava os jogos universitários das faculdades de arquitetura e urbanismo de São Paulo. A vítima e uma amiga teriam bebido e aceitado carona com Felipe Prior, que estudava arquitetura na Mackenzie. Segundo a vítima, ele teria deixado a amiga dela em casa e minutos depois parou o carro em uma rua, lançou-se sobre a vítima e começou a beija-la, passou a mão por seu corpo, se despiu na parte inferior e cometeu o crime de estupro, no banco de trás do carro. De acordo com a jovem, devido à embriaguez, ela disse que não conseguia oferecer resistência física, mas que falou não a ele muitas vezes, deixando claro que não queria ter relações sexuais. Felipe teria reagido dirigindo-se a ela aos gritos, dizendo “para de ser fresca, no fundo você quer, não é hora de se fazer de difícil” e, diante das seguidas negativas de Themis, insistido : “quer sim”. Neste momento Felipe teria estuprado Themis.

A violência foi tanta que causou uma laceração em seu lábio vaginal esquerdo, o que fez com que rapidamente sua roupa, o banco do carro e a roupa de Felipe ficassem ensanguentados. Por causa da dor, começou a chorar. Isso teria feito Felipe parar, ela acredita. Como a quantidade de sangue era grande, ele perguntou se ela queria ser levada ao hospital. Themis respondeu que queria ir para casa e "mais nada". Felipe assentiu, seguiu viagem, a deixou no portão de sua residência e foi embora.

Naquela mesma madrugada, Themis foi ao hospital acompanhada da mãe que pediu para ver o ferimento e notou "um corte de cerca de três dedos de comprimento na região genital, profundo o suficiente para chegar até o músculo", como consta no documento. Precisou vestir uma fralda geriátrica para conter o sangramento e à mãe não quis dar detalhes do acontecido. No hospital, foi atendida por três médicas, para as quais também escondeu a violência que havia sofrido. Diante da pergunta de uma delas de “quem que fez isso?”, Themis falou que havia sido um namorado. Em casa, ficou uma semana de cama, precisando de ajuda para andar e ir ao banheiro. Diz que teve dificuldade de abordar o estupro nas tentativas de começar um tratamento psicoterápico. Conta ainda que cerca de um ano após o estupro, passou a vivenciar crises de pânico, e precisava de apoio para ir e voltar do trabalho, tinha crises de choro no meio da rua e não conseguia sair do lugar. Em vários desses momentos, tinha flashes do estupro.

Em 2016, Felipe Prior foi acusado de tentativa de estupro, no município de Biritiba Mirim. O crime foi cometido contra uma estudante, que hoje tem 24 anos. Segundo depoimento dela, ele se aproveitou de seu estado de embriaguez e a persuadiu a ingressar em sua barraca no camping dos jogos universitários após abordá-la em uma festa. Na barraca, aconteceram as tentativas de estupro - ela relata que Felipe tentou penetrá-la no ânus, por duas vezes, e diante da negativa - disse com temor “Eu não quero! Não quero!” - a conteve fisicamente usando de sua força. Diz ainda que o estupro não foi consumado porque o empurrou usando os braços e pernas e conseguiu fugir. Apesar de ter entrado na barraca do acusado, Freya diz que quando percebeu que não havia camisinha para o sexo, se recusou veementemente a continuar a relação. Mas ele insistiu usando força física.

Já em 2018, o ex-bbb teria cometido outro estupro na cidade de Itapetininga. O crime foi cometido contra uma jovem que hoje tem 23 anos. A dinâmica do crime foi praticamente igual aos anteriores, aproveitando-se do estado de embriaguez da vítima. De acordo com a vítima, Felipe a chamou "com muita insistência" para entrar na sua barraca, onde iniciou relações sexuais com ela de maneira consentida. No entanto, após ele passar a agir de maneira agressiva, Ísis verbalizou que queria que parar, o que não surtiu efeito. Felipe chegou a desferir tapas no rosto e pelo corpo da jovem. A uma certa altura, a teria colocado deitada de barriga para baixo e se pôs sobre seu corpo, de forma que ficasse imobilizada no chão. Mesmo após terminar o ato sexual, a empurrou e puxou de forma que ela caísse sobre o colchão, fazendo com que não conseguisse se desvencilhar da situação. Ela apenas conseguiu sair de dentro da barraca depois que ele caiu no sono, ao amanhecer.

Naquele noite, na barraca ao lado, duas testemunhas escutaram Ísis chorar e pedir que o acusado parasse. "Uma voz feminina chorando. A voz dizia “Para, tá me machucando” e continuava chorando." Essas testemunhas sustentam a versão da vítima no documento da acusação.

Até a entrada de Felipe no BBB ainda não havia nenhuma queixa prestada contra ele. As denúncias começaram a aparecer nas redes sociais em janeiro, indicando que ele teria tido um mau comportamento durante o período da faculdade, especialmente contra as mulheres.

Felipe Prior foi procurado pela redação da revista que denunciou o crime, mas ele não quis se pronunciar.