Tabata Amaral vota a favor da Reforma da Previdência e é ameaçada de expulsão do PDT
Ameaçada de expulsão por contrariar as orientações de seu partido, Tabata Amaral (PDT) quebrou o silêncio sobre a polêmica e apelou por "mais democracia interna" nos partidos.
Em artigo publicado no jornal "Folha de S. Paulo", a parlamentar escreveu que as siglas hoje representam apenas alguns nichos da sociedade e se movem por "estruturas antigas de comando".
Ela criticou que consensos sobre pautas complexos nem sempre sejam construídos "de baixo para cima" e denunciou "perseguição política" contra dissidentes.
"Muitas vezes, consensos sobre pautas complexas não são construídos de baixo para cima, e cartilhas antigas se sobrepõem aos estudos e evidências. Quando algum membro decide tomar uma decisão que considere responsável e fiel ao que acredita ser importante para o país, há perseguição política. Ofensas, ataques à honra e outras tentativas de ferir a imagem tomam o lugar do diálogo. Exatamente o que vivo agora", destacou Tabata.
A deputada foi uma entre oito representantes do PDT na Câmara dos Deputados que contrariaram a posição do partido e apoiaram a reforma. Antes da votação, ela publicou um vídeo nas redes sociais no qual justificava seu voto "por convicção". Chamados de "traidores" pelo líder da legenda na Câmara, André Figueiredo, os parlamentares dissidentes viraram alvo de processo interno na Comissão de Ética da sigla e podem ser expulsos por divergirem.
No artigo na "Folha", Tabata ressalta que "a boa política não pode ser dogmática" e classifica as discordâncias como "normais". Mas, segundo ela, o fato de a "rebeldia" (para ela, voto de opinião) ter se estendido por um terço de bancadas de PDT e PSB "demonstra o grau do conflito instalado". Onze dos 32 deputados do PSB, também crítico à reforma, votaram a favor do texto do governo. No PDT, foram 8 de 27.
"Sabemos que a extrema esquerda não admite flexibilidade alguma de posicionamento, pois está enclausurada em suas amarras. No entanto, uma parcela de centro-esquerda quer dialogar com o contexto e a sociedade e caminha para se modernizar", escreveu a parlamentar. "Encaro esse debate como de fato a única tentativa da centro-esquerda de se renovar, mas os partidos estão virando as costas para essa realidade. É mais fácil lidar no plano da insubordinação".
No texto, a deputada diz propor "uma provocação saudável" para a política e os partidos. Segundo ela, as legendas têm se engajado em reforçar o poder da liderança partidária "punindo dissidentes" com base na ideia de que "partidos não podem passar sinais de fraqueza".
"Enquanto existir o presidencialismo, o multipartidarismo e a federação brasileira, as lideranças partidárias precisão ouvir e negociar com suas bases, dissidentes ou não", defendeu a parlamentar.
Em artigo publicado no jornal "Folha de S. Paulo", a parlamentar escreveu que as siglas hoje representam apenas alguns nichos da sociedade e se movem por "estruturas antigas de comando".
Ela criticou que consensos sobre pautas complexos nem sempre sejam construídos "de baixo para cima" e denunciou "perseguição política" contra dissidentes.
"Muitas vezes, consensos sobre pautas complexas não são construídos de baixo para cima, e cartilhas antigas se sobrepõem aos estudos e evidências. Quando algum membro decide tomar uma decisão que considere responsável e fiel ao que acredita ser importante para o país, há perseguição política. Ofensas, ataques à honra e outras tentativas de ferir a imagem tomam o lugar do diálogo. Exatamente o que vivo agora", destacou Tabata.
A deputada foi uma entre oito representantes do PDT na Câmara dos Deputados que contrariaram a posição do partido e apoiaram a reforma. Antes da votação, ela publicou um vídeo nas redes sociais no qual justificava seu voto "por convicção". Chamados de "traidores" pelo líder da legenda na Câmara, André Figueiredo, os parlamentares dissidentes viraram alvo de processo interno na Comissão de Ética da sigla e podem ser expulsos por divergirem.
No artigo na "Folha", Tabata ressalta que "a boa política não pode ser dogmática" e classifica as discordâncias como "normais". Mas, segundo ela, o fato de a "rebeldia" (para ela, voto de opinião) ter se estendido por um terço de bancadas de PDT e PSB "demonstra o grau do conflito instalado". Onze dos 32 deputados do PSB, também crítico à reforma, votaram a favor do texto do governo. No PDT, foram 8 de 27.
"Sabemos que a extrema esquerda não admite flexibilidade alguma de posicionamento, pois está enclausurada em suas amarras. No entanto, uma parcela de centro-esquerda quer dialogar com o contexto e a sociedade e caminha para se modernizar", escreveu a parlamentar. "Encaro esse debate como de fato a única tentativa da centro-esquerda de se renovar, mas os partidos estão virando as costas para essa realidade. É mais fácil lidar no plano da insubordinação".
No texto, a deputada diz propor "uma provocação saudável" para a política e os partidos. Segundo ela, as legendas têm se engajado em reforçar o poder da liderança partidária "punindo dissidentes" com base na ideia de que "partidos não podem passar sinais de fraqueza".
"Enquanto existir o presidencialismo, o multipartidarismo e a federação brasileira, as lideranças partidárias precisão ouvir e negociar com suas bases, dissidentes ou não", defendeu a parlamentar.
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