O ministro dos Transportes, Renan Filho, fez duras críticas ao deputado federal Guilherme Derrite (PP) ao afirmar que o parlamentar busca enfraquecer investigações contra facções criminosas ao alterar o Projeto de Lei antifacção em análise na Câmara dos Deputados. A declaração do ministro foi dada durante entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, no último domingo, 16;

Renan afirmou que Derrite tenta “submeter a vontade da Polícia Federal aos governos estaduais”, o que, segundo ele, coloca em risco a autonomia da corporação responsável por grandes operações contra o crime organizado. O ministro destacou que o texto original, elaborado pelo Executivo em diálogo com entidades civis, foi profundamente modificado pelo relator, que já apresentou quatro versões do substitutivo que deve ser votado hoje, terça-feira, 18.

De acordo com o ministro, o relatório recebeu rejeição ampla. “O relatório do Derrite era tão ruim que uniu governo, governadores de extrema-direita, sociedade e imprensa contra ele”, afirmou Renan, acrescentando que até aliados do governo de São Paulo teriam evitado defender publicamente a proposta.

O ministro ainda sugeriu que as alterações realizadas no texto podem ter ligação com recentes operações da Polícia Federal que investigam conexões entre o PCC, empresas e setores do mercado financeiro.

Além de criticar a tentativa de retirar a PF do comando central das investigações, Renan Filho também se posicionou contra a inclusão de facções criminosas na legislação antiterrorismo — ponto que Derrite teria recuado após forte reação. Para o ministro, a mudança poderia gerar graves distorções jurídicas e comprometer a efetividade do combate ao crime organizado.