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Ex-marido e ex-esposa, sim! Ex-filho, nunca!

13/12/2016 13h01
13/12/2016 13h01
Ex-marido e ex-esposa, sim! Ex-filho, nunca!
                Divórcio é uma situação constrangedora na vida de qualquer família. Muitos casais ficam tentando manter o casamento por pensarem nos danos que a separação trará ao filho. Todavia, é muito mais prejudicial para a criança conviver em um lar onde existem constantes brigas, gritos, violência e indiferenças. Assim, existem situações em que a separação é a melhor opção. E o que é preciso fazer para que os filhos mantenham o desenvolvimento saudável nessas condições?
            Cada faixa etária pede um tipo de cuidado e uma abordagem. E por mais que os pais sejam cuidadosos, a rotina muda e é muito comum relatos de bebês que ficam agitados, crianças pequenas voltam a fazer xixi na cama, manifestar medos, apresentar alterações do sono e tornarem-se irritáveis, exigentes e mais dependentes dos pais. Já as crianças mais crescidas podem passar a ter diminuição do rendimento escolar, tristeza e ter consequências mais graves como vivenciar uma depressão infantil.
            O adolescente poderá ter tendência a questionar a autoridade e como consequência a apresentar uma rebeldia excessiva, baixa autoestima, dificuldades em aceitar regras e limites, bem como, dificuldade de aprendizagem e baixo rendimento escolar. Há, no entanto, adolescentes que conseguem viver a experiência de uma forma mais tranquila e embora tristes passam pela separação dos pais de uma forma equilibrada.
            É necessário falar sobre a separação com segurança, inclusive com crianças com pouca idade, passar para eles que o problema é único e exclusivamente dos pais, e que eles continuarão sendo amados e cuidados.
            Ao se separar, o casal deverá agir de forma madura para auxiliar e prever possíveis emoções dos filhos nesta nova fase.Assim, é fundamental que ambos mantenham seus papéis e obrigações. Sendo igualmente responsáveis pelos cuidados, bem-estar e fornecimento das questões materiais. É preciso lembrar que toda essa conjuntura da separação pode desencadear  vários danos, tais como a falta da convivência frequente, sensação de abandono, mudança de rotina, mudança de lar, dentre outros, que afetam diretamente o desenvolvimento emocional e social dos filhos.
            Uma queixa muito comum que chega nos consultórios são de pais apresentando posturas que se configuram em  Alienação Parental (situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro cônjuge, criando fortes sentimentos de ansiedade, temor e ódio em relação ao outro cuidador), em alguns casos por medo de perderem o respeito e admiração do filho, ou até mesmo por não terem superado a separação, e optam por falar para os filhos sobre os defeitos, reais ou criados, do ex. As falas originárias da alienação parental variam de intensidade, desde “seu pai (mãe) já está atrasado de novo pra vir te buscar”; “se não fosse eu, o que seria de você”; “Um pai (mãe) que não dá valor ao próprio filho”; até  “seu pai (mãe) não quer saber de você”.
            Esses sentimentos de insegurança podem ser revertidos se o relacionamento com os filhos mesmo após a separação for de transparência, cumplicidade e dedicação aos momentos que estão juntos, podendo assim possivelmente suprir a ausência diária. Os pais precisarão se esforçar para não contaminarem os filhos com suas opiniões negativas em relação ao ex-companheiro (a). Pelo contrário, o ideal é reconhecer e elogiar as qualidades e virtudes do outro, transmitindo maior segurança aos filhos.
            Outro ponto nocivo às crianças é a privação do contato com um dos pais e os familiares deste, principalmente avós, tios e parentes que existe maior vínculo. Afinal, quem se divorcia é o casal entre si e não a criança com a família de ambas as partes.
            Com o fim do relacionamento é natural que uma nova família seja constituída e a criança atribua a figura materna ou paterna ao novo parceiro. Todavia, é importante que esse novo membro da família seja um aliado e tenha participação construtiva nos cuidados e na educação social e afetiva desta criança. Caso contrário, esse novo componente poderá gerar sentimentos de ciúmes nos filhos em relação ao genitor, assim, caberá a este, ter participação efetiva na vida da criança, uma vez que se um pai ou mãe são presentes, a criança não perderá a admiração por este e consequentemente não sentirá necessidade de buscar uma nova figura paterna ou materna.
            O maior desafio é respeitar o amor que esses filhos têm por cada um dos pais, assegurar aos filhos todo o apoio emocional de que necessitam, e o mais importante: compreender que a função de ser pai ou mãe não mudará mesmo não estando juntos no mesmo lar como era antes.
            E quando o assunto é a busca de uma melhor qualidade de vida para os filhos, após a separação, os pais geralmente sentem muitas dificuldades. Por isso, atenção senhores pais: As questões psicológicas e emocionais não devem ser negligenciadas, procure um Psicólogo, para serem orientados e consequentemente acompanhados, nesse processo, antes, durante e após a separação. Seus filhos agradecerão.
 
 

Jackelline Dos Santos Lima Silva
Psicóloga Clínica Comportamental
CRP: 15/3275
 
 
 
Referências:
 
 
 
 

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Seus responsáveis são os psicólogos comportamentais Cinthia Ferreira CRP 15/3287, Jacinto Neto CRP 15/3274, Jackelline Lima CRP 15/3275 e Renata Lopes CRP 15/3296, graduados em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas e pós graduação em Análise do Comportamento.
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