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Seis meses de espera e bastidores travados: nomeação de Marluce Caldas ao STJ esbarra em jogo político

Nesta terça-feira, 15, completa-se exatamente seis meses desde que a procuradora de Justiça Marluce Caldas, do Ministério Público de Alagoas, foi eleita pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para compor a lista tríplice da qual sairá o próximo ministro da Corte. Apesar de ser apontada como favorita à vaga destinada ao Ministério Público, a procuradora ainda aguarda a nomeação oficial pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em meio a um cenário de intensas articulações políticas nos bastidores.
Marluce concorre com Sammy Barbosa Lopes, do Acre, e Carlos Frederico Santos, do Ministério Público Federal. Com 17 votos, ela liderou a votação interna do STJ, desempenho que lhe garantiu posição de destaque na disputa. Desde então, no entanto, a decisão final do Palácio do Planalto tem sido adiada — mesmo com indicativos claros de que a escolha por seu nome estaria consolidada.
Segundo o jornalista Gustavo Maia, da revista Veja, Marluce é hoje a favorita de Lula para a vaga. Ainda assim, a assinatura presidencial foi concretizada, o que alimenta especulações sobre os fatores que estariam travando a nomeação. Entre eles, interesses políticos divergentes e disputas de espaço entre lideranças nacionais e regionais pesam na balança.
Fontes ouvidas em Brasília afirmam que a nomeação deveria ter sido anunciada já na última sexta-feira, 11, após uma ligação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) ao presidente Lula. Renan reforçou o nome da procuradora, que é tia do prefeito de Maceió, JHC (PL). A movimentação é vista como uma tentativa de aproximação entre os Calheiros e a família Caldas — histórica adversária política em Alagoas.
Mesmo sem uma aliança formal, a nomeação de Marluce pode simbolizar um reequilíbrio político local, com impactos diretos no xadrez eleitoral de 2026. Além disso, representa uma ampliação da influência do MDB alagoano em postos-chave do Judiciário, algo que tem sido cuidadosamente articulado por lideranças como o deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e parlamentares petistas simpáticos à candidatura.
Com 37 anos de atuação no Ministério Público, Marluce é uma das mais respeitadas figuras da carreira jurídica em Alagoas. Foi pioneira como promotora do Tribunal do Júri de Maceió e também a primeira mulher a coordenar o Núcleo de Pesquisa Jurídica do Cesmac. Acumula experiência no Executivo estadual e na docência universitária.
Nos bastidores, a expectativa é de que Lula conclua as indicações para as duas vagas abertas no STJ ainda em abril. Mas a definição sobre Marluce Caldas segue envolta em cálculos políticos — entre apoios, resistências e negociações que se estendem além dos critérios técnicos e jurídicos.

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