Médicos que 'emprestaram' documentos podem ser cassados, alerta Cremal

Por Redação com Gazetaweb.com 14/08/2018 16h04 - Atualizado em 14/08/2018 19h07
Por Redação com Gazetaweb.com 14/08/2018 16h04 Atualizado em 14/08/2018 19h07
Médicos que 'emprestaram' documentos podem ser cassados, alerta Cremal
Foto: Divulgação
Os médicos que tiveram os documentos utilizados pelos suspeitos de exercício ilegal da Medicina - alvos de operação deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPE) - podem ser cassados. Sindicância foi aberta pelo Conselho Regional de Medicina (Cremal) para apurar se houve falha ética dos profissionais.

"O Conselho vai fazer a apuração ética disso porque tem médico envolvido. Mandarei instaurar essa semana uma sindicância que vai começar a investigar esses profissionais, se eles têm envolvimento ou não têm", explicou o presidente do Cremal, Fernando Pedrosa.

Além das investigações do MPE, o Conselho Regional de Medicina afirma que abriu uma sindicância. "Se por acaso esses documentos foram cedidos pelos médicos para que atuassem com os nomes deles, isso também pode configurar infração ética. Pode culminar com a cassação, como consta dentro das penalidades a serem aplicadas", acrescenta Pedrosa.

"Até onde descobrimos eles (médicos detidos) atuavam no serviço público em Major Isidoro. Não sei dizer se tinham outra atuação. Eles não tinham revalidado o diploma e o mais grave, estavam trabalhando com documentos falsos que eram de outros médicos, que estão em plena atividade", resumiu o presidente do Cremal.

A operação


A operação foi realizada pelo Ministério Público Estadual (MPE/AL), nesta terça-feira (14), e culminou com três pessoas suspeitas de exercer ilegalmente a Medicina em Alagoas detidas. À tarde, oitivas foram conduzidas pelos promotores. Os detidos seriam médicos formados na Bolívia e estariam trabalhando de forma ilegal no Estado, dando plantões.

Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (CRM), Fernando Pedrosa, o órgão repassou ao Ministério Público informações sobre dois falsos médicos. Formados na Bolívia, eles não teriam passado pela revalidação do diploma, como obriga a lei, e estavam usando nomes de outros profissionais para exercer a profissão.

Confira a nota de esclarecimento do Cremal:

O Conselho Regional de Medicina de Alagoas - Cremal recebeu denúncia sobre a atuação de médicos, formados no exterior e sem diplomas revalidados no Brasil, que estavam atuando ilegalmente no interior do Estado. Não se tratando de profissionais inscritos no CRM local, a denúncia foi apurada pelo Ministério Público Estadual - MPE, que ocasionou na prisão dos suspeitos.

O presidente do Cremal, Dr. Fernando Pedrosa, esclarece que o conselho irá colaborar com as investigações. "A denúncia não foi feita ao MPE pelo Cremal, mas fornecemos os subsídios necessários para que fosse checada. Estas pessoas estavam usando nomes de médicos legalmente inscritos e até mesmo documentos deles. É um crime elaborado e que transcende a Medicina, já que envolve falsidade ideológica", afirma Pedrosa.