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Jesus: o nosso cordeiro pascoal

08/03/2017 09h09
08/03/2017 09h09
Jesus: o nosso cordeiro pascoal
Olá, amigos! Graça, paz e bem da parte de Jesus de Nazaré.

Hoje, nesse encontro, falaremos sobre o que significa para nós, cristãos, Jesus ser o cordeiro pascoal. Qual a implicação disso para nossas vidas. Como ponto de partida para nossa reflexão, usaremos um trecho das escrituras que se encontra no evangelho segundo escreveu João, capítulo 1, versículo 29: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo".

Esse trecho das escrituras sagradas foi pronunciado pelo profeta João Batista, quando estava batizando em Jerusalém às margens do rio Jordão, e Jesus vinha se aproximando dele. Então no meio da multidão, João apontou para Ele, Jesus, e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes mim, porque foi primeiro do que eu. E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifesto à Israel, vim eu, por isso, batizando com água. E eu vi, e tenho testificado que este é o filho de Deus”. (Jo 1: 29-31,34).

Para entendermos o porquê de João ter chamado Jesus de o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, temos, antes de tudo, de mergulhar na história do povo de Israel. Temos de ir ao Antigo Testamento, e analisarmos qual era a função do cordeiro na cultura e na tradição judaica.

Na antiga aliança, existia um sistema de sacrifícios estabelecido por Deus, em que o cordeiro era usado para expiar o pecado do povo. Diz a Bíblia, que todos os dias eram oferecidos sacrifícios em holocausto a Deus pelos pecados do povo. Sendo que, uma vez por ano era feito um sacrifício especial. Nesse sacrifício anual, o Sumo Sacerdote, numa data especial, com vestimentas especiais, oferecia sacrifícios de cordeiros em favor de toda a nação de Israel. No ritual, o sacerdote escolhia dois bodes, o primeiro era sacrificado como holocausto, o segundo era apresentado pelo sacerdote que impunha as mãos sobre a cabeça dele e colocava, simbolicamente, sobre ele, os pecados de todo o povo de Israel. Em seguida, o animal era levado aos cuidados de um homem para o deserto, onde era solto para morrer sozinho (Lv 16: 21-22).

Através desse ritual, Deus queria mostrar ao menos duas coisas para a nação de Israel. A primeira é que o pecado é um fardo insuportável que não podemos carregar, por isso que o bode servia como expiação pelos pecados do povo. A segunda lição que podemos tirar é que Deus não deseja que o pecado esteja no meio de seu povo, por isso que o bode era levado para o deserto, e lá era abandonado para morrer juntamente com os pecados que sobre ele eram colocados.
Em outro momento, Deus manda que use o sangue e um animal, de um cordeiro, para distinguir as casas do povo de Israel das casas dos egípcios. Esse sinal serviria como livramento de morte, para evitar que o Anjo destruidor, mandado por Deus, não matasse os filhos primogênitos do povo hebreu, pois todas as vezes que o Anjo da morte visse o sinal do sangue do cordeiro nos umbrais das portas, ele passaria por aquela casa, sem causar mal algum ao primogênito daquela família. Eis aí o significado do termo páscoa, “passagem”. Eis aí a primeira páscoa, a páscoa judaica. Foi em memoria desse livramento dado por Deus, que ficou determinado que todos os anos o povo israelita celebraria a páscoa (Êx 12:14).

Agora que já sabemos que o cordeiro tinha essas duas principais funções, quais sejam: servir como sacrifício pelo pecado do povo e também servir como sinal de livramento da morte, através de seu sangue derramado, fica bem mais fácil de entender o porquê que Jesus fora chamado de cordeiro de Deus pelo profeta João Batista.

Para nós cristãos, o sangue e a carne do cordeiro são o sangue e a carne de Cristo, quando tomamos a santa ceia em memória dEle. Afinal, foi Ele mesmo quem nos deu essa ordenança, quando disse: “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos seus discípulos, dizendo: “Tomem e comam; isto é o meu corpo”. Em seguida tomou o cálice, deu graças e o ofereceu aos discípulos, dizendo: “Bebam dele todos vocês. Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados". (Mt 26:26-28).

Essa é a nossa Páscoa. Simbolicamente, o pão representa a carne de Cristo, e o vinho representa o sangue. É claro que isso é feito em memória, não exista a figura da transubstanciação, ou seja, não é que o pão se transforma em carne ou que o vinho se transforma em sangue, isso é apenas simbólico, em memória.

Sabendo disso, a minha pergunta é: o que a Páscoa tem haver com chocolates, com coelhinhos e com peixe? Resposta: NADA, absolutamente nada. Então por que existem esses símbolos como sendo da páscoa? Simplesmente porque no decorrer da história foram acrescentados elementos de festas pagãs na comemoração da páscoa. Sem falar é claro que o comércio capitalista aproveitou-se disso para incentivar as pessoas a consumirem cada vez mais esses produtos, obtendo lucros pela ignorância do povo. Só por isso, nada mais que isso, simples assim!

A boa nova é que, com a morte, na sexta-feira da paixão, e com ressurreição, no domingo de páscoa, todo o sistema de sacrifícios e ofertas foi cumprido pelo cordeiro de Deus, de forma definitiva, não mais havendo necessidade de qualquer tipo de sacrifício para alcançarmos a misericórdia de Deus, bastando apenas aceitarmos o sacrifício vivo de Jesus (Hb 10:12).
Conhecerás a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8:32)
 

Sérgio Nicácio Lira

Sérgio Nicácio Lira. Bel em Direito pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), extensão Arapiraca, no ano de 2009. Servidor Público do Tribunal de Justiça de Pernambuco (Oficial de Justiça) . Seguidor e Discípulo de Jesus, o Cristo. Estudante da palavra de Deus.

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