Polícia prende três e não descarta novas prisões no caso 'Neguinho Boiadeiro'

Por Gazeta web 23/02/2018 13h01 - Atualizado em 23/02/2018 16h04
Por Gazeta web 23/02/2018 13h01 Atualizado em 23/02/2018 16h04
Polícia prende três e não descarta novas prisões no caso 'Neguinho Boiadeiro'
Foto: LARISSA BASTOS
Durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (23), integrantes da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) deram detalhes da operação que resultou na prisão de três suspeitos da morte do vereador Neguinho Boiadeiro, na cidade de Batalha. No total, foram expedidos dez mandados de busca e quatro de prisão. O vereador Sandro Pinto (PMN), o sobrinho dele Rafael Pinto e outra pessoa identificada como Maikel Santos foram localizados e presos. Um quarto suspeito, que não teve o nome divulgado, continua foragido e pode ser preso a qualquer momento. De acordo com a SSP, essa é apenas a primeira fase da operação que visa ao esclarecimento do crime.

De acordo com informações repassadas durante a coletiva, Maikel Santos, que foi preso na cidade de Santana do Ipanema, seria um dos autores materiais do homicídio. Já o envolvimento de Sandro, preso em Batalha, e de Rafael, detido em Maceió, não foi detalhado pela polícia.

"O Rafael e o Sandro participaram, deram os apoios logísticos. Quando foi ouvido, o Rafael omitiu, mas no horário em que atearam fogo no carro, ele estava lá. Mas disse que não saiu de Batalha", disse o delegado Cícero Lima, um dos responsáveis pelas investigações do caso. "Fizemos reconhecimento dos suspeitos por fotografia e depois pessoalmente, com outras oito pessoas ao lado, e a testemunha sem vacilar apontou essas pessoas", destacou.

Na operação deflagrada hoje, foram apreendidos celulares, documentos e outros objetos que serão periciados. A arma do crime, uma pistola 9 milímetros, não foi localizada. "É um crime de apuração difícil, pelas pessoas que envolveu e também pelo modus operandi utilizado", declarou o delegado.

As investigações concluíram que os suspeitos de executar a morte do vereador chegaram à cidade e fizeram panfletagem de serviços de limpeza de caixas d'água quatro dias antes, para não levantar suspeitas da presença deles no município.

O carro utilizado, no entanto, saiu de Major Izidoro no dia do crime. O veículo teria sido roubado em Maceió dois meses antes e não chegou a ser usado para o cometimento de outros delitos. Após o homicídio, o carro foi queimado. "Não existe B.O. desse carro em outros crimes. Ele foi roubado e, dois meses depois, utilizado na morte", afirmou o delegado Cícero Lima.

Apesar das prisões ocorridas hoje, o delegado destaca que a motivação da morte de Neguinho Boiadeiro só será divulgada após a conclusão do inquérito, pois ainda existem trabalhos de investigação em andamento. "Nós sabemos da motivação, mas como há mais pessoas envolvidas, estamos trabalhando para divulgar a conclusão do inquérito. Essa é a primeira fase, apenas", ressalta.

Sobre a ligação entre as mortes dos dois vereadores de Batalha, o delegado Gustavo Xavier, que integra a comissão que investiga os homicídios, não descarta a possibilidade, mas ressalta que as informações serão reunidas ao final das investigações, já que são comissões específicas de delegados trabalhando nesses casos separadamente.

Segundo o promotor Luiz Vasconcelos, não há dúvidas quanto aos responsáveis pelo homicídio. "Um dos autores materiais foi identificado e os demais foram chamados para prestar esclarecimentos dos demais elementos de convicção que ainda estamos buscando, mas nenhum dos que estão com prisão temporária decretada estão por estar. Eles possuem algum tipo de envolvimento no dia do crime, na cena, com pessoas diretamente vinculadas. Não caíram de paraquedas esses nomes. As provas que temos são conclusivas e ninguém pode dizer que está sendo perseguido politicamente", apontou.

Questionado sobre outra das mortes ocorridas em Batalha, a de Tony Pretinho, o secretário de Segurança, Lima Júnior, disse que o inquérito está quase concluído. "Esse caso está 90% esclarecido. Falta fecharmos o inquérito para fazermos a operação. Só depois disso vamos esclarecer se há ligação entre todos os crimes cometidos em Batalha".