Bandidos sequestram ônibus, promovem arrastão e roubam rodoviários e passageiros em Maceió

Por Redação com Gazetaweb.com 20/07/2018 13h01 - Atualizado em 20/07/2018 16h04
Por Redação com Gazetaweb.com 20/07/2018 13h01 Atualizado em 20/07/2018 16h04
Bandidos sequestram ônibus, promovem arrastão e roubam rodoviários e passageiros em Maceió
Foto: Jonathas Maresia/Gazetaweb
Um ônibus da empresa Real Alagoas, com cerca de 20 passageiros, foi sequestrado, na manhã desta sexta-feira (20), no Benedito Bentes, parte alta de Maceió. Dois suspeitos participaram da ação e abordaram o veículo no conjunto Carminha.

Eles ficaram cerca de 30 minutos dentro do veículo e obrigaram o motorista a desviar do trajeto normal, onde fizeram um arrastão e levaram dinheiro e celulares das vítimas.

De acordo com informações do comandante Medeiros, do 5º Batalhão de Polícia Militar, os militares já têm conhecimento de quem são os suspeitos e equipes estão nas ruas com o objetivo de prendê-los.

Ainda conforme o comandante, o ônibus, que fazia a linha integrada do Frei Damião, foi abordado no conjunto Carminha e levado para próximo da Ecovia Norte.

Segundo a assessoria da Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Maceió (Sinturb), um fiscal de ônibus percebeu que o veículo passou direto do terminal do Frei Damião e acionou o GPS. A empresa, então, chamou a Polícia Militar, que esteve no local da ocorrência.

O coletivo já foi localizado e está na Central de Flagrantes I, no bairro do Farol, onde as vítimas - rodoviários e passageiros - irão prestar depoimento.

À Gazetaweb, o motorista e o cobrador - que não quiseram se identificar - disseram que os suspeitos estavam armados e foram bastante violentos durante a ação criminosa. Eles relataram que os bandidos subiram no ônibus no terminal integrado do Complexo Habitacional Benedito Bentes, onde não precisam pagar passagem. Logo depois, anunciaram o assalto, levando terror e pânico aos passageiros.

"Eles pediram pra sair da rota, indo para uma região apontada por eles. A todo momento diziam que ia atirar. Sensação horrível. De medo. De pavor. De que o pior poderia acontecer a qualquer momento. Mesmo sabendo que o assalto é uma realidade, nunca pensei em viver essa sensação. Fomos sequestrados", disse o motorista.

Após anunciar o assalto, os suspeitos armados - inclusive com uma pistola -, recolheram objetos dos passageiros, um total de 20 pessoas. "Levaram cerca de R$ 480 que estavam comigo, inclusive os R$ 30 que peguei emprestado mais cedo com o motorista. Foi uma sensação horrível, de muito medo", conta o cobrador.

Ainda segundo relato dos rodoviários, um dos suspeitos culpou o governo por estar no mundo do crime. "Ele narrava que estava fazendo isso por culpa do governo, porque parou na segunda série e, diante disso, teria se encontrado no mundo do crime por não ter condições de estudar. Apesar de tudo, grato sou a Deus por estar vivo agora. Tenho um filho para criar. Só Deus mesmo para nós proteger", complementou.

Os rodoviários contaram ainda que, mesmo sabendo que o assalto pode acontecer, bate uma desânimo pelo fato de acreditar que, dificilmente, o quadro em Alagoas e, também, no Brasil, vai mudar. "Bate um desânimo muito grande. Já fui assaltado outras vezes, mas essa foi a pior. Também fomos sequestrados por esses bandidos", disseram os funcionários à Porta da Central de Flagrantes.

Como eles entraram por trás pelo terminal, todas as ameaças ao cobrador e motorista eram feitas pela catraca. "Eles ficavam dali, ameaçando e apontando uma pistola. Felizmente, o pior não aconteceu", relembravam ao contar sobre o assalto.

Eles relataram que, apesar do policiamento na localidade, os suspeitos aproveitam o intervalo entre a ronda numa região e outra para cometer o crime. "A polícia precisa se fazer mais presente nestas regiões. Toda localidade é muito perigosa", pontuou.

Segundo os rodoviários, o coletivo possui câmera de segurança, o que deve ajudar a polícia a identificar os suspeitos. A polícia pede ajuda da população para localizar os criminosos, por meio do disque denúncia, no número 181.