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Afundamento causado por mineração pode impactar Avenida Fernandes Lima, afirma engenheiro civil

Por Política em Pauta com Gazeta de Alagoas 14/02/2025 07h07
Por Política em Pauta com Gazeta de Alagoas 14/02/2025 07h07
Afundamento causado por mineração pode impactar Avenida Fernandes Lima, afirma engenheiro civil
Avenida Fernandes Lima - Foto: Reprodução

O avanço da área impactada pelo afundamento do solo em Maceió, decorrente da mineração da Braskem, pode atingir a Avenida Fernandes Lima, um dos principais corredores de transporte da capital alagoana. O alerta foi feito pelo engenheiro civil e pesquisador Abel Galindo, em entrevista ao Jornal Impresso Gazeta de Alagoa.

O engenheiro, após inspeções recentes na região, destacou a possibilidade de desvalorização imobiliária na área, embora tenha descartado riscos diretos à vida dos moradores.

De acordo com Galindo, o fenômeno de acomodação do solo segue em progressão, puxando gradativamente a superfície de bairros como Pinheiro, Bebedouro e Farol na direção das minas de exploração. A análise do especialista aponta que, mesmo com os trabalhos de aterramento conduzidos pela Braskem, a movimentação do solo deve persistir por pelo menos mais uma década, ampliando os impactos estruturais na cidade.

A possível extensão da área afetada compromete a valorização imobiliária das propriedades próximas à Avenida Fernandes Lima. Segundo Galindo, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil já adotaram restrições para financiamento de imóveis dentro de um perímetro de um quilômetro além da zona oficialmente reconhecida como afetada. "Mesmo sem risco à vida, os imóveis perderam valor e o mercado imobiliário está retraído", explicou o engenheiro.

Galindo criticou a delimitação oficial da área impactada feita pela Defesa Civil de Maceió, que considera como limite a Rua Belo Horizonte, no bairro do Pinheiro. Para ele, a zona afetada se estende bem além desse ponto, alcançando áreas próximas à Fernandes Lima e até a região da Pitanguinha.

Em resposta, a Defesa Civil municipal afirmou que o monitoramento da área ocorre de forma contínua, utilizando equipamentos de alta tecnologia que registram em milímetros a movimentação do solo. O órgão também destacou que qualquer decisão sobre a ampliação da área de risco depende de dados técnicos e validação da Defesa Civil Nacional e do Serviço Geológico do Brasil.

Também em entrevista para o impresso Gazeta, o defensor público Ricardo Melro, que acompanhou as recentes inspeções na área, ressaltou o impacto financeiro sofrido pelos moradores e comerciantes da região. Segundo ele, a quantidade de pessoas afetadas pelo afundamento pode ser bem maior do que os números oficialmente divulgados, atingindo cerca de 220 mil pessoas.