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Prisão do prefeito de Maribondo (AL) pode levar a cassação de mandato

Por Paulo Marcello 21/12/2019 08h08
Por Paulo Marcello 21/12/2019 08h08
Prisão do prefeito de Maribondo (AL) pode levar a cassação de mandato
Prefeito foi preso após cumprimento de mandado por crime de homicídio em 2015 - Foto: foto: Arquivo
A nova prisão do prefeito de Maribondo, Leopoldo Pedrosa (PRB), pode levar a abertura de um processo que pode cassar o seu mandato. O gestor foi preso, na tarde desta sexta-feira (20), pelo crime de homicídio ocorrido em 2015 contra o corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira, em São Miguel dos Campos, na Zona da Mata do Estado.

A Polícia Civil (PC) encontrou uma pistola e um quilo (1kg) de cocaína pura, avaliada em cerca de R$ 50 mil. Pedrosa estava na companhia de uma mulher e assessores, mas apenas ele foi preso. A arma estava numa pochete e a droga foi localizada numa fazenda de sua propriedade, na cidade de Maribondo. No local, os agentes também encontraram alguns documentos, entre eles, inúmeros cadastros de eleitores. 

A presidência da Câmara Municipal ainda não se pronunciou sobre o ocorrido, mas boa parte dos edis já trabalha com a possibilidade de afastamento do prefeito do cargo e eventual pedido de cassação de mandato pela sequência de crimes que tem levado o chefe do Executivo Municipal à prisão. O presidente da Casa de Leis, Hugo Ribeiro (SD), não foi localizado para comentar o assunto.

Um familiar da vítima, que não quis ser identificado, disse que agora se sente aliviado por saber que o acusado pela morte de seu parente foi preso pela polícia alagoana. Ele disse que era uma sensação de impunidade. A prisão foi efetuada pelo delegado João Marcello Almeida que confirmou que o prefeito estava usando tornozeleira eletrônica (por outro crime) ao ser encaminhado para a Central de Polícia, em Arapiraca.

Leopoldo Pedrosa foi autuado por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas, devido a quantidade do entorpecente que configura este crime. Ele já tem outras passagens pela polícia por porte ilegal de arma de fogo, embriaguez ao volante, por portar documento falso, além de violência doméstica contra a ex-esposa e ameaça contra a mãe dela, Rosineide de Oliveira Vasconcelos.

O prefeito chegou a ser preso em 2017 com base na Lei Maria da Penha, mas foi libertado após quatro meses após decisão, por maioria dos votos, do Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), que revogou a prisão do gestor e a substituiu pela aplicação de medidas alternativas. Por esse motivo, era monitorado e usava tornozeleira eletrônica.

Um acordo para as eleições de 2018 teria sido feito para livrar o político da prisão. Naquele ano, seis desembargadores votaram para revogar a prisão do prefeito: o juiz convocado Maurílio Ferraz, Tutmés Airan, José Carlos Malta Marques, Fernando Tourinho, Sebastião Costa Filho e Pedro Augusto Mendonça. E cinco votaram para manter a prisão preventiva do gestor: João Luiz Azevedo Lessa, Elisabeth Carvalho, Paulo Lima, Fábio Bittencourt e Domingos Lima Neto.