Sem PM, assassinatos crescem 250% na Grande Salvador; 21 morreram

Por Redação com Uol e A Tarde 17/04/2014 09h09
Por Redação com Uol e A Tarde 17/04/2014 09h09
Sem PM, assassinatos crescem 250% na Grande Salvador; 21 morreram
Exército toma ruas de Salvador para conter violência com a greve da PM - Foto: José Silva/Folhapress
O número de pessoas assassinadas na Grande Salvador na quarta-feira (16), primeiro dia completo de greve da Polícia Militar na Bahia, cresceu 250%, em comparação à média de 2013.

Segundo boletim da SSP (Secretaria de Segurança Pública) da Bahia, foram mortas 21 pessoas na quarta-feira. Houve também quatro tentativas de assassinato. Os dados de mortes no interior não foram divulgados.

Em 2013, também segundo dados da SSP, a região metropolitana da capital baiana registrou 2.213 homicídios), o que dá uma média de seis mortes por dia.

A maioria das mortes –10 ao todo-- ocorreu durante a noite, quando ônibus deixaram de circular e shoppings fecharam as portas. O bairro com mais homicídio foi o de Paripe, na periferia de Salvador, com quatro mortes.

O índice de mortes dessa quarta-feira é maior que a média registrada na greve de 2012, quando nos 10 primeiros dias 157 foram mortas –média de 15,7 por dia.

Naquele ano, durante a paralisação, a Polícia Civil chegou a identificar milícias que seriam responsáveis por assassinatos na região metropolitana.

Durante o primeiro dia de greve, a polícia também registrou um assalto a ônibus, no Iguatemi. Ao todo, por conta de saques e arrastões, 34 pessoas foram presas.

Por conta da greve, 6.000 militares do Exército estão nas ruas do Estado, para tentar garantir a ordem pública.
Sem acordo

Os militares deflagram greve na terça-feira (17), e a adesão chega próximo aos 100%, segundo entidades de classe.

Entre a tarde e noite de quarta, liderança se reuniram por cerca de cinco horas com deputados na Assembleia Legislativa, mas não chegaram a um acordo para enviar proposta para pôr fim à greve de policiais militares.

Segundo o deputado Zé Neto (PT), somente uma das propostas relativas a salários causaria um ônus de R$ 712 milhões no orçamento do estado. Inicialmente, segundo a Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia), a greve tinha como principal reivindicação a revogação da proposta de mudança do regimento da Polícia Militar.

Porém, nas negociações com o governo, os militares estão pedindo altos reajustes nos salários, por meio de gratificações.

Segundo o deputado, outro ponto que emperrou a nova proposta é o pedido de anistia aos policiais punidos nas últimas greves na polícia, fator considerado "inegociável" pelo governo.