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Política, religião e futebol.
Lembro de presenciar uma briga verbal entre um flamenguista e um vascaíno sobre quem tinha o melhor time daquele campeonato. Uma discursão acalorada, recheada de argumentos dos dois lados, até títulos de trinta anos atrás entrou na história como revelia a uma sequência de três vitórias consecutivas do outro time. Bom, o Vasco continuava nas últimas posições da tabela, mas seu torcedor apaixonado não enxergava assim. O amor pelo time era mais forte, transcendia os números, as estatísticas.
Mais antigo que o futebol, as religiões vem há séculos se digladiando sobre quem tem razão, de qual lado o Deus está, nesse caso, diferente do futebol a religião não vem pela paixão, mas pela fé que é adesão de forma incondicional a uma entidade ou pessoa que considera como sendo uma verdade sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação. Será sempre um discursão secular infinita onde o princípio da razoabilidade nunca terá vez, porque estamos falando de pontos extremistas.
A política partidária brasileira não se encontrando no seu âmago, tratou há alguns anos, de juntar os dois desejos, fé e paixão, e criou super-heróis, deuses, mitos, pai dos pobres, líderes populistas.
Iniciado em 2003 por um líder sindical que há anos tentava a cadeira de presidente, criou tutano e calo em uma massa que o gostaria de vê-lo governando, o problema foi que essa esperança passou do ponto no campo ideológico, e em vez, de eleitores sensatos, criou-se um movimento que alguns chamam de lulista, petista, esquerdista, mas eu prefiro chamar de seguidores.
Não bastasse isso, o outro polo também queria um Deus terreno para chamar só de seu, e o destino controverso da política brasileira os presenteou esses esperançosos da ultra direita com alguém chamado com um nome esquisito de Bolsonaro. Estava formado o combate entre o bem e o mal, o flamengo e o vasco, o católico e o evangélico. Saia de cena, o discernimento, a prudência, a sensatez, tolerabilidade, ponderação para dar crédito as suas paixões e fé que há muito tempo clamavam por rivalizar com seu oposto, onde a verdade se transformou em mentira, e a mentira em verdade porque paixão e fé não tem critérios, tem torcidas.
A diferença é que futebol e religião não modificam o nosso bem estar social, a política, sim, e por isso devemos ser mais criteriosos na hora do voto, mais vigilantes, mas fiscalizadores, pois essa historia contada não serve apenas para o presidente da república, mas para todas as cidades do Brasil que terão eleições esse ano para prefeitos e vereadores. Analise todo o contexto, a história, o legado de cada candidato, e deixemos de ser massa de manobra, gado, moeda de troca, e passemos a ser protagonista da história política das nossas cidades, alertando e conversando com amigos e parentes que ainda não compreenderam o valor do voto. Não sejamos prisioneiros das nossas paixões ou cidadãos vendidos por um punhado de moedas.
Pode continuar torcendo para o seu time preferido, alimentar o seu credo, mas fiscalize o trabalho dos políticos que trabalham com o nosso dinheiro . Cobre deles, ajude-os também a melhorar seu trabalho com ações de cunho comunitário e coletivo com ideias para o bem estar social da sua cidade. O dia do voto é apenas o inicio de uma jornada que vai mudar a nossa vida, seja para melhor ou para pior. Isso depende de nós.
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