A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu, de forma unânime e com caráter terminativo, restituir 3.386 filiações que haviam sido indeferidas pelo diretório estadual em Alagoas. A medida foi oficializada por meio do Ofício SORG 15/25 e anunciada pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT), um dos principais articuladores do recurso apresentado à direção nacional.

A decisão reforça a pluralidade interna do PT alagoano e pode alterar significativamente os rumos da eleição interna marcada para julho. Com a restituição dos filiados, a oposição à atual direção estadual ganha novo fôlego, tornando mais acirrada a disputa pelo comando do partido.

Segundo o documento assinado por Sonia Braga, secretária nacional de organização do PT, os filiados restituídos devem atualizar seus dados cadastrais, como telefone e e-mail, podendo regularizar a situação até mesmo no dia da eleição. A resolução encerra qualquer possibilidade de contestação futura, restabelecendo os direitos de participação dos mais de três mil petistas no processo democrático da legenda.

A restituição ocorre após denúncias de que o indeferimento em massa teria sido uma manobra excludente para enfraquecer correntes críticas à atual gestão estadual do partido.

Ronaldo Medeiros, ligado à corrente Resistência Socialista, celebrou a decisão nas redes sociais. “Dia especial, domingo da verdade, da justiça e da democracia!”, escreveu o parlamentar. Ele esteve à frente do recurso contra os indeferimentos, enfrentando a predominância da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), que lidera o diretório estadual.

Com a reintegração dos filiados, a oposição vislumbra a possibilidade histórica de vitória na eleição interna. A pré-candidatura de Dafne Orion, da CNB, desponta como nome da situação, mas outras forças internas, como a própria Resistência Socialista e setores renovadores, já articulam candidaturas alternativas.

O clima dentro do PT de Alagoas é de mobilização intensa. Até o final de fevereiro, o partido registrou quase 19 mil novos pedidos de filiação, sinalizando um crescimento sem precedentes. No entanto, esse movimento também é acompanhado de críticas e denúncias de estagnação em municípios e possíveis irregularidades no uso de recursos eleitorais.

A Executiva Estadual do PT ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão da instância nacional.