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Ciúmes: um tempero ou um veneno para o relacionamento?

27/02/2014 20h08
27/02/2014 20h08
Ciúmes: um tempero ou um veneno para o relacionamento?
    Quantas relações são destruídas? quantas discussões estragam momentos especiais? E o motivo? O ciúme! Esse que é um grande vilão nos relacionamentos. E como falar de ciúmes sem mencionar aquela vontade de olhar as conversas do WhatsApp do parceiro; verificar as mensagens e dar uma olhadinha nas ultimas chamadas no celular observando, é claro, a hora e a Duração de cada; odiar quando algum(a) amigo(a) do facebook curtiu ou pior ainda comentou uma foto ou postagem; perder o controle quando amigos os cumprimenta e outras infinidades de situações que causam essa grande insegurança denominada ciúmes. Mas até que ponto isso é normal ou patológico?
       O ciúme normal é passageiro e baseado em fatos reais. São aqueles casos concretos, onde se observa no companheiro(a) comportamentos duvidosos de consecutivos telefonemas secretos, mudanças afetivas, distanciamento físico ou até casos confirmados de traições antigas. Todavia, só pode ser considerado ciúme normal se não apresentar prejuízos para o casal ou para o relacionamento.
    Já o ciúme patológico não tem fundamentos reais. O ciumento(a) procura e distorce fatos e situações, vive em constante desconfiança e há sempre um intenso medo de perder a pessoa amada. Esse medo da perda pode vir acompanhado de sintomas emocionais como a tristeza, medo, raiva e ansiedade. Geralmente o ciumento perde muito tempo investigando e muitas vezes seguindo o companheiro(a), trazendo prejuízos para si e para o outro e consequentemente para o relacionamento. 
       A baixa autoestima é um dos fatores que influenciam nesse processo de insegurança, onde o ciumento não se sente merecedor ou capaz de manter uma relação sem que nela seja enganado e por isso vive em constante desconfiança.
            No entanto, o ciúme é um padrão comportamental desenvolvido muito antes do relacionamento amoroso, este depende da história de cada um. Lembrando que todo comportamento tem um valor de sobrevivência para o indivíduo, assim só é mantido o comportamento de sentir e/ou demonstrar ciúmes se o indivíduo foi reforçado por isso em alguns momentos. Por exemplo, uma pessoa demonstra que está com ciúmes e o companheiro(a) volta toda atenção para o ciumento(a), abraça, dar presentes, explica que só tem olhos para ele(a) e ainda dar vários beijos. Ou por demonstrar tanto ciúmes o companheiro deixou de sair com amigos e passa a sair somente com o seu par. Nesses casos provavelmente o ciumento continuará demonstrando ciúmes, uma vez que por isso obteve grandes resultados.
            Mas nem sempre o desfecho tem final feliz. Muitas pessoas procuram a terapia para ajuda-las com queixa de ciúmes patológicos. Algumas com relações já destruídas e outras a ponto de perder o parceiro. Uma vez que com os exageros acabam sufocando o outro e se prejudicando também, podendo ainda desenvolver transtornos como depressão e ansiedade ou até mesmo casos de violência, homicídios e suicídios.     
            Em contrapartida existem aquelas pessoas que não sentem ciúmes e recebem críticas por isso. A nossa sociedade estabelece que um dos muitos temperos do amor é o ciúme. Logo, se uma pessoa não sente ou não demonstra que tem ciúme o outro pode sentir que não é amado e assim iniciam-se os conflitos.
            Mas, afinal, o que fazer? Ter ou não ter ciúme? A resposta é clara. Vivenciar um relacionamento com comportamentos saudáveis é o que importa. Se você demonstra ou não ciúme e com isso NÃO está tendo prejuízos tanto para você quanto para o seu par ou para o relacionamento em si, então é o correto. Mas se caso estiver tendo consequências que prejudiquem a sua individualidade e a do seu par, o aconselhável é buscar ajuda profissional, assim você poderá ter o relacionamento prazeroso para ambos.
             


Por Jackelline Lima
Psicóloga Analista do Comportamento
CRP:15/3275
 

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Seus responsáveis são os psicólogos comportamentais Cinthia Ferreira CRP 15/3287, Jacinto Neto CRP 15/3274, Jackelline Lima CRP 15/3275 e Renata Lopes CRP 15/3296, graduados em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas e pós graduação em Análise do Comportamento.
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