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Ministério Público Federal quer solucionar caso de ocupações irregulares às margens da Lagoa Mundaú, em Coqueiro Seco

Por Política em Pauta com Ascom MPF/AL 19/11/2025 12h12
Por Política em Pauta com Ascom MPF/AL 19/11/2025 12h12
Ministério Público Federal quer solucionar caso de ocupações irregulares às margens da Lagoa Mundaú, em Coqueiro Seco
MPF promove discussão para solucionar ocupações irregulares às margens da Lagoa Mundaú, em Coqueiro Seco - Foto: Comunicação MPF/AL

O Ministério Público Federal (MPF) reforçou a cobrança por ações urgentes para conter a expansão de ocupações irregulares na Área de Preservação Permanente (APP) da Lagoa Mundaú, em Coqueiro Seco. A reunião ocorreu após o aumento de edificações na região do Cadoz, onde novas construções ameaçam bloquear o acesso ao espelho d’água e gerar impactos ambientais, como possível lançamento de efluentes sanitários na laguna.

A discussão foi conduzida pela procuradora da República Juliana Câmara, no âmbito do inquérito civil instaurado para investigar a ocupação ilegal das margens da lagoa. Participaram representantes das secretarias municipais de Meio Ambiente e Infraestrutura, da Procuradoria Geral do Município, da APA de Santa Rita (IMA/AL) e da BRK Ambiental, concessionária de água e esgoto.

Durante a instrução do procedimento, o IMA apresentou um relatório detalhado que confirma o avanço de interferências em área protegida, incluindo edificações particulares e até equipamentos públicos, como uma praça. A prefeitura reconheceu a gravidade da situação e admitiu baixa capacidade de fiscalização, já que a equipe ambiental é composta por apenas seis servidores. O órgão também destacou que a região, antes ocupada tradicionalmente por pescadores, passou a receber casas de veraneio e diversas benfeitorias sem licença ambiental.

A BRK informou que o sistema de esgotamento sanitário de Coqueiro Seco só deve ser implantado em 2029. Embora não haja registros de despejo direto de esgoto na lagoa, IMA e prefeitura alertam que a maioria das residências usa fossas simples, inadequadas devido ao lençol freático superficial. A procuradora Juliana Câmara recomendou que, como medida emergencial, essas fossas sejam readequadas para minimizar riscos de contaminação.

Para avançar na investigação, o MPF solicitou ao IMA que realize coleta e análise da qualidade da água especificamente na região do Cadoz, já que os estudos anteriores foram concentrados em outro ponto da Lagoa Mundaú.

Outro problema debatido foi a presença de píeres, decks e ampliações de imóveis dentro da laguna, estruturas que exigem licenciamento adequado. O IMA esclareceu que os píeres precisam seguir padrões removíveis e informou que os proprietários serão identificados e notificados. Construções como muros e intervenções que avancem sobre o corpo hídrico também entrarão na mira da fiscalização.

No encerramento da reunião, foram definidas medidas imediatas. Em até 90 dias, o município de Coqueiro Seco e o IMA realizarão uma fiscalização conjunta nos 29 imóveis da região, verificando construções irregulares, ocupações recentes, adequações de fossas e identificando proprietários. O relatório será encaminhado ao MPF.

A prefeitura informou ainda que, por determinação do prefeito, nenhum alvará de construção será emitido para áreas próximas à lagoa sem análise conjunta das secretarias de Meio Ambiente e Infraestrutura. Também foram indicadas áreas que podem receber ações de recomposição ambiental, incluindo recuperação de manguezal e mata ciliar.

Para aproximar o poder público da comunidade, será organizada uma audiência pública ou reunião na região do Cadoz, com foco em educação ambiental e orientações sobre regularização. O IMA também sugeriu a criação de um porto coletivo para atender pescadores, proposta que seguirá em avaliação.

Política em Pauta

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