O ex-prefeito de Estrela de Alagoas, Arlindo Garrote (PP), foi nomeado presidente da Caixa Assistência em São Paulo, cargo estratégico vinculado à Caixa Econômica Federal. A indicação reforça a influência do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) dentro da estrutura do banco, historicamente disputado por diferentes grupos políticos.

Arlindo Garrote governou Estrela por dois mandatos, mas perdeu força nas urnas em 2024, quando Roberto Wanderley (MDB) conquistou 58,22% dos votos e encerrou mais de três décadas de domínio da família Garrote no município do agreste alagoano. Apesar da derrota local, a nomeação em São Paulo demonstra que o ex-prefeito segue prestigiado em nível nacional, sustentado pela articulação de Lira, que expandiu sua rede de aliados em estatais e órgãos estratégicos do governo federal.

A movimentação não é isolada. Desde 2023, Arthur Lira tem ampliado sua lista de indicações em cargos relevantes do governo Lula (PT). A substituição de Rita Serrano por Carlos Antônio Vieira Fernandes na presidência da Caixa abriu ainda mais espaço para aliados do deputado em postos-chave. Além da Caixa, Lira emplacou nomes no Incra, Codevasf, CBTU, Dnocs e até no Porto de Maceió, consolidando seu poder administrativo e político.

Arlindo Garrote, filho da ex-deputada Ângela Garrote (PP), já havia ocupado a coordenação do Dnocs em Alagoas. Agora, com a presidência da Caixa Assistência em São Paulo, soma um novo degrau em sua trajetória política, mesmo após a perda de capital eleitoral em sua cidade natal.

A nomeação, no entanto, ainda segue em corda bamba, e não garante a permanência de Garrote no cargo, uma vez que o Progressistas, partido comandado por Lira rompeu recentemente com a base de sustentação do governo Lula. Por isso, o cenário abre margem para disputas e incertezas em torno da manutenção das indicações ligadas ao ex-presidente da Câmara em estruturas estratégicas do governo federal.