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Venda de gado entre Arthur Lira e Hugo Motta levanta suspeita sobre apoio de Lira na campanha para presidência da Câmara
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e seu pai, Benedito de Lira (falecido em janeiro deste ano), venderam 88 cabeças de gado à empresa do atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), um ano antes de Lira declarar apoio à sua candidatura. A transação, avaliada em pelo menos R$ 340 mil, ocorreu entre as fazendas Pantaneiro e Taquari, de propriedade de Lira, e a Agropecuária Tapuio, empresa de Motta.
A relação comercial entre os parlamentares ocorre em um contexto político que poderia levantar questionamentos sobre possíveis influências na sucessão da presidência da Câmara. As fazendas envolvidas pertencem a Lira desde meados dos anos 2000, mas não foram declaradas à Justiça Eleitoral. Além disso, desde 2006, Lira também não informa a quantidade de gado em seu nome, apesar de ser um grande criador da raça Nelore.
A venda dos bois consta nas Guias de Trânsito Animal (GTAs), documento obrigatório para transporte de gado, divulgadas pela Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro/PE). Segundo os registros, as guias foram emitidas em 26 de outubro de 2023, e indicam que os animais foram transportados das fazendas de Arthur Lira em Quipapá (PE) e Panelas (PE) para uma propriedade em Serraria (PB), destino final da Agropecuária Tapuio.
A empresa de Motta, aberta em 2019, tem como atividade principal a criação de bovinos para corte e capital social declarado de R$ 100 mil. A propriedade Tapuio foi adquirida por sua família em março de 2023, por meio da Medeiros & Medeiros Ltda, empresa registrada em nome da esposa e filhos de Motta.
Poucas semanas antes da transação, Lira promoveu um leilão em sua fazenda Santa Maria, em São Sebastião, no Agreste de Alagoas, com a presença de diversas figuras políticas. O evento arrecadou cerca de R$ 4 milhões, com lances entre R$ 3,9 mil e R$ 4,5 mil por bezerros. Políticos de diversos estados participaram ativamente.
O nome de Hugo Motta e sua empresa não foram mencionados na transmissão oficial do leilão, mas o episódio reforça as conexões entre o agronegócio e a política nacional. Dias depois, Lira anunciou apoio à candidatura de Motta, que foi eleito presidente da Câmara neste mês, com 444 votos.
A reportagem da Agência Pública questionou Hugo Motta sobre os valores e a relação entre o negócio e sua eleição, mas o deputado optou por não comentar. Já Arthur Lira não respondeu aos contatos da imprensa até o momento.
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