TJ estuda encaminhar pessoas em desacordo com a lei para Alcoólicos e Narcóticos Anônimos

Por Dicom - TJ/AL 20/07/2018 11h11 - Atualizado em 20/07/2018 14h02
Por Dicom - TJ/AL 20/07/2018 11h11 Atualizado em 20/07/2018 14h02
TJ estuda encaminhar pessoas em desacordo com a lei para Alcoólicos e Narcóticos Anônimos
Foto: Dicom - TJ/AL
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) estuda firmar parceria com os Alcoólicos Anônimos (AA) e os Narcóticos Anônimos(NA), para que pessoas que tenham cometido delitos e tenham problemas com uso de álcool ou outras drogas, sejam encaminhados para os referidos grupos de autoajuda.

Nessa quinta-feira (19), o presidente do TJAL, Otávio Leão Praxedes, recebeu representantes das organizações, além de profissionais das áreas de psicologia e psicoterapia, para tratar do assunto. O presidente registrou a importância do tema e o apoio da Presidência ao projeto, ao autorizar o prosseguimento das tratativas a fim de que seja confeccionado um termo de cooperação técnica.

O juiz Maurílio da Silva Ferraz, da 15ª Vara Cível de Maceió, está articulando o projeto e frisa que a eficácia desse tipo de tratamento é cientificamente comprovada. “Essas instituições seguem protocolos internacionais. As pessoas serão encaminhadas de forma voluntária, e naturalmente começam a se conscientizar de que o uso de álcool e outras drogas estão causando danos a eles, às famílias e a sociedade. A ideia é nós conversarmos com os magistrados e formalizarmos um termo de cooperação técnica”.

O desembargador Alcides Gusmão da Silva, presidente eleito do Tribunal de Justiça, participou da reunião e realçou: “Conheço o trabalho dos Alcoólicos Anônimos e acredito que o projeto é bem-vindo. Desde já quero parabenizar a Presidência pela iniciativa de algo com alcance social”.

Quando o indivíduo começa a frequentar os grupos de autoajuda, a fato se torna um divisor de águas na sua vida, de acordo com a psicóloga Sandra Lessa Campos, com especialidade na área pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Muda completamente a vida dele dele e de toda a família”, relatou.

O psicoterapeuta Paulo Campos também participou do encontro e destacou que esse modelo de abordagem e encaminhamento é comumente utilizado em outros países, principalmente nos Estados Unidos da América. Ele citou o pesquisador George Vaillant, ao falar sobre a importância dos grupos de AAs como um recurso disponível na sociedade, e a eficiência do modelo.

Os representantes do AA Humberto e Waldetrudes agradeceram pela possibilidade de construção de uma rede de cooperação entre o Tribunal de Justiça e os AAs. “Nosso objetivo é ajudar outros alcoólicos a alcançar a sobriedade. O único requisito para ser membro é o desejo de parar de beber”, disse Waldetrudes.

Participaram também os representantes dos Narcóticos Anônimos José Maria e Renato, os quais igualmente agradeceram, ao tempo em que colocaram à disposição do Poder Judiciário os grupos de NAs na construção dessa rede.

Compareceram ainda o magistrado José Miranda Santos Neto, coordenador do Centro Judicial de Solução de Conflitos e Cidadania (Cjusc) do Fórum da Capital, e auxiliar no Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Maceió; Cláudia Lopes, coordenadora do Núcleo de Promoção da Filiação (NPF), representando a juíza Ana Florinda Dantas; e Nigel Stewart, chefe de gabinete do desembargador João Luiz Azevedo Lessa.