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Do que você tem MEDO?

Por Jacinto Neto 09/01/2014 22h10
Por Jacinto Neto 09/01/2014 22h10
Do que você tem MEDO?
 

           Quando crianças somos aterrorizados por monstros, fantasmas e bruxas que vivem embaixo da nossa cama e aparecem quando as luzes se apagam. As vezes gritamos, choramos e nos desesperamos na tentativa de espantá-los ou que alguém venha em nosso socorro oferecendo proteção e conforto. 

 Porém, o tempo vai passando e vamos ficando cada vez mais crescidos. Os monstros que habitavam a escuridão do nosso quarto já não existem mais. Mas logo outros surgem em nossas vidas, ocupando o lugar dos primeiros. Os monstros agora são pessoas, situações, problemas, lugares ou algum outro objeto que não conseguimos identificar ao certo, mas que nos causam as mesmas sensações e sentimentos que tínhamos quando éramos crianças. Medo de falar em público, de fracassar, de ficar doente, de animais, de multidão, de ser criticado, de contaminação, de adoecer e da morte são alguns exemplos.

Diante deles sentimos vontade de chorar, de gritar, de pedir socorro, o coração acelera, o rosto fica pálido, as pernas tremem, as mãos suam. Essas respostas emocionais são um processo natural diante de situações que o organismo identifica como ameaçadoras. Temer é um comportamento normal e adaptativo. Precisamos temer situações que de fato colocam a nossa sobrevivência em risco. Contudo, nem tudo aquilo que tememos oferece risco em potencial as nossas vidas.

Além disso, alguns medos nos paralisam e nos governam, trazendo prejuízos para nossa vida social, familiar e profissional. Algumas vezes tentamos evitar o contato direto com o objeto ou situação temida, outras vezes, fugimos quando ele já está presente, mas nem sempre esses mecanismos de evitação e fuga são possíveis. Assim, podemos nos sentir impotentes, medrosos, covardes e fracassados.

Ao medo mais intenso e exagerado dá-se o nome de fobia. As fobias compõem o quadro de transtornos de ansiedade e para cada fobia há um nome específico. Por exemplo, a fobia a aranha chama-se aracnofobia, a fobia a cães é a cinofobia, a lugares fechados é a claustrofobia, a de altura é a acrofobia etc. Essas são algumas das chamadas fobias específicas.

A diferença básica entre alguém que tem fobia e alguém que tem medo é a intensidade das respostas apresentadas pelo organismo nas duas situações. Por exemplo, alguém que tem fobia a sapo (bufonofobia) provavelmente vai se desesperar na presença de um, perder o controle e apavorar-se. Alguém que só tenha medo terá respostas bem menos intensas.

No entanto, há casos em que o que tememos não está tão claro assim. Nosso organismo simplesmente dispara as respostas emocionais já citadas anteriormente, causando um extremo desconforto e uma sensação desagradável.

Mas diante disso o que fazer? Como vencer nossos temores? Existe um meio para aliviar nosso sofrimento diante dos estímulos que nos amedrontam e paralisam?

Enfrentar os monstros de nossas vidas não é fácil e as vezes as tentativas de superá-los parecerão inúteis. Porém, não há outro caminho. Adotar uma postura de enfretamento gradativo é um dos primeiros passos para vencê-los e destruí-los.

Em minha atuação profissional já atendi pacientes com os mais diversos tipos de fobia: fobia a lugares fechados, de falar em púbico, de cães e até fobia a bonecas. Dentre alguns pontos em comum entre os casos, destaco a coragem que os pacientes tiveram para enfrentar e vencer seus medos que aliada a uma intervenção adequada foi de fundamental importância para a superação de seus temores.

A medida que vamos enfrentando com sucesso, vamos ganhando força e coragem e o que no início parecia um grande monstro pronto para nos destruir, pouco a pouco vai se tornando uma pequena e insignificante fagulha até desaparecer por completo. Porém, nem sempre conseguimos e sabemos como fazer isso sozinhos. Procurar ajuda profissional é sempre um bom começo quando estamos buscando mudanças em quaisquer aspectos de nossas vidas.

Por fim, gostaria de encerrar esse pequeno texto com a seguinte máxima que certamente você só conhece a primeira parte dela: “Se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho come; MAS SE ENFRENTAR, O BICHO SOME”.


 

Por Jacinto Pereira de Araújo Neto 
CRP 15/3274   
Psicólogo Clínico Comportamental   

                                           

Além da Caixa

O Além da Caixa é um espaço para a discussão dos mais diversificados temas sob a ótica da psicologia do comportamento. De maneira direta e com uma linguagem clara falaremos ao público em geral, mas sem destoar dos princípios da Psicologia Científica.
Seus responsáveis são os psicólogos comportamentais Cinthia Ferreira CRP 15/3287, Jacinto Neto CRP 15/3274, Jackelline Lima CRP 15/3275 e Renata Lopes CRP 15/3296, graduados em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas e pós graduação em Análise do Comportamento.
Endereço: Clínica Vida Bella - Av. Ceci Cunha, 255, Alto do Cruzeiro - Arapiraca/AL.
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