A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 12, a Operação Transparência, que investiga possíveis desvios e irregularidades no pagamento de emendas parlamentares. A ação voltou a colocar o nome do deputado Arthur Lira (PP), ex-presidente da Câmara, no centro do noticiário político, já que sua ex-assessora de confiança é alvo direto da investigação.

A operação cumpre dois mandados de busca e apreensão em Brasília, expedidos pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado é responsável pelos processos que tratam das emendas parlamentares e determinou, no fim de 2024, a abertura de inquérito para apurar o repasse de R$ 4,2 bilhões pela Câmara dos Deputados — valores relacionados ao chamado Orçamento Secreto.

Entre os alvos da PF está uma mulher conhecida como Tuca, servidora experiente da Casa e  ex-assessora ligada ao núcleo político de Arthur Lira. Atualmente lotada na Liderança do Progressistas na Câmara, ela teve o celular apreendido e foi alvo de buscas tanto em sua sala no Congresso quanto em sua residência. Ela ocupa um cargo de natureza especial, com salário bruto de R$ 23,7 mil, e atuava diretamente na organização das indicações de emendas.

Embora Lira não seja formalmente alvo da operação, os mandados foram cumpridos dentro da Câmara, aumentando a pressão política sobre o deputado, que já era criticado por sua atuação na distribuição das emendas de comissão — alvo de ações e decisões anteriores do próprio ministro Flávio Dino devido à falta de transparência.

A PF investiga crimes como peculato, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e corrupção. A operação é um desdobramento de depoimentos prestados à Polícia Federal por parlamentares.