Agentes da segurança pública de Alagoas votam por possível paralisação

Por Gazetaweb 18/06/2019 11h11 - Atualizado em 18/06/2019 14h02
Por Gazetaweb 18/06/2019 11h11 Atualizado em 18/06/2019 14h02
Agentes da segurança pública de Alagoas votam por possível paralisação
Foto: Larissa Bastos
O Sindicato  dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) com as categorias da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dos Agentes Penitenciários e Guardas Municipais se reuniram, nesta terça-feira (18), na Praça D. Pedro II, localizada no centro de Maceió, para discutir ações contra a reforma da Previdência e para deliberar por paralisação.

De acordo com o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, essa foi uma deliberação nacional da União dos Policiais do Brasil - UPB.

"Essa reforma está retirando direitos das forças de segurança, que estão sendo desprivilegiadas pelo governo Bolsonaro. Ele está valorizando as forças armadas, inclusive dando até aumento nessa reforma, mas das forças de segurança está retirando direitos", disse o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário.

A mobilização das categoria, conforme os agentes da segurança pública, é pela garantia dos direitos previdenciários, como a aposentadoria especial, a não redução da pensão da família por morte do policial, o não aumento da alíquota previdenciária, entre outros itens da reforma da Previdência que prejudicam os operadores da Segurança Pública.

A assembleia Geral Extraordinária Unificada define também pela paralisação de 24 horas. "Os integrantes das forças de segurança estão fazendo essa assembleia para deliberar algumas ações mais incisivas contra a reforma da previdência, inclusive com a possibilidade de greve. Vamos pautar isso e há a possibilidade de uma greve geral em todo o país. Hoje está sendo o dia de assembleia em todo o país, então há essa possibilidade", informou o presidente do Sindpol.

Ainda conforme Nazário, além da mobilização das categorias, eles também estão fazendo um movimento, em Brasília, junto aos deputados de cada estado.

"Estamos pleiteando com alguns deputados apoiadores da segurança pública emendas parlamentares na comissão especial. Precisávamos de 177 assinaturas e conseguimos 266 deputados. Acontece que fomos surpreendidos pelo relator da comissão, que vetou a emenda que dava isonomia entre as forças de segurança e as forças armadas. Alguns deputados apresentaram destaques para tentar que na comissão seja votado que as forças de segurança tenham essa isonomia. Estamos fazendo essas duas ações, com os deputados e as mobilizações", informou Ricardo Nazário.

O presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Alagoas (Sindguarda-AL), Charles Sanches, a categoria não está sendo reconhecida na reforma como órgão de segurança pública em sua atividade fim.

"A PEC descarta o guarda municipal, colocando só os militares como órgão de segurança pública. O guarda municipal vai ter que trabalhar até os 65 anos e contribuir 35, o que não acontece hoje. Hoje trabalhamos 30 anos e podemos nos aposentar assim que cumprir a exigência de tempo de serviço", afirmou Charles Sanches.

Para ele, a reforma da previdência é a "PEC de cemitério". "Só se aposenta depois que morre. Nenhum operador de segurança pública consegue chegar a 65 anos atuante nas ruas de forma preventiva. Hoje a faixa etária da guarda municipal de Maceió é 45 anos de idade e já vemos pessoas sem condições de estar na rua. Tem que trabalhar interno, fazer patrulhamento em viatura. Imagina 65 anos de idade. Como alguém com 65 anos vai combater um bandido de 20?", desabafou o líder dos guardas municipais, Charles Sanches acrescentando e classificando "como desastrosa".

"Queremos não só inserir a Guarda na aposentadoria policial, Mas se possível tirar até essa reforma, que está sendo desastrosa e o governo federal não mostra as contas do que está dizendo, Só fala. Somos totalmente contra", concluiu.

Reginaldo Galdino, presidente do sindicato da PRF em Alagoas disse que espera o reconhecimento das categorias de policiais civis por parte do governo federal. "Ele se elegeu com a bandeira de segurança pública e agora fomos totalmente desprestigiados quanto à reforma da previdência. Esperamos o tratamento igual e merecido que receberam as policiais militares e as forças armadas", classificou.

O presidente do sindicato da PRF reforçou também o trabalho que as categorias estão fazendo em Brasília. "Estamos fazendo um trabalho junto a bancada alagoana e todos os estados estão fazendo junto às suas bancadas para que nossos representantes em Brasília possam exercer essa representação através da votação a nosso favor. A expectativa eh que nós consigamos, pois,caso contrário, A segurança pública vai estar totalmente Falida. Já não estamos em boas condições,mas vai piorar. O policial vai ter que trabalhar ate uma idade bastante avançada e o policial envelhece, mas o crime não".