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Governador Paulo Dantas reage a tarifa dos EUA e promete medidas para proteger o setor sucroenergético de Alagoas

Por Política em Pauta com Gazeta de Alagoas 13/08/2025 08h08
Por Política em Pauta com Gazeta de Alagoas 13/08/2025 08h08
Governador Paulo Dantas reage a tarifa dos EUA e promete medidas para proteger o setor sucroenergético de Alagoas
Paulo Dantas - Foto: Assessoria

Em viagem à Inglaterra, o governador Paulo Dantas afirmou à Gazeta que acompanha de perto os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao açúcar brasileiro e já articula ações para proteger o setor sucroenergético de Alagoas. A decisão americana foi classificada por ele como “desastrosa” e uma ameaça direta a um dos pilares econômicos do estado, responsável por cerca de 60 mil empregos diretos e por movimentar a economia de pelo menos dez municípios.

Segundo Dantas, o setor sucroalcooleiro é vital para Alagoas, com cerca de 15% da produção destinada ao mercado americano. Ele garantiu que está em contato permanente com o governo federal e com representantes do setor para abrir novos mercados e oferecer suporte necessário, evitando fechamento de empresas e demissões.

Antes mesmo do tarifário dos EUA entrar em vigor, o setor já enfrentava dificuldades. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apontam que, entre janeiro e julho deste ano, as exportações alagoanas para os Estados Unidos caíram 8,6%, representando uma perda de R$ 26,6 milhões. Com isso, o país norte-americano perdeu a terceira posição no ranking de compradores para a Argélia.

A estiagem entre o verão de 2024 e o início de 2025 agravou a situação. Segundo Henrique Acioly, diretor da Coplan e cooperado da Coopervales, a falta de chuvas reduziu o desenvolvimento dos canaviais, com previsão de queda de até 20% na moagem da safra 2025/2026. No mercado, o Açúcar Total Recuperável (ATR) registrou retração de até 17% em julho, após um embarque pontual com valores abaixo da média da safra.

O cenário internacional também pressiona os preços. Para Edgar Antunes, presidente do Consecana AL/SE e da Asplana, o aumento da produção na Índia e na Tailândia reduziu os valores globais. Ele avalia que, caso haja corte na produção paulista, o mercado poderá reagir.

Diante do cenário, o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), Pedro Robério Nogueira, enviou ofício ao governador solicitando que o estado interceda junto à União e implemente medidas emergenciais, como linhas de crédito, incentivos fiscais e estímulo à diversificação de mercados.

Paulo Dantas afirmou que a resposta será construída em parceria com todos os atores do setor. “Estamos mantendo diálogo permanente com o presidente Pedro Robério e com o setor produtivo. Vamos trabalhar para preservar empregos, renda e competitividade do açúcar alagoano no mercado internacional”, concluiu.