O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito para apurar suspeitas de improbidade administrativa e nepotismo no Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas. A investigação, revelada pelo jornalista Robson Bonin na coluna Radar, da revista Veja, aponta possíveis desvios de recursos da União durante a gestão de Ricardo Barbosa, que comandou o partido no estado até recentemente.

Segundo o MPF, há indícios de que mais de R$ 400 mil do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) — verba pública destinada ao financiamento eleitoral — tenham sido direcionados para o advogado Guilherme Tadeu Albuquerque Barbosa, filho de Ricardo Barbosa. O contrato teria sido firmado durante a campanha municipal de 2024, levantando suspeitas de favorecimento pessoal e ausência de critérios técnicos na contratação.

Atualmente, o comando do PT em Alagoas está nas mãos do deputado estadual Ronaldo Medeiros, eleito há poucos dias para a presidência do diretório estadual. No entanto, o inquérito se concentra no período anterior, quando Barbosa ainda liderava a legenda.

De acordo com a investigação, o caso configura potencial ato de improbidade administrativa envolvendo recursos federais, o que justifica a atuação do MPF. Entre as providências já adotadas, estão a requisição de documentos, análise de contratos e o cruzamento de dados bancários para verificar a destinação dos valores.

Até o momento, nem o partido nem os investigados se manifestaram publicamente. O caso segue em apuração e, se as suspeitas forem confirmadas, os envolvidos poderão responder por enriquecimento ilícito, dano ao erário e violação dos princípios da administração pública.