Blogs
PL do orçamento 2025 de Maceió é inconstitucional e violador dos direitos humanos fundamentais', afirmam MPs e Defensorias

Os Ministérios Públicos do Estado de Alagoas e Federal (MPAL e MPF) e as Defensorias Públicas do Estado de Alagoas e da União (DPE e DPU) enviaram ofício à Prefeitura de Maceió e à Procuradoria-Geral do Município recomendando o reajuste dos recursos previstos para a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025 na área de Assistência Social. Após análise da proposta de lei, os órgãos identificaram cortes significativos em verbas destinadas a políticas públicas voltadas à proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, o que comprometerá futuras ações de inclusão social.
O documento, assinado por representantes dos quatro órgãos, foi enviado ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, e ao procurador-geral do município, João Lobo. Nele, os promotores e defensores afirmam que os cortes atingem diretamente políticas essenciais para garantir o “mínimo existencial” a pessoas vulneráveis, em descumprimento de princípios constitucionais. “O Ministério Público e a Defensoria chamam atenção de vossas excelências para os necessários ajustes orçamentários, em atenção aos preceitos constitucionais mencionados, garantindo o crescimento das despesas voltadas para as pessoas em maior situação de vulnerabilidade”, destaca o ofício.
Princípio da vedação do retrocesso
Conforme o documento, o orçamento destinado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Primeira Infância e Segurança Alimentar em 2024 já foi considerado “insuficiente” e precisou ser suplementado em outubro. Mesmo assim, ele corresponde a apenas 2% do orçamento total do município, considerando também os recursos estaduais e federais.
Os órgãos alertam que a prefeitura de Maceió está violando o “princípio da vedação do retrocesso”, que impede a redução de recursos em áreas essenciais. Um exemplo é a redução de verbas destinadas ao restaurante popular, que cairá de R$ 4,5 milhões para R$ 3,9 milhões, prejudicando o combate à fome.
Entre outros cortes severos, o serviço de proteção especial para pessoas com deficiência sofrerá uma redução de 68,38%, caindo de R$ 586 mil para R$ 185 mil. O orçamento para o serviço de proteção e atenção integral à família também será reduzido em 20%, de R$ 2,3 milhões para R$ 1,8 milhão.
O Fundo Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, crucial para o fortalecimento da rede de atendimento, terá uma queda de 74%, de R$ 808 mil para R$ 210 mil.
Impactos na população de rua e infraestrutura de atendimento
A população em situação de rua será particularmente afetada pelos cortes. Os serviços de acolhimento institucional sofrerão uma redução de R$ 3 milhões para R$ 2,5 milhões, o que compromete ações de reinserção social dessas pessoas. Já o serviço especializado em abordagem social, voltado à retirada dessas pessoas das ruas, será reduzido em 20%, de R$ 420 mil para R$ 336 mil.
Outro ponto crítico destacado pelos MPs e Defensorias é a insuficiência de Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) na cidade. Embora a necessidade de Maceió seja de 40 unidades, o município possui apenas 17. Para a expansão desse serviço, foram destinados apenas R$ 200 mil, valor considerado insuficiente.
Ao final do ofício, os Ministérios Públicos e as Defensorias Públicas afirmam que o atual projeto de lei é “inconstitucional e violador dos direitos humanos fundamentais”, e reforçam a necessidade de ajustes urgentes na proposta orçamentária para 2025.

Política em Pauta
Informações sobre politica, com atualização diária, de forma dinâmica e prática.
Aqui você fica por dentro das principais notícias sobre a política brasileira, sobretudo a alagoana e o que ocorre em seus bastidores.
Um ambiente de comunicação inteligente dinâmica, imparcial, com entrevistas e espaço diálogo!
Últimas notícias

Escritor Cícero Sandroni, membro da ABL, morre aos 90 anos

Mega-Sena acumula novamente e prêmio principal vai para R$ 130 milhões

Após ser indiciado pela PF, Bolsonaro diz ser “o mais perseguido” do Brasil em evento público

Chuvas mantém Prefeitura de Arapiraca atenta aos alertas meteorológicos do Estado de Alagoas
