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Empreendedorismo feminino: desafios e inspirações

13/04/2022 08h08 - Atualizado em 13/04/2022 08h08
13/04/2022 08h08 Atualizado em 13/04/2022 08h08
Empreendedorismo feminino: desafios e inspirações
Mulheres empreendedoras e seus desafios - Foto: https://pixabay.com/pt/photos/aluna-digitando-teclado-texto-849822/

Segundo dados divulgados pela Exame, 48% das MEIs do Brasil são de mulheres. Esse dado mostra o quanto as brasileiras já buscam o seu espaço no mercado, por meio do empreendedorismo feminino.

Apesar dessa porcentagem representar quase metade do total de microempreendedores individuais do país, precisamos ressaltar que o dado isolado não é necessariamente animador. Isso porque as mulheres enfrentam mais desafios e dificuldades de crescimento.

Quer entender melhor e inspirar-se em grandes nomes? Continue a leitura.

Quais são os desafios do empreendedorismo feminino?

Empreender, por si só, já carrega uma infinidade de desafios, por exemplo:

  • - Aprender a gerir pessoas;
  • - Estar atenta às inovações;
  • - Realizar o controle financeiro;
  • - Conciliar responsabilidades de diferentes áreas.

    Quando falamos do empreendedorismo feminino, encontramos outras situações que vão além do estratégico ou operacional da empresa. Por isso, selecionamos alguns desafios para refletirmos juntos e entender este problema.

    1. Falta de apoio e sobrecarga

    As mulheres costumam ser vistas como cuidadoras do lar. Então, muitas vezes, deixam de ter o apoio de amigos, familiares e até de pessoas externas que as julgam pela decisão de empreender.

    Ao mesmo tempo, administrar um negócio exige horas de trabalho. Sendo assim, equilibrar tarefas da vida pessoal e profissional se torna mais difícil do que parece.

    Os homens, por terem um papel secundário em casa, conseguem dedicar-se aos negócios. Já com o sexo oposto não ocorre o mesmo, tendo em vista que as responsabilidades com outras atribuições são dobradas.

    Construir comunidades de mulheres empreendedoras, com ideais semelhantes, pode ser uma ajuda para que todas encontrem um ponto de apoio. Esse é um espaço onde as mulheres certamente não se sentirão menosprezadas e conseguirão expor as próprias ideias com firmeza.

    2. Falta de credibilidade

    Quando um homem inicia um negócio é logo visto como empresário. Quando uma mulher inicia um negócio, as pessoas falam que ela abriu uma “lojinha” ou que está “fazendo um extra”. Essa descredibilização pode causar muitos problemas.

    Por exemplo, a mulher internaliza que não é empresária e fica estagnada no mesmo lugar por anos. Ela mesma pode começar a imaginar que o que construiu realmente não tem potencial de crescimento.

    3. Necessidade de quebrar rótulos

    Poderíamos citar inúmeros rótulos que as mulheres recebem:

    • - São emocionais demais;
    • - Não sabem negociar com fornecedores;
    • - São incapazes de gerenciar uma equipe masculina;
    • - Perdem tempo com perfeccionismos;
    • - Ausentam-se para cuidar dos filhos.

    Porém, vamos nos ater ao primeiro: as mulheres são emocionais demais. Isso passa a ideia de que elas não conseguem ser estáveis. A ideia de que, a qualquer momento, explodirão e jogarão tudo para o alto. A ideia de que vão ceder a qualquer argumento.

    Na prática, ser uma pessoa sensível pode, inclusive, ajudar. Por exemplo, se olharmos do ponto de vista da equipe liderada, podemos pensar o quão mais importante essas pessoas se sentem sendo lideradas por alguém que tem mais compaixão.

    Quebrar rótulos e tabus é difícil, mas grandes mulheres já conseguiram fazer isso. Como as que citaremos neste texto, logo adiante.

    3 inspirações no empreendedorismo feminino

    1. Luiza Helena Trajano

    Luiza Helena esteve à frente do Magazine Luiza por décadas. Em 2020, de acordo com a Forbes, era a mulher mais rica do Brasil, acumulando um patrimônio bilionário.

    Ela criou suas primeiras lojas virtuais, brigou com grandes varejistas como Casas Bahia e conseguiu alcançar o destaque no mercado brasileiro, por meio de ações inovadoras.

    Sendo um grande exemplo de liderança e empreendedorismo, ela afastou-se da administração do Magazine Luiza e, atualmente, é membra do conselho da empresa. No entanto, também já foi mentora e/ou investidora de diferentes empresas:

    • - Estante Virtual;
    • - Netshoes;
    • - Softbox;
    • - Impulso Beta;
    • - Rock Content;
    • - Entre outras.

    2. Nathalia Arcuri 

    Nathalia Arcuri é especialista em finanças e criadora do canal do YouTube e do blog “Me Poupe”. Neste canal, ela usa o entretenimento para levar educação financeira a todas as pessoas.

    Ela já trabalhou como jornalista em emissoras como SBT e Record. No entanto, em 2015 pediu demissão e, desde então, se dedica aos seus projetos, através dos quais ganhou destaque e notoriedade entre os brasileiros.
    Entre os cursos e projetos desenvolvidos pela jornalista, destacamos:

    • - Jornada da desfudência;
    • - Meu salário, minhas regras;
    • - Eu, chefe de mim;
    • - Reality Me Poupe!

    Com a sua trajetória, a autora do best seller “Me Poupe! – 10 passos para nunca mais faltar dinheiro no seu bolso” mostra como é possível uma mulher fazer a diferença e empreender em ramos predominantemente masculinos.

    3. Cristina Junqueira

    Formada em engenharia da produção, após algumas experiências profissionais, Cristina Junqueira começou a trabalhar no Itaú Unibanco, onde atuou na área de cartões.

    Já em 2013, foi convidada pelo colombiano David Vélez para, junto à Edward Wible, fundarem uma fintech que viria a ser o Nubank — atualmente, o maior banco digital do mundo.

    Em 2021, o Nubank teve destaque, com um recorde de investimentos em fintechs e IPOs. E a empresária se tornou a primeira mulher com patrimônio bilionário no setor financeiro no Brasil. Isso também trouxe para Cristina o título de uma das mulheres mais ricas do país.

    Vale a pena ser empreendedora?

    Seremos diretas: sim, vale a pena! E vamos explicar. Apresentamos aqui alguns desafios, mas também casos de grandes mulheres que conseguiram crescer empreendendo. Trouxemos grandes cases para mostrar que podemos, sim, chegar onde somente homens chegavam até certo tempo.

    No entanto, também poderíamos citar várias pequenas e médias empresárias que conquistaram seu espaço no empreendedorismo. Inclusive, muitas da cidade de Arapiraca. Tudo isso é fruto da luta de muitas mulheres que desejam renovação no mundo corporativo.

    Por isso, precisamos acreditar no empreendedorismo feminino e superar os desafios que ele traz consigo. A jornada é desafiadora e longa, mas os frutos são imensos.

    Conta pra gente: você também é empreendedora? Conhece alguma mulher que é sua referência do empreendedorismo?