A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, participou na segunda-feira, 28, de uma sessão especial na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE-AL) para debater os impactos do desastre ambiental causado pela Braskem na vida de pescadoras e marisqueiras de Maceió. A reunião, proposta pela deputada estadual Fátima Canuto (MDB), reuniu autoridades e lideranças locais para ouvir as demandas da categoria e buscar soluções efetivas.

Durante a sessão, a ministra Cida Gonçalves ressaltou o compromisso do governo federal em garantir reparação e dignidade às mulheres afetadas pelo crime ambiental da Braskem. Segundo ela, um plano de trabalho está sendo estruturado para reafirmar as marisqueiras como protagonistas do processo de reconstrução econômica e social.

“Vamos investir os recursos necessários para que a cooperativa de marisqueiras tenha um espaço adequado para o tratamento do sururu e do pescado. Uma técnica do Ministério das Mulheres ficará em Maceió para acompanhar de perto as tratativas”, garantiu a ministra.

Ela também afirmou que irá pessoalmente articular com os ministérios da Pesca, Saúde, Desenvolvimento Social e, se necessário, com o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva para garantir soluções concretas.

O desastre da Braskem resultou em afundamentos de solo que forçaram o deslocamento de milhares de famílias, destruíram comunidades e impactaram diretamente a subsistência de mulheres que dependem da pesca artesanal.

A deputada Fátima Canuto destacou que Alagoas tem cerca de 12 mil mulheres pescadoras registradas, muitas em situação informal, o que dificulta o acesso a direitos e benefícios. “A degradação da Lagoa Mundaú matou os peixes e os mariscos. As marisqueiras perderam sua única fonte de renda e enfrentam agora insegurança alimentar e social”, afirmou a parlamentar.

Vanessa Santos, presidente da Cooperativa das Marisqueiras (Coopmaris) do Vergel do Lago, emocionou os presentes ao relatar as dificuldades vividas desde o desastre. “A pesca do sururu é nossa única renda. Com a contaminação da lagoa, não temos como trabalhar. Mas agora temos esperança, porque vemos que há autoridades dispostas a nos ouvir e ajudar”, disse Vanessa.