Organização criminosa tinha como chefes presos do sistema prisional do Agreste

Por Niel Antonio 22/03/2018 09h09 - Atualizado em 22/03/2018 14h02
Por Niel Antonio 22/03/2018 09h09 Atualizado em 22/03/2018 14h02
Organização criminosa tinha como chefes presos do sistema prisional do Agreste
Foto: Júnior Silva (Já é Notícia)
A operação realizada na manhã desta quinta-feira (22), denominada “Ares II”, desencadeada pela Polícia Civil, com o apoio da Polícia Militar de Alagoas, deu cumprimento a 66 mandados de busca e apreensão e 30 de prisão, no Agreste do estado e em Maceió. A investigação, que já dura cinco meses, teve o desafio de desarticular uma organização criminosa que tinha núcleo no Sistema Prisional de Arapiraca.

Durante entrevista realizada na manhã desta quinta-feira (22), o delegado Thiago Prado, que comandou a operação, ratificou a importância da ação das forças civis e militares no combate ao crime de tráfico de drogas em Alagoas.

“Foi mais uma exitosa operação, fruto da brilhante integração existente no âmbito da Secretaria de Segurança Pública, que é essa reunião de forças da Polícia Militar e Polícia Civil, além do grande apoio e participação do Gecoc e da 17ª Vara Criminal”, comentou.

As investigações tiveram início ainda em 2017, desempenhadas pelas forças de inteligência da Segurança Pública de Alagoas. “Concluímos que já era hora de agir e desbaratar essas duas organizações criminosas, que vinham agindo na cidade de Arapiraca e região. Deflagramos essa operação, na manhã de hoje, no sentido de cumprir praticamente cem mandados de busca, apreensão e prisão, sendo a maior parte deles em Arapiraca e outros em São Miguel dos Campos e Maceió”.

Todos os crimes investigados na operação estão relacionados à organização criminosa que era nucleada na cidade de Arapiraca. O balanço geral será apresentado durante coletiva de imprensa a ser realizada na sede da Secretaria de Segurança Pública, em Maceió, na tarde desta quinta-feira (22).

 

Delegado Thiago Prado comandou a operação realizada na manhã desta quinta (Foto: Arquivo/Polícia Civil).

O delegado Thiago Prado adiantou, contudo, que houve resistência por parte de alguns acusados e também prisão em flagrante. Ele pontuou, ainda, que foi constada a reincidência criminal de alguns acusados. “Na operação que deflagramos na manhã de hoje, existe dois pontos principais: um deles é a reincidência delitiva de indivíduos que já foram presos e estão sendo mais uma vez detidos pelas forças policiais, prova de que uma vez presos não foi suficiente para que eles voltassem a uma vida normal”.

Quanto às reações advindas do bando, o delegado ratificou que é importante que as guarnições sejam firmes para defender um bem comum da sociedade. “Se não se entregar e enfrentar a polícia, não há outro caminho senão os policiais efetuarem a força necessária para a defesa. O estado jamais pode vir a fraquejar”, disse.

Mulheres de presos assumem o tráfico

A cadeia, entretanto, não é suficiente para que os criminosos sejam inibidos de agir fora da prisão. A operação mostra, de certa forma, o quão vulnerável é o sistema prisional de Alagoas, uma vez que, de acordo com coordenador da operação, o núcleo da organização criminosa é composto por pessoas que estão detidas em Arapiraca.

“Ainda que presos, vão ser responsabilizados mais uma vez por essa prática criminosa, sobretudo tráfico de entorpecentes e de integrar essa organização criminosa”, completou. Nos casos em que os traficantes são detidos, as mulheres deles acabam assumindo determinadas responsabilidades do tráfico a mando deles. “O próximo passo será a prisão dessas mulheres, esposas e amantes desses indivíduos que já estão segregados”.

A investigação continua e os policiais militares ainda cumprem ordens da Justiça para prender outros acusados no Agreste.